A Sabesp não conseguiu renovar a certificação da renomada consultoria GPTW (Great Place to Work – ótimo lugar para trabalhar, em português), em 2023. Esse selo atesta a qualidade da empresa na gestão de pessoas e na cultura organizacional.
Para garantir que a manutenção desse selo, 70% dos funcionários precisam avaliar a companhia de maneira favorável. No entanto, esse índice na companhia de saneamento foi de 64%, em 2023, contra 72% verificados em 2021 e em 2022.

Por meio dessa pesquisa anônima e sigilosa, a GPTW identifica pontos forte e oportunidades de melhorias das empresas. A Sabesp compartilhou os comentários dos empregados sobre o que precisa ser melhorado na gestão do presidente André Salcedo, como a necessidade de repor o quadro funcional e a falta de uma definição clara sobre o processo de privatização, o que deixa todos os trabalhadores apreensivos.

O depoimento de um companheiro coletado pela GPTW traduz de forma clara e cristalina o medo, a pressão e a preocupação que os trabalhadores da Sabesp na Baixada Santista e no Vale do Ribeira: “Uma parcela está com medo do que vai acontecer se a privatização for concretizada. E a outra está desanimada, sem perspectiva de construir carreira na empresa”.

Ataque à categoria

Recentemente, várias estações de tratamento de esgoto (ETEs) e de Pré-Condicionamento de Esgoto (EPCs) da Baixada Santista receberam visitas de representantes de algumas empresas para sondar a rotina dos serviços executados, com o objetivo claro de terceirizar a gestão dessas unidades. Uma das companhias que visitou esses locais foi a Iguá, que assumiu a gestão de saneamento em algumas áreas do Rio de Janeiro.

De forma surpreendente, os empregados da Sabesp de algumas dessas estações receberam o comunicado para que comecem a procurar outros postos de trabalhos, pois as funções deles passarão a ser ocupadas por empregados terceirizados. Pior: os experientes companheiros da estatal estão sendo orientados a “ensinar” aos sucessores como o serviço deverá ser executado.

A Diretoria do Sintius não aceita esse tipo de atitude que representa uma afronta contra os trabalhadores que vestem há anos a camisa da Sabesp e são comprometidos em prestar um serviço de qualidade, sem falhas e de forma ininterrupta à população. É inaceitável que uma companhia, do porte da Sabesp, não realize concurso público desde 2018 e justifique sua incompetência com a contratação de terceirizados.

O Sindicato fará uma denúncia sobre essa situação à Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Santos (GRTE-Santos), ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Organização Internacional do Trabalho (OIT). A Sabesp terá de dar explicações e não pode desrespeitar os companheiros. O Sintius irá até as últimas consequências para lutar contra mais essa afronta contra a categoria, que afetará a qualidade dos serviços prestados à população.

Fonte: Ascom Sintius