Governo alemão deterá cerca de 99% da Uniper e 8% de sua controladora finlandesa Fortum (FOJCF) como parte de um plano de 8 bilhões de euros para evitar uma escassez de energia

Alemanha está nacionalizando a Uniper, sua maior importadora de gás natural, como parte de um plano de 8 bilhões de euros (US$ 7,9 bilhões) para evitar uma escassez de energia neste inverno.

A Europa foi atingida pelo aumento dos preços do gás natural e da eletricidade como resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia e do estrangulamento do fornecimento de gás.

O governo alemão deterá cerca de 99% da Uniper e 8% de sua controladora finlandesa Fortum (FOJCF), disse o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, a jornalistas em Berlim na última quarta-feira (21).

A Uniper fornece 40% do abastecimento de gás do país e é crucial para grandes empresas e consumidores privados na maior economia da Europa.

Em julho, o chanceler Olaf Scholz anunciou que o governo interviria para resgatar a Uniper com um pacote no valor de até 15 bilhões de euros (US$ 15,3 bilhões), depois que ela foi derrubada por meses de cortes na oferta russa e aumento dos preços no mercado spot.

Sob o acordo de resgate, o governo se comprometeu a fornecer 7,7 bilhões de euros (US$ 7,8 bilhões) para cobrir possíveis perdas futuras, enquanto o banco estatal KfW concordou em aumentar sua linha de crédito em 7 bilhões de euros (US$ 7,1 bilhões).

Mas Habeck disse que a situação “piorou dramaticamente” desde que a Rússia cortou o fornecimento de gás para a Europa através do oleoduto Nord Stream 1 indefinidamente em 1º de setembro, citando um vazamento de petróleo.

O gás russo teve que ser substituído por alternativas caras, levando a contas cada vez mais altas para os consumidores.

Embora o fornecimento de gás através do Nord Stream 1 esteja suspenso, as reservas de gás da Alemanha estão preenchidas com mais de 90% da capacidade, disse o provedor de armazenamento europeu GIE AGSI + em seu site.

Ainda assim, a crise energética europeia não está indo embora.

Habeck disse que o país poderia “passar bem pelo inverno” sem gás russo, mas alertou para níveis de oferta “realmente vazios” no período posterior.

Reino Unido detalha subsídios para empresas

A Alemanha não é a única a pagar um preço muito alto para superar a escassez de fornecimento de gás. Juntos, os estados da UE e o Reino Unido já comprometeram mais de US$ 500 bilhões em assistência a famílias e empresas para ajudá-los a lidar com o custo crescente da energia.

O governo britânico na quarta-feira deu mais detalhes de seu plano para proteger a economia durante o próximo inverno.

Ele disse que limitaria os custos de eletricidade e gás para empresas a menos da metade da taxa de mercado por um período inicial de seis meses.

O anúncio segue um compromisso feito no início deste mês de limitar as contas médias de energia doméstica em 2.500 de libras (US$ 2.834) por ano nos próximos dois anos.

O ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, disse que detalharia o custo geral do programa na sexta-feira.

Analistas disseram que a conta total pode chegar a 150 bilhões de libras (US$ 170 bilhões).

Juntamente com os cortes de impostos prometidos pela nova primeira-ministra Liz Truss, que podem acabar com os empréstimos do governo do Reino Unido em um momento em que os custos de pagamento da dívida estão subindo e a libra já está sendo negociada em mínimos de 37 anos, enquanto os investidores se preocupam com a saúde frágil da economia britânica.

Fonte: CNN — Anna Cooban contribuiu para esta reportagem.