Na terça-feira (30/08), a Companhia Riograndense de saneamento (Corsan), retomou o processo de privatização, só que agora em um novo modelo. A Companhia divulgou que a intenção do governo é concluir este processo até dezembro.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE), barrou o processo de privatização após o ato de manifestação da categoria que ocorreu no mês de junho em união com a sociedade, alegando a falta de transparência nos números da Corsan para efetivar a privatização da estatal. Após o ocorrido, o governo se manifestou alegando que abria um novo processo, mudando sua estrutura, desta vez, com o objetivo de leiloar integralmente a estatal e não somente uma parte dela. Este “novo modelo” de privatização já estava previsto, e o SINDIÁGUA/RS sempre procurou manter a categoria ciente deste processo que ainda poderia acontecer.

Data Room

O modelo data room, serve como uma sala online de arquivos com extrema segurança, onde podem ser armazenados documentos extremamente confidenciais. Interessados devem pagar um valor para conectar à sala e acessar documentos, dados da Companhia, visitas técnicas e reuniões.

O SINDIÁGUA/RS por sua vez, já está tomando as devidas providências e apurando todas as informações referentes a este processo de “data room” e quais documentos a Companhia estará disponibilizando para os respectivos interessados. Este serviço necessita de uma tecnologia de ponta para manter os documentos em total sigilo, neste caso, qualquer deslize poderia colocar em risco a confidencialidade das documentações.

Desrespeito

Em meio ao processo eleitoral, a companhia tenta “passar a boiada” desrespeitando o TCE e sua decisão. A entidade afirma que segue a postos para derrubar também este processo de privatização.  O presidente do SINDIÁGUA salienta que a Companhia não tem o que vender, pois o valor da Companhia se dá em virtude dos contratos que a mesma possui e, apenas 32 destes contratos podem ser considerados legalmente válidos para realizar a privatização. De acordo com o presidente, estas ações já estavam previstas, “Estão colocando em prática, o que já sabíamos. Vamos seguir dialogando com os prefeitos de todo estado, até mesmo aqueles que assinaram o aditivo em dezembro, pois a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (AGERGS), anulou os mesmos. A luta continua dentro e fora da Corsan”, observa o dirigente. Arilson lembra que este processo ocorre em meio a uma negociação de Acordo Coletivo de Trabalho.

O SINDIÁGUA/RS está em plena atividade, e ressalta que neste mês de setembro estará mobilizado, com encontros de delegados sindicais, assembleia geral e ato contra a privatização. Arilson destaca ainda, que a companhia age com uma postura de intimidação, postura condenada pela direção sindical e pela categoria. “Não vamos nos intimidar, eles querem atravessar os processos para desestabilizar os trabalhadores e trabalhadoras. Não vamos deixar. A Corsan continuará pública e os trabalhadores com seus direitos intactos, pedimos a categoria que mantenha o foco no cenário político que estamos enfrentando e que permaneça ao lado de quem quer manter a Corsan pública” reafirma o dirigente.

Fonte: Ascom Sindiágua-RS