Artigo: Lucas Tonaco*
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Os Estados Unidos têm uma população estimada em cerca de 332 milhões de habitantes. O acesso à água potável é amplamente garantido para a população, seja através de abastecimento público ou sistemas privados. No entanto, existem desafios em algumas áreas, como o acesso a água limpa e segura em comunidades rurais e regiões remotas. O governo e as empresas de saneamento têm trabalhado para melhorar a infraestrutura e fornecer serviços de água adequados em todo o país. O primeiro desafio começa na extensão – uma área de aproximadamente 9,8 milhões de quilômetros quadrados. Outro, é a diversidade geográfica impressionante, com planícies, cadeias de montanhas, desertos e costas, fazendo com que a água, nos Estados Unidos tenha uma ampla variedade de fontes, de quase absolutamente tudo – rios, lagos, aquíferos e oceanos.

No contexto da gestão dos recursos hídricos, os Estados Unidos têm sido reconhecidos como um país que adotou abordagens inovadoras e estratégias para enfrentar os desafios relacionados à água. Suas políticas hídricas abrangem desde a gestão dos rios e aquíferos até a proteção da qualidade da água e a prevenção de desastres naturais. Se tratando as questões institucionais é importante notar que os Estados Unidos são um exemplo de simbiose entre setores e mesmo dentro do modelo de estado da união  adota, há diferenças – O modelo de federação dos Estados Unidos é baseado no princípio da soberania compartilhada entre o governo federal e os governos estaduais. Esse sistema de governo permite que cada estado tenha uma certa autonomia para criar e aplicar suas próprias leis, dentro dos limites estabelecidos pela Constituição dos Estados Unidos, Smith, J. (2020). Esse princípio é conhecido como “federalismo” e é fundamental para a estrutura política dos EUA. e com relação à água, a questão da independência das leis em cada estado é especialmente relevante, pois a água é um recurso essencial e sua gestão varia de acordo com as necessidades e circunstâncias locais. Cada estado tem a responsabilidade de desenvolver e implementar suas próprias políticas e regulamentações relacionadas à água, desde a gestão dos recursos hídricos até a distribuição e o uso sustentável.

No federalismo americano, há portanto em cada estado leis próprias com relação do uso de águas e na dissolução de conflitos transfronteiriços em casos hídricos há além de acordos, julgamentos em Corte Suprema sobre tais tópicos. Se tratando ainda da questão legal,  uma das principais iniciativas dos Estados Unidos é a Lei de Água Limpa (Clean Water Act), implementada em 1972. Essa legislação tem como objetivo principal proteger e restaurar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas do país. Ela estabeleceu padrões para a descarga de poluentes, a prevenção da poluição e a conservação dos ecossistemas aquáticos. A Lei de Água Limpa é um exemplo notável de uma política hídrica abrangente, que integra aspectos legais, regulatórios e de fiscalização. Além das políticas e dos sistemas de inteligência hídrica, os Estados Unidos também têm enfrentado desafios específicos relacionados à água, como a escassez em certas regiões e a gestão de recursos transfronteiriços. O caso do rio Colorado é emblemático nesse contexto. O rio Colorado é uma importante fonte de água para diversos estados do oeste americano, porém, enfrenta demandas crescentes e uma disponibilidade limitada. Relatórios do Serviço Geológico dos Estados Unidos indicam que o rio Colorado tem experimentado um déficit de água ao longo dos anos, e as projeções futuras sugerem um aumento na escassez hídrica.

Após abrangido a problematização referente a estrutura de Estado dos Estados Unidos e nisso abordando como as ciências jurídicas irão fundamentar em termos de dispositivos este controle, passamos agora a entender como em termos de institucionalidade e inteligência os Estados Unidos vão a cognição de tal questão – começando por abordar a inteligência enquanto processo: obtenção, análise e disseminação de informação para tomada de decisão.

Institucionalmente a dois órgãos para o controle direto sobre questões envolvendo segurança hídrica e conflitos da água e sua relação com a inteligência em “primeira camada” sobre o tripé  EPA, USGS e DOI – A Environmental Protection Agency (EPA) dos Estados Unidos é uma agência federal estabelecida em 1970, por meio da assinatura do Ato de Política Ambiental (Environmental Policy Act), com sede no William Jefferson Clinton Federal Building Washington, D.C. e com o objetivo de proteger a saúde humana e o meio ambiente. A agência desempenha um papel central na implementação e execução de leis e regulamentos ambientais, incluindo aqueles relacionados à qualidade da água. A fundamentação legal da EPA inclui uma série de leis e regulamentos, como a Lei da Qualidade da Água Potável (Safe Drinking Water Act) de 1974, a Lei de Prevenção da Poluição da Água (Clean Water Act) de 1972 e a Lei da Qualidade do Ar (Clean Air Act) de 1970. Essas leis conferem autoridade à EPA para estabelecer padrões e regulamentos, realizar pesquisas, monitorar e impor a proteção ambiental. A EPA colabora com outros órgãos e agências governamentais, como o Departamento do Interior, o Departamento de Agricultura, o Departamento de Energia e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Essa colaboração visa promover a cooperação interinstitucional e abordar questões ambientais de forma abrangente. Em termos de orçamento, o financiamento da EPA é determinado anualmente pelo Congresso dos Estados Unidos. Para o ano fiscal de 2022, a agência recebeu um orçamento de aproximadamente 11,3 bilhões de dólares. A EPA realiza diversas atividades, como monitoramento da qualidade da água, desenvolvimento de padrões de qualidade ambiental, fiscalização de indústrias e empresas para garantir o cumprimento das regulamentações, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias ambientais, educação pública sobre questões ambientais e implementação de programas de subsídios para incentivar ações sustentáveis. Quanto ao número de funcionários, a EPA emprega aproximadamente 14.000 pessoas em todo o país, incluindo cientistas, engenheiros, especialistas em políticas públicas e outros profissionais. É importante ressaltar que a EPA tem passado por mudanças ao longo dos anos, com revisões em sua estrutura e políticas conforme ocorrem mudanças no cenário ambiental e nas prioridades governamentais.

O outro órgão, United States Geological Survey (USGS) – o United States Geological Survey (USGS) é uma agência científica do governo dos Estados Unidos que desempenha um papel crucial no monitoramento e estudo do território norte-americano que têm sede em Reston, Virgínia, Estados Unidos incluindo recursos naturais, riscos geológicos, qualidade da água, condições climáticas e muito mais. O USGS foi estabelecido em 3 de março de 1879, por meio da Lei Orgânica do USGS, assinada pelo presidente Rutherford B. Hayes. A agência é regida por várias leis, incluindo a Lei de Geologia (Geological Survey Act) de 1879 e a Lei de Águas Subterrâneas (Groundwater Act) de 2000.O USGS emprega cerca de 8.670 funcionários em tempo integral, distribuídos em todo o país. Em termos de orçamento, no ano fiscal de 2021, o USGS recebeu aproximadamente US$ 1,3 bilhão em financiamento federal.O USGS colabora com uma variedade de agências federais, estaduais e locais, bem como com instituições acadêmicas e de pesquisa. Essas parcerias visam promover a cooperação científica, a troca de dados e o compartilhamento de recursos para melhor compreender e gerenciar os recursos naturais e os riscos geológicos. O USGS está envolvido em uma ampla gama de atividades, incluindo o monitoramento e estudo de terremotos, vulcões, recursos hídricos, geologia, topografia, mapeamento, ecologia, mudanças climáticas e muito mais. A agência também é responsável pela coleta e disseminação de dados geoespaciais e informações científicas relacionadas ao território norte-americano. O USGS tem uma longa história de contribuições científicas. Desde sua criação, a agência tem desempenhado um papel fundamental na pesquisa e no monitoramento dos recursos naturais e riscos geológicos dos Estados Unidos, fornecendo informações essenciais para a tomada de decisões do governo e do público em geral. Com relação a inteligência e água, O United States Geological Survey (USGS) desempenha um papel fundamental no monitoramento e estudo dos recursos hídricos nos Estados Unidos. A agência opera de acordo com várias leis, como a Lei de Águas Superficiais de 1968 e a Lei de Qualidade da Água de 1987, que estabelecem sua responsabilidade em monitorar e relatar informações sobre a qualidade e quantidade das águas superficiais e subterrâneas (USGS, 2023). Com um orçamento de aproximadamente US$ 1,3 bilhão em 2021, o USGS conta com cerca de 8.670 funcionários dedicados a atividades relacionadas à água (USGS, 2023).O USGS trabalha em colaboração com outras agências e organizações para aprimorar o entendimento dos recursos hídricos e enfrentar questões relacionadas à água nos Estados Unidos. Parcerias com a Environmental Protection Agency (EPA), o U.S. Army Corps of Engineers (USACE) e o U.S. Bureau of Reclamation (USBR) são essenciais para a coleta de dados, realização de pesquisas e fornecimento de informações sobre a qualidade e quantidade das águas no país (USGS, 2023). Essa colaboração permite uma abordagem integrada na gestão dos recursos hídricos.

As principais atividades de inteligência e água do USGS incluem a coleta de dados sobre fluxo dos rios, qualidade da água, níveis de água subterrânea e condições dos aquíferos. Outro importante produto de inteligência e água do USGS a agência desenvolve modelos hidrológicos e conduz pesquisas sobre a interação entre águas subterrâneas e superficiais. Com frequência de relatórios, como o “National Water Summary” e o “Water Data Report”, fornecem avaliações abrangentes e informações detalhadas sobre os recursos hídricos dos Estados Unidos (USGS, 2023). Os principais relatórios são: Relatório sobre a Qualidade da Água dos Rios e Lagos dos Estados Unidos (USGS): Este relatório, publicado anualmente pelo United States Geological Survey (USGS), fornece uma avaliação abrangente da qualidade da água nos rios e lagos do país. Ele analisa diversos parâmetros, como a concentração de poluentes, a saúde dos ecossistemas aquáticos e os desafios enfrentados para garantir a qualidade da água.Relatório de Recursos Hídricos dos Estados Unidos (USGS): O Relatório de Recursos Hídricos dos Estados Unidos é publicado a cada cinco anos pelo USGS. Ele fornece uma visão abrangente dos recursos hídricos do país, incluindo informações sobre disponibilidade, demanda, uso, qualidade da água e questões relacionadas à gestão dos recursos hídricos. O relatório destaca os desafios enfrentados na gestão sustentável da água e identifica estratégias para abordar esses desafios. Relatório sobre a Seca nos Estados Unidos (USGS): O USGS também produz relatórios periódicos sobre a situação da seca nos Estados Unidos. Esses relatórios analisam a distribuição geográfica da seca, seus impactos nos recursos hídricos e nas atividades humanas, bem como as medidas tomadas para mitigar seus efeitos. Essas informações são essenciais para orientar a gestão dos recursos hídricos durante períodos de escassez de água.

Segundo o acadêmico Smith (2021), “o USGS desempenha um papel crucial na coleta e disseminação de dados sobre os recursos hídricos nos Estados Unidos, fornecendo informações valiosas para tomadores de decisão, pesquisadores e o público em geral”. Através de suas atividades e relatórios, o USGS desempenha um papel essencial na gestão e proteção dos recursos hídricos, contribuindo para a sustentabilidade e segurança hídrica do país.

O último do tripé, o DOI, O Department of the Interior (DOI), com sede em Washington, é responsável pelo monitoramento e gerenciamento dos recursos naturais e territórios públicos nos Estados Unidos. Fundamentado na Lei do Departamento do Interior de 1849, o DOI foi estabelecido para proteger e conservar os recursos naturais, promover o uso sustentável da terra e gerir questões relacionadas ao território americano (DOI, 2023). Com um orçamento anual de cerca de US$ 13 bilhões, o DOI emprega mais de 70.000 funcionários em todo o país (DOI, 2023). O DOI trabalha em estreita colaboração com outras agências e departamentos governamentais para cumprir suas responsabilidades. Isso inclui parcerias com o United States Geological Survey (USGS) para monitorar recursos hídricos, com o Bureau of Land Management (BLM) para a gestão de terras públicas e com o National Park Service (NPS) para a conservação de parques nacionais. Essas colaborações garantem uma abordagem integrada na proteção e gestão dos recursos naturais nos Estados Unidos.

As principais atividades do DOI incluem a administração de terras públicas, a conservação da vida selvagem e dos recursos naturais, a gestão de parques nacionais e a supervisão do desenvolvimento de energia. A agência também desempenha um papel crucial na gestão dos recursos hídricos. O DOI monitora e avalia a qualidade da água, regula o uso dos recursos hídricos e trabalha para resolver conflitos relacionados à água em todo o país (DOI, 2023). No quesito inteligência e água, o DOI desempenha um papel fundamental na gestão dos recursos hídricos dos Estados Unidos. Através do Bureau of Reclamation (BOR), o DOI supervisiona o gerenciamento e a distribuição da água em grandes projetos de infraestrutura, como barragens e canais de irrigação. Além disso, o DOI trabalha em colaboração com agências estaduais e locais para monitorar a qualidade e quantidade da água, garantindo seu uso sustentável e protegendo os ecossistemas aquáticos (DOI, 2023)

Se tratando dos conflitos hídricos, monitoramento da água e questões transfronteiriças, a obtenção de informações mais intrínseca a um sistema de inteligência seria além de informações geográficas de alta precisão, também seu acompanhamento no dito “real time”, e por este processo, é essencial a compreensão do conceito de IMGINT (Image Intelligence) que é uma disciplina de inteligência que envolve a coleta, análise e interpretação de informações obtidas a partir de imagens, sejam elas capturadas por satélites, aeronaves ou outros meios de sensoriamento remoto. É uma área essencial para a obtenção de dados visuais sobre alvos militares, atividades adversárias, infraestruturas críticas e muitos outros elementos de interesse para a segurança nacional. Historicamente, o desenvolvimento da imagem como uma fonte de inteligência remonta à Segunda Guerra Mundial, quando a necessidade de identificar e interpretar imagens aéreas se tornou evidente. Durante a Guerra Fria, os avanços na tecnologia de sensoriamento remoto e a crescente disponibilidade de imagens de satélite impulsionaram o campo da IMGINT. Embasa-se portanto, em Robert M. Clark, um especialista em inteligência geoespacial e análise de imagens, em seu livro “Intelligence Analysis: A Target-Centric Approach”, Clark explora o papel da IMGINT na coleta de informações e na análise de imagens para a tomada de decisões de inteligência, principalmente em considerações a fenômenos geográficos .Nos Estados Unidos, a aplicação do conceito de IMGINT está principalmente sob a responsabilidade da National Geospatial-Intelligence Agency (NGA). A NGA é uma agência de inteligência que possui a missão de fornecer informações geoespaciais, incluindo análise de imagens, para auxiliar na tomada de decisões do governo dos EUA sobre as questões da água – sejam quais forem.

A National Geospatial-Intelligence Agency (NGA) é uma agência de inteligência geoespacial dos Estados Unidos que desempenha um papel crucial no monitoramento do território nacional, O quartel-general da NGA esta localizado em Bethesda, Maryland, possuindo importantes instalações nas regiões da Virgínia, Washington, D.C., e São Luís, Missouri, assim como representações de apoio e ligação por todo o mundo. Fundada em 1996, a NGA é responsável por coletar, analisar e fornecer informações geoespaciais para apoiar as atividades de defesa, segurança nacional e tomada de decisões estratégicas. Sua autoridade legal é estabelecida pela Lei da NGA de 1996.A NGA trabalha em estreita colaboração com outras agências de inteligência e militares, como a CIA e o Departamento de Defesa, para obter e compartilhar informações geoespaciais. Além disso, a agência colabora com instituições nacionais e internacionais, como o United States Geological Survey (USGS) e a United States Coast Guard (USCG), para reunir dados e recursos necessários para suas atividades. No contexto da água, conflitos e questões hídricas, a NGA desempenha um papel importante na coleta e análise de dados geoespaciais relacionados aos recursos hídricos. Essas informações são utilizadas para monitorar a disponibilidade e a qualidade da água, identificar áreas propensas a desastres naturais, como enchentes e secas, e apoiar a tomada de decisões relacionadas à gestão dos recursos hídricos.

Além da NGA, é importantíssimo observar também o papel da NRO (National Reconnaissance Office),  na inteligência e água, que é uma agência dos Estados Unidos responsável pelo desenvolvimento, aquisição e operação de satélites de reconhecimento para coleta de informações de inteligência. A agência foi estabelecida em 1961 e opera sob a direção conjunta da CIA (Central Intelligence Agency) e do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.Com sede em Chantilly (Virgínia), a fundamentação legal da NRO baseia-se em leis relacionadas à inteligência e segurança nacional, incluindo a Lei de Organização de Inteligência Nacional (National Security Act) de 1947 e a Lei de Inteligência Nacional (National Intelligence Act) de 2004. Essas leis estabelecem o mandato e as responsabilidades da NRO, assim como a coordenação com outras agências de inteligência. Embora a NRO seja uma agência independente, seu papel principal é fornecer suporte de inteligência à CIA e a outros órgãos de inteligência e defesa. A agência desempenha um papel crucial na coleta de informações sobre atividades militares, ameaças à segurança nacional e outros aspectos relevantes para a política externa dos Estados Unidos. No que diz respeito ao monitoramento do território norte-americano, a NRO tem a capacidade de direcionar seus satélites de reconhecimento para coletar informações sobre áreas dentro dos Estados Unidos, quando necessário para a segurança nacional. Essas operações são conduzidas em conformidade com leis e diretrizes específicas, como a Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Foreign Intelligence Surveillance Act) de 1978.A respeito de acordos de colaboração, a NRO trabalha em estreita cooperação com a CIA, o Departamento de Defesa e outras agências de inteligência dos Estados Unidos. Essas colaborações envolvem o compartilhamento de informações, recursos e expertise para garantir a eficácia das operações de inteligência. As principais atividades da NRO envolvem o planejamento e a implementação de programas espaciais, incluindo o design e a construção de satélites, o lançamento de veículos espaciais e a coleta de dados de inteligência. A agência emprega milhares de profissionais altamente qualificados, incluindo engenheiros, cientistas, analistas e pessoal de suporte.

Se tratando, portanto de questões intrínsecas a atividades de inteligência – há o fator tecnológico, o processamento de softwares com algoritmos softistacados é necessário, com o avanço das técnicas de computação visual – principalmente o desenvolvimento de algoritmos de matriz avançadas – Escala HSV, Segmentation, Contours, Filters Scharr e Threshold. Além da complexidade da matemática computacional ter aumentado, é muito devido também a escalabilidade de processamento seguindo a Lei de Moore, e o aumento de capacidade de capturas de sensores CCD/CMOS nas últimas décadas.

O elemento mais importante para a tecnologia e inteligência neste caso, é o uso de  satélite multiespectral, que é um sistema de sensoriamento remoto que captura imagens em várias faixas do espectro eletromagnético, permitindo a análise de diferentes características terrestres. Historicamente, o desenvolvimento de satélites multiespectrais remonta às décadas de 1960 e 1970, com lançamentos como o Landsat e o NOAA, que possibilitaram a obtenção de imagens de alta resolução e observação sistemática da Terra. Ao longo do tempo, houve avanços tecnológicos que aprimoraram a resolução espacial, espectral e temporal das imagens, além de enfrentar desafios relacionados à calibração dos sensores, correção atmosférica, processamento de dados e armazenamento. Nos Estados Unidos, a National Geospatial-Intelligence Agency (NGA) desempenha um papel crucial no monitoramento do território norte-americano por meio do uso de satélites multiespectrais. A NGA colabora com agências governamentais, como o United States Geological Survey (USGS), em acordos de cooperação para a aquisição e processamento de imagens multiespectrais, o uso dessas imagens é amplo e inclui o mapeamento e monitoramento de recursos hídricos, identificação de áreas propensas a inundações, monitoramento da qualidade da água e apoio à gestão sustentável dos recursos hídricos. No contexto da água, conflitos e questões hídricas, a NGA desempenha um papel fundamental na obtenção de dados e informações para auxiliar na tomada de decisões relacionadas aos recursos hídricos nos Estados Unidos. A agência utiliza dados multiespectrais para avaliar a segurança das infraestruturas críticas, como barragens e sistemas de abastecimento de água, além de colaborar com outras instituições para monitorar e gerenciar os recursos hídricos do país, com o uso do programa Landsat que é um dos mais antigos e bem estabelecidos sistemas de satélites multiespectrais. O Landsat 8, lançado em 2013, possui sensores que capturam imagens em 11 faixas espectrais, incluindo o infravermelho termal. Com uma resolução espacial de 30 metros para as faixas visíveis e 100 metros para as faixas térmicas, o Landsat 8 é capaz de monitorar a qualidade da água, identificar áreas de concentração de algas e mapear o uso da terra em relação aos recursos hídricos. O outro dos três satélites de apoio, o Sentinel-2, sendo o programa Sentinel-2 da Agência Espacial Europeia (ESA) também é usado nos Estados Unidos. O Sentinel-2A e o Sentinel-2B, lançados em 2015 e 2017, respectivamente, possuem capacidades semelhantes ao Landsat 8, com uma resolução espacial de 10 a 20 metros em várias faixas espectrais. Esses satélites são úteis para monitorar a qualidade da água, detectar poluição e acompanhar a saúde dos ecossistemas aquáticos. Por último o Aqua, o satélite Aqua, lançado em 2002 pela NASA, é especializado em monitoramento do ciclo da água na Terra. Ele carrega vários instrumentos, incluindo o Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS), que fornece dados sobre temperatura da superfície do mar, concentração de clorofila, turbidez da água e extensão de áreas de gelo e neve. Esses dados são essenciais para entender os processos hidrológicos e monitorar a saúde dos ecossistemas aquáticos.

Para além apenas de obtenção no processo de inteligência e água, é preciso de análise, e os Estados Unidos têm investido em programas de inteligência hídrica, que visam a coleta além das questões de imagem e a análise de dados para a tomada de decisões informadas. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) e outras agências governamentais desenvolveram sistemas de monitoramento e modelagem para avaliar a qualidade e a quantidade de água em todo o país. Esses sistemas são fundamentais para identificar problemas, implementar medidas de mitigação e monitorar a eficácia das políticas hídricas. Um exemplo de iniciativa nesse sentido é o Sistema Nacional de Dados Hidrológicos (National Hydrologic Dataset), que reúne informações sobre a disponibilidade de água, qualidade da água, características dos rios e bacias hidrográficas, entre outros dados relevantes. Esse sistema fornece uma base sólida de informações para o planejamento e a gestão dos recursos hídricos, permitindo uma abordagem baseada em evidências. O Sistema Nacional de Dados Hidrológicos (National Hydrologic Dataset – NHD) é uma iniciativa do United States Geological Survey (USGS) que visa coletar, gerenciar e fornecer dados geoespaciais relacionados aos recursos hídricos nos Estados Unidos. O NHD é uma base de dados integrada que abrange informações sobre rios, lagos, reservatórios, canais, bacias hidrográficas e outras características hidrológicas. O NHD foi desenvolvido para melhorar a compreensão e a gestão dos recursos hídricos do país, fornecendo dados precisos e atualizados sobre a rede de drenagem. Ele é construído com base em informações hidrológicas e topográficas detalhadas, que são coletadas por várias agências governamentais, como o USGS, o U.S. Environmental Protection Agency (EPA) e o U.S. Army Corps of Engineers. O NHD é utilizado por diferentes setores, incluindo planejamento de recursos hídricos, gerenciamento de enchentes, análise de qualidade da água, modelagem hidrológica e estudos ambientais. Além disso, ele fornece suporte para a implementação de políticas e regulamentações relacionadas à água, como a Lei de Água Limpa (Clean Water Act) e a Lei de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Water Resources Planning Act).A base de dados do NHD é atualizada regularmente e está disponível publicamente para acesso e download. O sistema utiliza padrões de dados geoespaciais para garantir a consistência e a interoperabilidade dos dados em todo o país. Essa abordagem padronizada permite a análise integrada de informações hidrológicas em diferentes escalas, desde pequenos cursos d’água até grandes bacias hidrográficas.

Além do monitoramento e da obtenção de dados de inteligência, é preciso pensar que no prisma econômico, logístico e militar, um outro órgão é central nas questões hídricas nos Estados Unidos – U.S. Army Corps of Engineers (Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos) é uma agência do Departamento de Defesa dos Estados Unidos responsável por uma ampla gama de atividades relacionadas à água e à navegação fluvial. Fundada em 1775, durante a Guerra Revolucionária, a Corps of Engineers tem uma longa história de envolvimento na infraestrutura hídrica do país. A agência desempenha um papel fundamental na gestão dos recursos hídricos e na melhoria da navegabilidade dos rios e canais nos Estados Unidos. Suas atividades incluem a construção e a manutenção de barragens, comportas, diques e outras estruturas de controle de água, bem como o planejamento e a execução de projetos de melhoria da navegação fluvial. A Corps of Engineers opera em conformidade com diversas leis e regulamentações, incluindo a Lei de Controle de Inundações (Flood Control Act), a Lei de Navegação e Comércio Fluvial (Rivers and Harbors Act) e a Lei de Recuperação e Reinvestimento (Recovery and Reinvestment Act). A agência também colabora com outros órgãos governamentais, como o United States Geological Survey (USGS) e a Environmental Protection Agency (EPA), para realizar projetos conjuntos e compartilhar dados e recursos.

Em termos de orçamento, a Corps of Engineers recebe financiamento anual do governo federal dos Estados Unidos. Para o ano fiscal de 2021, seu orçamento total foi de aproximadamente 6,8 bilhões de dólares. A agência emprega mais de 37.000 pessoas em todo o país, incluindo engenheiros civis, cientistas, técnicos e pessoal administrativo.Com relação à água, a U.S. Army Corps of Engineers desempenha um papel crucial no monitoramento e na gestão dos recursos hídricos em todo o território norte-americano. Através de suas atribuições legais e responsabilidades, a agência trabalha para garantir a segurança das barragens, prevenir inundações, melhorar a qualidade da água e facilitar a navegação fluvial. A Corps of Engineers realiza estudos hidrológicos e hidráulicos detalhados para avaliar os recursos hídricos em diferentes regiões e identificar possíveis problemas, como riscos de enchentes, impactos ambientais e demandas de água. Essas informações são utilizadas para desenvolver e implementar projetos de engenharia que visam proteger as comunidades, preservar os ecossistemas aquáticos e promover a navegabilidade dos rios. Além disso, a agência colabora com outras entidades, como o U.S. Geological Survey (USGS) e a Environmental Protection Agency (EPA), para compartilhar dados hidrológicos, conduzir pesquisas conjuntas e estabelecer padrões de monitoramento e gestão dos recursos hídricos. Através dessas parcerias, são elaborados relatórios e estudos que fornecem uma visão abrangente das questões hídricas e dos conflitos relacionados à água nos Estados Unidos. A U.S. Army Corps of Engineers também desempenha um papel ativo no desenvolvimento e implementação de políticas e regulamentos relacionados à água. A agência trabalha em conformidade com leis federais, como a Lei de Água Limpa (Clean Water Act) e a Lei de Proteção a Recursos Aquáticos e Navegação (Water Resources Development Act), para garantir a proteção dos recursos hídricos e promover o uso sustentável dos mesmos.

Com relação ao monitoramento sobre as mudanças climáticas – há iniciativas de todos estes órgãos. A EPA tem investido em programas de monitoramento e avaliação do impacto das mudanças climáticas na qualidade da água, além de desenvolver iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.O Departamento de Energia (Department of Energy – DOE), tem trabalhado para promover a transição para uma economia de energia limpa e de baixo carbono. Através de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o DOE busca avançar em tecnologias energéticas sustentáveis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Essas ações têm impacto direto nas questões relacionadas à água, uma vez que a produção de energia está intrinsecamente ligada à disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos. O DOI é responsável pela gestão dos recursos naturais e terrestres federais, incluindo terras, águas e recursos minerais. A agência tem adotado medidas para enfrentar as mudanças climáticas, incluindo a conservação e restauração de ecossistemas aquáticos e terrestres, o monitoramento da qualidade da água e a mitigação de riscos associados ao clima. O DOI também promove a colaboração com outras agências e partes interessadas para enfrentar os desafios relacionados à água e mudanças climáticas. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA) têm desempenhado um papel fundamental na pesquisa e monitoramento das mudanças climáticas e seus efeitos nos oceanos, atmosfera e recursos hídricos. Através de seus programas e pesquisas, a NOAA fornece informações críticas sobre mudanças climáticas, eventos climáticos extremos e impactos na disponibilidade e qualidade da água. Além disso, a agência desenvolve modelos e previsões que auxiliam na gestão dos recursos hídricos.

Além das questões governamentais, é importante atentar ao fator civil, os think tanks- Um think tank é uma organização independente que se dedica à pesquisa, análise e formulação de políticas públicas em diversas áreas, como economia, política, meio ambiente, saúde, entre outras. Essas instituições desempenham um papel importante na inteligência, pois contribuem para o desenvolvimento de ideias e soluções inovadoras, fornecendo análises aprofundadas e baseadas em evidências para auxiliar na tomada de decisões por parte dos governos e outras entidades, Hudson Institute. (2019).A importância dos think tanks reside no fato de que eles têm a capacidade de gerar conhecimento especializado e influenciar o debate público, promovendo um ambiente de discussão mais informado e embasado.No entanto, é importante destacar que, embora os think tanks sejam geralmente vistos como instituições independentes, há casos em que eles podem ser usados como uma ferramenta de espionagem ou manipulação de informações. Alguns governos e agências de inteligência podem criar ou infiltrar-se em think tanks para influenciar a opinião pública, obter acesso a informações privilegiadas ou promover uma agenda específica. Esses casos de uso duvidoso destacam a importância de manter a transparência, a integridade e a independência nas atividades dos think tanks, Brinkerhoff, J. M. (2010). Nos Estados Unidos, há quatro organizações globais que lidam com informações e relatórios sobre água – O Pacific Institute foi fundado em 1987 e tem sede em Oakland, Califórnia. É um centro de pesquisa independente que se concentra em questões relacionadas à água, incluindo gestão de recursos hídricos, segurança hídrica e justiça hídrica. Seu trabalho abrange uma variedade de tópicos, como escassez de água, qualidade da água, impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos e políticas de gestão da água. O instituto realiza pesquisas e análises para fornecer soluções inovadoras e baseadas em evidências para os desafios enfrentados pela gestão da água. Ele também trabalha para promover a conscientização pública e a colaboração entre diferentes setores. A Water Environment Federation é uma organização sem fins lucrativos dedicada à proteção e gestão dos recursos hídricos. Ela foi fundada em 1928 e tem sede em Alexandria, Virgínia. A WEF realiza pesquisas e promove tecnologias e práticas para melhorar a qualidade da água, gestão de esgoto e segurança hídrica. Seu foco principal está na gestão sustentável da água, tratamento de águas residuais e proteção dos ecossistemas aquáticos. A organização também fornece treinamento, certificações e oportunidades de Resources for the Future (RFF): O Resources for the Future é um think tank especializado em questões ambientais e de recursos naturais. Foi fundado em 1952 e está sediado em Washington, D.C. O RFF conduz pesquisas e análises sobre políticas de água, economia da água e tomada de decisões relacionadas aos recursos hídricos. Seu objetivo é fornecer conhecimentos e soluções inovadoras para ajudar a informar as políticas e a gestão dos recursos hídricos nos Estados Unidos. O instituto trabalha em colaboração com acadêmicos, governos, empresas e organizações da sociedade civil para promover uma abordagem sustentável e baseada em evidências para a gestão da água. O World Resources Institute é uma organização global de pesquisa que aborda questões ambientais, incluindo a gestão da água. Foi fundado em 1982 e tem sede em Washington, D.C. O WRI se dedica a desenvolver soluções inovadoras para a segurança hídrica, monitoramento da qualidade da água e governança da água. Ele realiza pesquisas, fornece análises e cria ferramentas para ajudar governos, empresas e sociedade civil a tomar decisões informadas em relação aos recursos hídricos. O instituto também trabalha para promover a colaboração internacional e a conscientização sobre a importância da gestão sustentável da água. Ainda sobre outras entidades e determinados conflitos sobre a água, têm se inclusive a RAND corporation – A RAND Corporation realiza pesquisas abrangentes sobre políticas e estratégias relacionadas à gestão da água, segurança hídrica e mudanças climáticas. Seus estudos abordam temas como a gestão de recursos hídricos, governança da água, avaliação de riscos, planejamento de infraestrutura hídrica, gestão de crises hídricas e políticas de conservação. Alguns exemplos de estudos relevantes da RAND Corporation incluem “Água doce no futuro incerto: Planejando para incertezas hidrológicas na região do rio Colorado” (2013), que analisa os desafios enfrentados na gestão dos recursos hídricos do rio Colorado; e “Avaliação dos impactos das mudanças climáticas nas fontes de água potável do Departamento de Defesa” (2012), que examina os efeitos das mudanças climáticas nas fontes de água potável das bases militares dos EUA.A RAND Corporation é conhecida por suas pesquisas objetivas e baseadas em evidências, e suas análises fornecem informações importantes para formuladores de políticas, gestores de recursos hídricos e outras partes interessadas. É importante mencionar que a RAND Corporation geralmente publica seus relatórios e pesquisas em seu website oficial e disponibiliza muitos deles gratuitamente para acesso público.

Além da leitura de relatórios de tais think tanks, das expressões de seus membros, é importante também destacar a observação destes mesmos em terrenos internacionais, pois como citado anteriormente, além de fontes de informação, podem influenciar determinados processos.

No campo econômico tanto na exploração de abastecimento quanto na tecnologia. Nos Estados Unidos, o setor de saneamento básico é predominantemente operado por governos locais e agências de serviços públicos e há, segundo relatório da ONU de 2018 um determinado movimento de reversão do setor privado, sendo pela reestatização nos Estados Unidos. No entanto, existem algumas empresas privadas que desempenham um papel significativo no fornecimento de serviços de água e saneamento. As principais empresas são: a American Water é uma das maiores empresas de serviços de água e saneamento dos Estados Unidos. Fundada em 1886, a empresa tem sede em Camden, Nova Jersey. Ela fornece serviços de água e esgoto para mais de 14 milhões de pessoas em 46 estados do país. Em 2020, a receita líquida da American Water atingiu cerca de US$ 3,8 bilhões. A empresa tem enfrentado críticas por seus aumentos de tarifas e questões relacionadas à qualidade da água em algumas áreas.Veolia North America: A Veolia North America é uma subsidiária da Veolia Environnement, uma empresa multinacional de serviços ambientais sediada na França. A Veolia North America atua em várias áreas, incluindo fornecimento de água, tratamento de águas residuais e gestão de resíduos sólidos. A empresa presta serviços em diferentes partes dos Estados Unidos, incluindo cidades como Nova York, Boston e Chicago. No entanto, as informações financeiras específicas para suas operações nos EUA não foram disponibilizadas publicamente, e por última a SUEZ North America: A SUEZ North America é uma subsidiária da SUEZ, uma empresa francesa de serviços de água e tratamento de resíduos. A empresa opera em vários setores, incluindo água potável, tratamento de águas residuais, gestão de resíduos sólidos e serviços ambientais. A SUEZ North America atende a aproximadamente 6,4 milhões de pessoas em 16 estados dos EUA. A empresa tem enfrentado controvérsias em relação a tarifas e questões de qualidade da água em algumas áreas onde opera.

Para além do setor apenas como água nos Estados Unidos e questões ecônomicas, há duas empresas de impactos globais – a primeira é a a AbInbev, também conhecida como Anheuser-Busch InBev, é uma das maiores empresas de bebidas do mundo, com sede em Leuven, Bélgica. Ela é especializada na produção e distribuição de cervejas, incluindo marcas populares como Budweiser, Stella Artois e Corona. A empresa opera em vários países, incluindo os Estados Unidos, e possui um histórico significativo na indústria de bebidas. Em termos de valor econômico, a AbInbev é uma das empresas mais valiosas do setor de bebidas. Seu valor de mercado varia ao longo do tempo, mas em 2021 foi relatado que a empresa tinha um valor de mercado de aproximadamente US$ 132 bilhões. A receita anual da empresa também é expressiva, chegando a bilhões de dólares. No que diz respeito a polêmicas, a AbInbev já enfrentou algumas questões ao longo de sua história. Uma das polêmicas mais notáveis está relacionada ao uso de água em suas operações. Como a produção de cerveja requer grandes quantidades de água, algumas críticas foram feitas em relação ao consumo excessivo de recursos hídricos pela empresa, especialmente em regiões com escassez de água. Essas críticas destacam a importância da gestão responsável da água por parte da indústria de bebidas, considerando os impactos ambientais e sociais.Para abordar essas preocupações, a AbInbev implementou várias iniciativas de sustentabilidade relacionadas à gestão da água. Por exemplo, a empresa estabeleceu metas de redução do consumo de água em suas operações e investiu em tecnologias e práticas para melhorar a eficiência hídrica. Além disso, a AbInbev também tem se envolvido em parcerias e programas com organizações externas para promover a gestão sustentável da água, como a colaboração com o World Wildlife Fund (WWF) para proteger bacias hidrográficas em várias regiões. É importante ressaltar que, embora a AbInbev tenha enfrentado críticas em relação ao consumo de água, a empresa tem tomado medidas para mitigar seus impactos e promover a sustentabilidade. No entanto, a relação entre a indústria de bebidas e a instabilidade e conflitos hídricos é um tema complexo que envolve fatores socioeconômicos, políticos e ambientais mais amplos. A gestão responsável da água por parte das empresas é fundamental para minimizar os impactos negativos e promover o uso sustentável dos recursos hídricos.

A outra, a BlackRock é uma das maiores empresas de gestão de ativos do mundo, sediada nos Estados Unidos. Fundada em 1988, a empresa administra investimentos em nome de uma variedade de clientes, incluindo governos, fundos de pensão, fundos soberanos, instituições financeiras e investidores individuais. Ela oferece uma ampla gama de serviços de investimento, incluindo gestão de ativos tradicionais, gestão de riscos e consultoria. Em relação aos valores econômicos, a BlackRock administra trilhões de dólares em ativos sob sua gestão, tornando-se uma das empresas mais poderosas e influentes do setor financeiro global. Quanto ao histórico da BlackRock, a empresa teve um crescimento significativo desde sua fundação, expandindo-se globalmente e consolidando sua posição no mercado de gestão de ativos. Ela tem presença em diversos países ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Brasil, China, entre outros. Em termos de polêmicas, a BlackRock tem sido alvo de críticas e questionamentos por seu papel na gestão de ativos em setores controversos, como o de combustíveis fósseis. Alguns ativistas argumentam que a empresa não faz o suficiente para promover investimentos sustentáveis e reduzir o impacto ambiental de suas carteiras de investimento. No contexto de instabilidade e conflitos hídricos, a BlackRock possui investimentos em várias empresas de setores relacionados à água, como empresas de serviços de água e saneamento, energia hidrelétrica e infraestrutura hídrica. O envolvimento da BlackRock nesses setores pode ter implicações na gestão da água e no acesso a recursos hídricos em diferentes países, especialmente em regiões onde há disputas ou desafios significativos relacionados à água.

Se tratando ainda de economia, a exploração da água ao redor do mundo têm criado uma espécie de soft power na exportação de serviços por parte dos Estados Unidos – principalmente por parte de algumas empresas, sendo -a AECOM é uma empresa global de engenharia, design e consultoria que oferece uma ampla gama de serviços no setor de saneamento, incluindo planejamento de infraestrutura hídrica, tratamento de água e águas residuais, gerenciamento de recursos hídricos e engenharia costeira. A empresa está presente em mais de 150 países e possui um sólido histórico de projetos de grande escala. Em 2020, a receita da AECOM foi de aproximadamente US$ 13,2 bilhões.Jacobs Engineering Group: A Jacobs é uma empresa de serviços profissionais e de engenharia que atua em diversos setores, incluindo o de saneamento. Ela oferece soluções em gerenciamento de água, tratamento de águas residuais, engenharia costeira e planejamento de recursos hídricos. Com uma história que remonta a mais de 100 anos, a Jacobs possui uma presença global e uma receita anual de cerca de US$ 14 bilhões. CH2M (agora parte da Jacobs Engineering): Antes de se fundir com a Jacobs Engineering em 2017, a CH2M era uma empresa líder em engenharia e serviços ambientais, com foco em água e saneamento. Ela estava envolvida em projetos de infraestrutura hídrica, planejamento de recursos hídricos, engenharia fluvial e tratamento de águas residuais. A empresa tinha um histórico de projetos de grande escala em vários países.Black & Veatch: A Black & Veatch é uma empresa de engenharia, consultoria e construção com experiência em projetos de infraestrutura de água e saneamento. Ela oferece serviços de planejamento, design, construção e gerenciamento de projetos em áreas como tratamento de água, distribuição de água, tratamento de águas residuais e gerenciamento de recursos hídricos. Embora as informações específicas sobre seu faturamento não sejam divulgadas, a Black & Veatch é considerada uma das principais empresas de engenharia dos Estados Unidos.

Adentramos em questões mais profundas sobre informações e a dinâmica da água nos Estados Unidos: primeiramente, em termos hidrográficos, o povo estadunidense conta com forte dependência de rios, o que é comum em países com proporções continentais, passando pelos os principais, começamos com o Rio Mississippi, sendo um dos rios mais importantes dos Estados Unidos, com um comprimento de aproximadamente 3.780 quilômetros, sua bacia hidrográfica abrange uma área de cerca de 3.223.800 quilômetros quadrados, estendendo-se por uma grande parte do centro da América do Norte, estimado em torno de 16.792 metros cúbicos por segundo. O Rio Mississippi nasce no Lago Itasca, localizado no Parque Estadual Itasca, no norte do estado de Minnesota, nos Estados Unidos. Em termos de ecossistema, lago é uma pequena área lacustre, considerada a fonte do Rio Mississippi. Porém, depende de ser alimentado por várias nascentes e córregos que se juntam para formar o início do rio. O Rio Mississippi flui para o sul, atravessando Minnesota, Wisconsin, Iowa, Illinois, Missouri, Kentucky, Tennessee, Arkansas, Mississippi, Louisiana e desemboca no Golfo do México, colocando mais uma vez a importância na questão transfronteiriço da observância destes conflitos – e ponto final do Rio Mississippi está localizado próximo à cidade de Pilottown, no estado da Louisiana e nesse ponto, o rio se divide em vários braços conhecidos como delta do Mississippi, que formam um complexo sistema de rios e pântanos antes de finalmente atingir o Golfo do México. Com relação a dependência em ecossistema de afluência, há uma grande dependência do Rio Ohio.

Em termos de dependência, os Estados Unidos possuem uma relação profunda entre o transporte comercial e a navegação no rio Mississippi – um relatório produzido pelo National Waterways Foundation em 2017 revelou que o sistema de transporte fluvial no rio suportava mais de 2,4 milhões de empregos nos Estados Unidos e gerava uma produção econômica anual de mais de US$ 400 bilhões. Outro relatório da Administração Marítima dos Estados Unidos, o transporte fluvial no Rio Mississippi movimenta cerca de 175 milhões de toneladas de carga anualmente.  Relatório “The Economic Importance of the Mississippi River System” publicado pela American Society of Civil Engineers (ASCE) em 2015, os setores que dependem diretamente desse transporte: agricultura, indústria de energia, indústria química, mineração e construção. A carga transportada pelo rio inclui grãos, petróleo, carvão, minérios, produtos químicos, produtos manufaturados e contêineres, fazendo com que isso contribua para o desenvolvimento econômico das regiões ribeirinhas e a competitividade do setor agrícola (ASCE, 2015). A produção de aço também se beneficia da infraestrutura fluvial do rio Mississippi. O transporte de minério de ferro e carvão por via fluvial permite o fornecimento de matérias-primas essenciais para as usinas siderúrgicas localizadas nas proximidades do rio. Além disso, o transporte fluvial é utilizado para distribuir produtos de aço acabados, como placas, bobinas e perfis, para diferentes destinos ao longo do rio Mississippi. A presença de portos fluviais e terminais ao longo do rio facilita o carregamento e descarregamento eficiente desses materiais, sustentando a indústria siderúrgica da região (ASCE, 2015). A fabricação de produtos químicos também se beneficia da infraestrutura fluvial do Mississippi. Através do transporte fluvial, é possível movimentar uma ampla variedade de produtos químicos, como fertilizantes, produtos farmacêuticos, plásticos e solventes, de forma econômica e eficiente. A disponibilidade de portos fluviais ao longo do rio Mississippi permite que as indústrias químicas recebam matérias-primas e enviem seus produtos acabados para diferentes regiões do país e para o mercado internacional. A relação a comercialização agricola (consequentemente economia e geopolítica) é profunda – segundo dados do United States Department of Agriculture (USDA), mais de 60% das exportações de grãos dos EUA são transportadas pelo sistema fluvial do Mississippi. Essa rota fluvial oferece uma maneira eficiente e econômica de escoar grandes volumes de grãos produzidos nas regiões centrais dos Estados Unidos até os portos marítimos para exportação. Esse fluxo de grãos tem implicações significativas nas relações geopolíticas dos Estados Unidos, uma vez que a exportação de grãos é uma importante fonte de receita para o país, contribuindo para o equilíbrio comercial e a influência dos EUA no mercado global de alimentos (USDA, 2022), o que faz com que 22% de toda a carga comercial dos Estados Unidos seja movimentada pelo sistema fluvial do Mississippi – e essa dependência não é absolutamente nada trivial, pois se trata de na teoria econômica, redução de custos – Apenas no setor agrícola, estima-se que o transporte fluvial economiza cerca de US$ 10 a 15 por tonelada em comparação com outros modos de transporte.

Outro fator importante segundo um estudo conduzido por Hughes et al. (2015), é que as as embarcações fluviais no rio Mississippi podem transportar grandes volumes de carga, superando as capacidades de transporte rodoviário e ferroviário. Isso resulta em custos mais baixos por tonelada/quilômetro e permite o transporte eficiente de produtos agrícolas em grande escala. Passando pela conectividade também como vantagem, pois de acordo com o relatório “Waterways and Wetlands: A Vital Connection” publicado pelo U.S. Army Corps of Engineers em 2018, o sistema fluvial do rio Mississippi e seus afluentes abrange uma vasta rede de vias navegáveis internas, conectando regiões agrícolas a portos fluviais e ao sistema de transporte marítimo. Isso facilita a exportação de produtos agrícolas e contribui para a competitividade da agricultura na região (U.S. Army Corps of Engineers, 2018). . No que se refere a sustentabilidade ambiental e econômica o transporte fluvial no rio Mississippi apresenta benefícios ambientais significativos em comparação com outras formas de transporte. Estudo realizado por Novacheck et al. (2015) destacou que o transporte fluvial no rio Mississippi pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa e o consumo de energia em comparação com o transporte rodoviário. Além disso, o transporte fluvial contribui para a preservação de infraestruturas viárias terrestres e ajuda a reduzir o congestionamento nas estradas (Novacheck et al., 2015). Neste contexto, é evidente a importância hídrica do Mississippi na economia americana – e também no que se refere a recreação, gerando milhões de doláres anuais no que se refere a oportunidades para várias atividades aquáticas recreativas, como navegação, canoagem, caiaque, pesca e passeios de barco. A extensão do rio e suas áreas ribeirinhas proporcionam opções diversificadas para a recreação ao longo de seus trechos navegáveis.

No que se refere a segurança hídrica para setores da economia, é inegável portanto a importância crucial do Mississippi. Para além das questões sobre logística e o entrelaçamento com outros setores, o Mississippi também têm uma importância fundamental na infraestrutura de matriz energética dos EUA, algumas barragens, construídas , como a barragem de Lock and Dam (Melvin Price Locks and Dam): Localizada em Alton, Illinois, essa barragem é uma das maiores no rio Mississippi. Segundo o U.S. Army Corps of Engineers, a barragem de Lock and Dam tem uma capacidade de geração de energia de aproximadamente 105 megawatts (MW). Barragem de Lock and Dam 14 (LeClaire Lock and Dam), situada em LeClaire, Iowa, essa barragem também contribui para a geração de energia no rio Mississippi. Segundo o U.S. Army Corps of Engineers, a barragem de Lock and Dam 14 tem uma capacidade de geração de energia de cerca de 30 MW. Barragem de Lock and Dam 2 (Mississippi River – Pool 2), localizada em Hastings, Minnesota, essa barragem é outra importante estrutura hidroelétrica no rio Mississippi. Segundo o U.S. Army Corps of Engineers, a barragem de Lock and Dam 2 tem uma capacidade de geração de energia de aproximadamente 10 MW.

Com relação a segurança hídrica para abastecimento para consumo residencial, industrial, comercial e público, cerca de 18 milhões de pessoas dependem diretamente do Rio Mississippi para obter água potável – sendo, Minneapolis, Minnesota, St. Paul, Minnesota, St. Louis, Missouri, Memphis, Tennessee, Baton Rouge, Louisiana, Nova Orleans, Louisiana -Minneapolis, Minnesota e St. Paul, Minnesota: A infraestrutura de abastecimento de água potável para as cidades de Minneapolis e St. Paul está localizada no rio Mississippi, na região central do estado de Minnesota. Ambas as cidades são atendidas pelo Metropolitan Council Environmental Services, historicamente, a área metropolitana de Twin Cities tem enfrentado aumentos graduais no custo da água devido a investimentos em infraestrutura e tratamento de água para atender às necessidades crescentes da população. Em St. Louis, Missouri, a infraestrutura de abastecimento de água para St. Louis, no estado do Missouri, também está localizada no rio Mississippi. A empresa responsável pelo fornecimento de água é a Missouri American Water, uma empresa privada de serviços de água, St. Louis tem enfrentado desafios também, como aumentos de tarifas e questões relacionadas à equidade no acesso à água potável. A Memphis, Tennessee, a infraestrutura de abastecimento de água para a cidade de Memphis, no estado do Tennessee, está localizada ao longo do rio Mississippi. O Departamento de Água e Esgoto de Memphis é responsável pela gestão do sistema de abastecimento de água potável Memphis tem enfrentado desafios nos anos mais recentes com relação à acessibilidade da água potável para comunidades de baixa renda e questões relacionadas à equidade no fornecimento de água. Baton Rouge, Louisiana a infraestrutura de abastecimento de água para Baton Rouge, capital do estado da Louisiana, também está localizada às margens do rio Mississippi. A Companhia de Água de Baton Rouge é responsável pela gestão do sistema de abastecimento de água. Historicamente, Baton Rouge enfrentou problemas com a qualidade da água devido a questões relacionadas à contaminação e tratamento inadequado, o que impactou o preço médio da água e exigiu investimentos adicionais em infraestrutura. Em Nova Orleans, Louisiana, a infraestrutura de abastecimento de água para a cidade de Nova Orleans, na Louisiana, está localizada ao longo do rio Mississippi. O Departamento de Água e Esgoto de Nova Orleans é responsável pela gestão do sistema de abastecimento de água potável. Em relação ao preço médio da água, a cidade tem enfrentado desafios graves, incluindo tarifas elevadas e problemas de acesso à água potável para comunidades de baixa renda, especialmente após eventos como o furacão Katrina.

Historicamente, os conflitos pela água nos Estados Unidos têm se marcado através também Mississippi – uma das disputas mais notórias ocorreu entre os estados de Mississippi e Tennessee em relação ao uso das águas do rio Tennessee, que desagua no rio Mississippi. No início dos anos 1900, houve uma batalha legal conhecida como o “Caso do Estado de Tennessee versus o Estado de Mississippi”. O caso foi levado à Suprema Corte dos Estados Unidos e envolveu disputas sobre direitos de uso da água e alegações de que o Estado de Tennessee estava restringindo o fluxo de água para o Estado de Mississippi.Outro caso ocorreu na década de 1980, quando a cidade de Memphis, no Tennessee, entrou em uma disputa com o estado do Mississippi sobre o uso da água do aquífero de Memphis. O Mississippi alegou que Memphis estava bombeando água excessivamente do aquífero, reduzindo a quantidade disponível para os moradores do Mississippi. A disputa resultou em ações judiciais e negociações entre os dois estados para encontrar uma solução equitativa. Um estudo acadêmico que explora as disputas de água entre estados ribeirinhos do rio Mississippi é o artigo de McKinney, D. C., & Mitchell, R. B. (2009). “Intergovernmental conflict and negotiation over the use of river water in the United States: Mississippi River and Tennessee River.” Environmental Politics, 18(5), 758-778.Outra referência útil é o livro “Contemporary Water Governance in the Global South: Scarcity, Marketization and Participation” de Harris, L. M., Goldin, J., & Sneddon, C. (Eds.), que aborda questões relacionadas à gestão da água e disputas em várias regiões do mundo, incluindo os Estados Unidos. Atualmente, ocorrem conflitos entre agricultura e abastecimento público, o conflito ocorre entre os interesses da agricultura, que requer grandes volumes de água para irrigação, e o abastecimento público, que necessita de água para consumo humano. Durante períodos de seca, a demanda por água para irrigação agrícola pode levar à redução da disponibilidade de água para abastecimento público, o que cria tensões entre esses setores.

Com relação ao monitoramento do rio Mississippi, devido a abranger uma extensa rede de vias navegáveis que conecta várias áreas urbanas e rurais, essa rede fluvial pode facilitar o transporte de mercadorias, incluindo drogas ilícitas, ao longo do rio e em direção a diferentes regiões do país, por isso é importante ressaltar que essas atividades criminosas não estão diretamente relacionadas à natureza do rio, mas sim à localização estratégica e à facilidade de transporte proporcionada pela sua presença. A luta contra o tráfico de drogas e outras atividades criminosas ao longo do rio Mississippi envolve a atuação de agências de segurança e aplicação da lei em níveis federal, estadual e local. Essas agências trabalham em conjunto para monitorar e combater atividades ilegais, implementar medidas de segurança e reprimir o tráfico de drogas e outras formas de criminalidad

Por último, com relação ao Mississipi e seus conflitos, as alterações climáticas têm o potencial de impactar significativamente o rio e as comunidades que dependem dele, aumentando ainda mais seus conflitos. Estudos científicos mostram que as mudanças nas condições climáticas estão levando a uma série de efeitos no sistema fluvial, desde aumentos nas temperaturas médias até alterações nos padrões de precipitação. Essas mudanças têm implicações diretas para o fluxo de água, a qualidade da água e a disponibilidade de recursos hídricos ao longo do rio.Um estudo publicado na revista Nature em 2017, conduzido por Donnelly et al., analisou as tendências históricas das enchentes do rio Mississippi e identific ou um aumento nas inundações extremas nas últimas décadas. O estudo atribuiu essas mudanças às alterações climáticas, destacando que eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, estão se tornando mais frequentes e intensos devido ao aquecimento global. Isso pode resultar em danos significativos para as comunidades ribeirinhas, infraestruturas e sistemas de abastecimento de água ao longo do rio, outros estudos também mostram que as alterações climáticas podem afetar a disponibilidade de água doce no rio Mississippi. O Relatório Nacional de Mudanças Climáticas dos Estados Unidos, publicado em 2018, destaca que as mudanças nos padrões de precipitação e o derretimento acelerado das geleiras podem influenciar a quantidade de água disponível no rio, isso pode afetar diretamente a agricultura, o abastecimento de água potável e a navegação fluvial, que dependem da quantidade adequada de água no rio Mississippi.

Para entender os conflitos sobre a água nos Estados Unidos, é preciso passar por outros, rios, agora o Missouri. Com cerca de 3.770 quilômetros de extensão, o Rio Missouri é um importante afluente do Rio Mississippi. É utilizado para transporte de mercadorias, irrigação agrícola e geração de energia hidrelétrica. Grandes cidades, como Kansas City e St. Louis, dependem do Rio Missouri para o abastecimento de água.O Rio Missouri, assim como o Rio Mississippi, é um dos rios mais importantes dos Estados Unidos. Com um comprimento aproximado de 3.767 quilômetros, sua bacia hidrográfica abrange uma área de cerca de 1.371.000 quilômetros quadrados, estendendo-se por uma grande parte do centro da América do Norte. O Rio Missouri nasce nas Montanhas Rochosas, no estado de Montana, e flui para o sul, atravessando os estados de Montana, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Nebraska, Iowa, Kansas e Missouri, antes de se juntar ao Rio Mississippi próximo à cidade de St. Louis, no estado do Missouri. A junção desses dois rios forma um dos maiores sistemas fluviais do mundo.

Assim como o Rio Mississippi, o Rio Missouri desempenha um papel crucial na economia dos Estados Unidos. O transporte comercial e a navegação no Rio Missouri são fundamentais para o comércio interno do país. Relatórios indicam que o sistema de transporte fluvial no rio suporta milhões de empregos nos Estados Unidos e gera uma produção econômica significativa, relatório “Economic Impact of the Upper Mississippi River Navigation System” publicado pela Universidade de Minnesota em 2019 destaca que o transporte fluvial no Rio Missouri e seus afluentes movimenta cerca de 75 milhões de toneladas de carga anualmente, incluindo grãos, minérios, produtos químicos e combustíveis. Ainda se tratando de questões econômicas, o Rio Missouri desempenha um papel essencial na agricultura, economia e geopolítica dos Estados Unidos pois a região ao longo do rio é conhecida como “Cinturão do Milho” devido à sua produtividade agrícola e o transporte fluvial no Rio Missouri permite o escoamento eficiente dos grãos produzidos na região, contribuindo para o setor agrícola e para as exportações do país.

Além da infraestrutura hidroviárias, a estrutura hidrelétrica também é uma parte importante do Rio Missouri, onde barragens, como a Barragem de Fort Peck em Montana e a Barragem de Oahe em Dakota do Sul, contribuem para a geração de energia elétrica ao longo do rio. Barragem de Fort Peck, em Montana com a capacidade 185 MW (megawatts), dada a solidez do projeto e a questões de investimento e hidrografia, a barragem de Fort Peck não possui um histórico significativo de problemas conhecidos, inclusive Fort Peck desempenha uma série de benefícios, como a geração de energia hidrelétrica limpa e renovável, o controle de enchentes e o armazenamento de água para uso múltiplo, incluindo irrigação e abastecimento público. O custo de construção da barragem de Fort Peck, concluída em 1940, foi de aproximadamente US$ 100 milhões (valor na época da construção) e a energia gerada pela barragem de Fort Peck é distribuída para comunidades próximas, como Glasgow, Nashua e Wolf Point, em Montana. A barragem de Garrison, no Dakota do Norte com uma capacidade instalada de aproximadamente 583 MW, a barragem de Garrison fornece energia hidrelétrica confiável e sustentável, além, também, auxilia no controle de enchentes e permitir a navegação em trechos do rio Missouri. O custo de construção da barragem de Garrison, concluída em 1953, foi de aproximadamente US$ 300 milhões (valor na época da construção) e a energia produzida pela barragem de Garrison é fornecida para várias cidades e comunidades ao longo do rio Missouri, incluindo Bismarck e Mandan, em Dakota do Norte. Outra barragem do Missouri é a Oahe, que localiza-se em Dakota do Sul e a capacidade instalada é de aproximadamente 786 MW, uma vantagem grande é que contribui para a geração de energia renovável, auxilia no controle de enchentes, permite a recreação e a navegação no rio Missouri, além de fornecer água para irrigação agrícola, com o custo de construção da barragem de Oahe, concluída em 1962, foi de aproximadamente US$ 340 milhões (valor na época da construção) e a energia gerada pela barragem de Oahe é fornecida para várias cidades e comunidades ao longo do rio Missouri, incluindo Pierre, capital de Dakota do Sul.

Além disso, o Rio Missouri desempenha um papel vital no abastecimento de água para diferentes setores da economia e para o consumo humano. Cidades ao longo do rio, como Kansas City, Omaha e St. Louis, dependem diretamente do Rio Missouri para obter água potável. O uso sustentável desse recurso hídrico é fundamental para garantir o abastecimento para consumo residencial, industrial, comercial e público. Kansas City, estima-se que aproximadamente 1,5 milhão de pessoas sejam abastecidas pelo Rio Missouri em Kansas City e suas áreas metropolitanas, com Infraestrutura de abastecimento, o fornecimento de água em Kansas City é gerenciado pelo Departamento de Água de Kansas City (Kansas City Water Department), uma entidade pública responsável pelo tratamento e distribuição de água potável na região. Em Omaha, aproximadamente 400.000 pessoas dependem do Rio Missouri para abastecimento de água em Omaha e suas áreas circundantes, sendo a Metropolitan Utilities District (MUD), uma empresa de serviços públicos,  responsável pelo fornecimento de água potável em Omaha. A MUD capta a água do Rio Missouri, trata-a e distribui para os consumidores locais. Em St. Louis, cerca de 1,3 milhão de pessoas são abastecidas pelo Rio Missouri em St. Louis e região metropolitana, como Infraestrutura de abastecimento, Departamento de Água da Cidade de St. Louis (St. Louis City Water Division), uma agência governamental, é responsável pelo fornecimento de água potável em St. Louis. Na região em específico, não há tantos problemas com conflitos de água relacionadas ao abastecimento.

No que se refere aos conflitos no Rio Missouri, os estados ribeirinhos do Rio Missouri têm enfrentado disputas sobre a distribuição da água, especialmente em épocas de seca. Essas disputas geralmente envolvem questões como alocação de água para agricultura, indústria e uso doméstico, . Há conflito entre Kansas e Colorado sobre a água do Rio Missouri, que envolveu batalhas legais e negociações para resolver as diferenças, os pesquisadores Orley M. Amos Jr. e John M. Shumaker descrevem tal conflito no artigo “The Missouri River Compacts: Issues and Controversies in the Management of Western Water Resources”. Outro motivo de conflito, é a  agricultura intensiva ao longo das margens do Rio Missouri que tem sido objeto de controvérsias, especialmente em relação à poluição causada por fertilizantes e pesticidas, conflitos envolvem interesses divergentes entre agricultores, que dependem da água para irrigação, e grupos de conservação, que buscam proteger a qualidade da água e os ecossistemas do rio, o conflito é descrito no artigo “The Big Muddy: An Environmental History of the Mississippi and Its Peoples, from Hernando de Soto to Hurricane Katrina” por Christopher Morris. Uma outra disputa que também ocorre são disputas sobre represas e controle de enchentes, pois a construção de represas e barragens ao longo do Rio Missouri para controle de enchentes e geração de energia também tem gerado conflitos. Os impactos ambientais dessas estruturas, incluindo a perda de habitats e alterações nos ecossistemas fluviais, e há acirramentos entre grupos ambientalistas e comunidades indígenas, sendo elas – Nação Sioux: As tribos Sioux, incluindo os Sioux Dakota, Nakota e Lakota, têm uma conexão ancestral com o Rio Missouri e consideram o rio sagrado. Diversas tribos Sioux têm se envolvido em esforços para proteger o rio e seus recursos naturais.Nação Assiniboine: A Nação Assiniboine, também conhecida como Nakoda Oyadebi, tem uma longa história de ocupação ao longo do Rio Missouri. Eles têm defendido a proteção ambiental e a preservação dos recursos naturais da bacia do rio. E entre os ambientalistas, o American Rivers, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para proteger e restaurar rios nos Estados Unidos. Eles têm se envolvido em questões relacionadas à conservação e gestão do Rio Missouri, o Sierra Clu sendo uma das organizações ambientalistas mais antigas e influentes dos Estados Unidos. O Sierra Club tem se envolvido em esforços para proteger os ecossistemas fluviais, incluindo o Rio Missouri, por meio de advocacia e ações legais, também o Friends of the Missouri River, um grupo dedicado à conservação e proteção do Rio Missouri e seus afluentes. Eles trabalham para promover a conscientização pública, realizar ações de restauração e advocacia em prol do rio.

As alterações climáticas têm gerado impactos significativos no Rio Missouri e em sua bacia hidrográfica. Como base dessas evidências, estudos científicos têm apontado para mudanças nas temperaturas e nos padrões de precipitação, o que tem consequências diretas na disponibilidade de água e nos fluxos do rio. De acordo com um estudo intitulado “Climate Change and the Hydrology of the Upper Mississippi River Basin”, a região do Alto Mississippi, que inclui o Rio Missouri, está sujeita a projeções de aumento das temperaturas e alterações na hidrologia, o que pode impactar negativamente a disponibilidade de água na região (Wolter, 2018). Um outro estudo chamado “Climate Change Impacts on the Hydrology of the Missouri River Basin” ressalta que as mudanças climáticas têm implicações na hidrologia da bacia do Rio Missouri, afetando as vazões e os padrões de fluxo de água ao longo do rio (Yang et al., 2013). Essas mudanças climáticas podem resultar em maior frequência e intensidade de eventos extremos, como secas e inundações, o que impacta não apenas os recursos hídricos, mas também a agricultura e os ecossistemas da região (USGS, 2016; Milly et al., 2008). É crucial que haja um deadline para que sejam tomadas medidas de adaptação e mitigação para lidar com esses desafios e garantir a sustentabilidade do Rio Missouri e das comunidades que dependem dele para água e recursos naturais.

Outro fator a ser monitorado nos conflitos pela água dos Estados Unidos é o Rio Colorado que desempenha um papel fundamental nos Estados com um comprimento aproximado de 2.334 quilômetros, o Rio Colorado possui uma bacia hidrográfica que abrange cerca de 629.000 quilômetros quadrados, atravessando uma extensa área que inclui os estados do Colorado, Wyoming, Utah, Novo México, Nevada, Arizona e Califórnia. O Rio Colorado tem sua nascente nas montanhas rochosas, mais precisamente nas Montanhas Rochosas do Colorado. Nasce no Parque Nacional Rocky Mountain e flui em direção ao sudoeste, atravessando paisagens deslumbrantes e diversos ecossistemas.Ao longo de seu percurso, o Rio Colorado passa por vários pontos de interesse e áreas metropolitanas importantes, como o Grand Canyon, Las Vegas, Hoover Dam e a região de Los Angeles.

A dependência do Rio Colorado é evidente quando se trata do setor agrícola. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), cerca de 15% da produção agrícola do país é irrigada pelas águas do Rio Colorado. A região do Vale Central da Califórnia, por exemplo, é conhecida por sua agricultura intensiva e depende do Rio Colorado para irrigação. Culturas como frutas, vegetais e nozes são cultivadas nessa região, contribuindo significativamente para o abastecimento nacional de alimentos.

O Rio Colorado também é fundamental para o setor energético dos Estados Unidos. Barragens foram construídas ao longo do rio para gerar energia hidrelétrica. A Barragem Hoover, localizada no estado do Arizona, é uma das maiores barragens do país e contribui com uma capacidade de geração de energia de aproximadamente 2.080 megawatts.A capacidade da represa de Hoover é de aproximadamente 35 bilhões de metros cúbicos.O custo original da construção da represa foi de cerca de 165 milhões de dólares americanos (valor em 1936).A construção da Barragem de Hoover começou em 1931 e foi concluída em 1936. É uma das maiores e mais icônicas barragens dos Estados Unidos. Localizada no Black Canyon, próximo a Las Vegas, Nevada, a represa é conhecida por seu papel na geração de eletricidade e no fornecimento de água para áreas urbanas e agricultura. As cidades atendidas incluem Las Vegas e Los Angeles, além de símbolo da engenharia norte-americana, e inclusive, também, cultural, a Barragem Hoover é vital para a segurança energética na economia da costa leste norte-americana, vide a capacidade da região hoteleira e de cassinos de Las Vegas, que é propícia para o turismo, negócios, eventos e com isso toda uma complexificação econômica, e principalmente, também, na Califórnia e o “calcanhar de Aquiles tecnológico” dos Estados Unidos: o Vale do Silício. Outra barragem de Glen Canyon, com a capacidade da represa de Glen Canyon é de aproximadamente 34 bilhões de metros cúbicos. O custo original da construção da represa foi de cerca de 170 milhões de dólares americanos (valor em 1966), com a A construção da Barragem de Glen Canyon começou em 1956 e foi concluída em 1966, localizada no Arizona, perto da cidade de Page, a represa cria o Lago Powell e é responsável pela geração de eletricidade e pelo abastecimento de água para várias cidades e comunidades ao longo do Rio Colorado. A outra importante barragem dependente da segurança hídrica do Rio Colorado, é a barragem de Davi, é a barragem de Davis, com capacidade da represa de Davis é de aproximadamente 1,2 bilhões de metros cúbicos e com o custo original da construção da represa foi de cerca de 271 milhões de dólares americanos (valor em 1953).A construção da Barragem de Davis começou em 1946 e foi concluída em 1953, localizada no Arizona, perto da cidade de Parker, a represa é usada principalmente para a geração de eletricidade e para o fornecimento de água para a agricultura e cidades próximas.

No que se refere a segurança hídrica e conflitos no abastecimento, o Rio Colorado abastece Las Vegas, Nevada, cerca de 2,2 milhões de habitantes, a companhia responsável, a Autoridade de Água do Sul de Nevada (Southern Nevada Water Authority – SNWA) é uma agência pública responsável pelo fornecimento de água para a região, incluindo Las Vegas, abastecimento de água de Las Vegas é principalmente proveniente do Lago Mead, formado pela Barragem de Hoover no Rio Colorado, a água é tratada e distribuída para a cidade por meio de uma rede de canais e tubulações.A principal preocupação é a diminuição do nível do Lago Mead devido à escassez de água na região. A seca prolongada tem afetado a disponibilidade de água e levantado preocupações sobre o futuro abastecimento. Isso tem levado a medidas de conservação de água, restrições no uso e iniciativas para buscar fontes alternativas de abastecimento, o Departamento de Água e Energia de Los Angeles (Los Angeles Department of Water and Power – LADWP) é uma agência pública responsável pelo fornecimento de água para Los Angeles, a água do Rio Colorado é transportada para Los Angeles por meio do Aqueduto de Los Angeles-Owens Valley e do Aqueduto de Colorado River. Essa água é armazenada em reservatórios e distribuída por uma rede extensa de tubulações para abastecer a cidade, uma questão sobre conflitos, a região de Los Angeles enfrentou desafios relacionados à gestão da água, incluindo disputas sobre direitos de água com outras regiões e questões ambientais associadas à transferência de água de outras bacias hidrográficas. A segurança do abastecimento de água também é uma preocupação devido à escassez e ao impacto das mudanças climáticas. Em Phoenix no Arizona, com cerca de 1,7 milhão de habitantes, a Central Arizona Project (CAP) é uma agência pública que gerencia o fornecimento de água do Rio Colorado para a região de Phoenix. A CAP utiliza um sistema complexo de canais, dutos e estações de bombeamento para transportar a água do Rio Colorado até Phoenix e outras áreas do Arizona. A água é armazenada em reservatórios e distribuída por meio de uma rede de tubulações. Os conflitos com a escassez de água são uma preocupação contínua para Phoenix e outras regiões do Arizona. A gestão da água enfrenta desafios, incluindo disputas com outras regiões, demanda crescente e a necessidade de conservação. A segurança e proteção das instalações do sistema de abastecimento de água também são considerações importantes. Em Denver no Colorado, que têm 2,9 milhões de habitantes, com o Departamento de Água e Energia de Denver (Denver Water) é uma agência pública responsável pelo fornecimento de água para a região metropolitana de Denver. Nos conflitos relacionados a água, Denver tem enfrentado desafios relacionados à escassez de água, especialmente durante períodos de seca prolongada. A cidade tem implementado medidas de conservação e buscado fontes alternativas de abastecimento para garantir a segurança hídrica.San Diego, Califórnia, com cerca de 1,4 milhão de habitantes, em San Diego County Water Authority (SDCWA) é uma agência pública responsável pelo fornecimento de água para a região de San Diego, a água do Rio Colorado é transportada para San Diego por meio do Sistema de Transporte de Água do Sul da Califórnia. O sistema inclui canais, tubulações e estações de bombeamento para transportar e distribuir a água na região. Nos conflitos relacionados a água, San Diego tem enfrentado desafios sérios relacionados à disponibilidade de água devido à seca e ao aumento da demanda. A diversificação das fontes de abastecimento, a conservação e a cooperação com outras agências têm sido medidas adotadas para garantir a segurança hídrica da região.

Com as alterações e conflitos aprofundados, de cunho histórico e étnicos. Várias tribos indígenas têm uma relação ancestral com o Rio Colorado e dependem dele para suas necessidades básicas, além de ser uma parte importante de sua cultura. Algumas tribos notáveis incluem os Navajos, Hopis, Pueblos e Utes, entre outras. Essas tribos têm reivindicações legais e direitos de água reconhecidos que estão envolvidos nas negociações sobre o uso da água do rio. Ao longo do tempo, comunidades hispano-americanas se estabeleceram em áreas próximas ao Rio Colorado, trazendo suas tradições culturais e dependendo dos recursos hídricos para agricultura e sustento. Essas comunidades também estão envolvidas nos conflitos relacionados ao acesso e uso da água do rio.Nas áreas irrigadas pelo Rio Colorado, há comunidades de agricultores que dependem da água do rio para irrigação de suas lavouras. Essas comunidades enfrentam desafios relacionados à disponibilidade e distribuição de água, especialmente durante períodos de seca. Além disso, as comunidades de pescadores também são afetadas pela diminuição do fluxo de água e pela redução da disponibilidade de peixes nativos.

O Rio Colorado enfrenta sérios desafios devido às alterações climáticas e suas consequências. Segundo um estudo do US Bureau of Reclamation, as mudanças climáticas estão reduzindo o fluxo de água no rio, comprometendo o abastecimento de água para milhões de pessoas que dependem dele, segundo o relatório do US Bureau of Reclamation. (2012). Modelos climáticos projetam que a região do rio enfrentará um déficit hídrico considerável, com uma diminuição significativa na quantidade de neve nas montanhas, que é a principal fonte de água para o rio, com base em Udall, B., Overpeck, J. G. (2017). Uma pesquisa publicada na revista Nature Climate Change alertou que a escassez de água no Rio Colorado pode se agravar nas próximas décadas. Os cientistas afirmam que “a disponibilidade de água na bacia do Rio Colorado será reduzida devido às mudanças climáticas” , Barnett, T. P., et al. (2008). Além disso, estudos liderados pela Universidade do Arizona apontam que as secas no Sudoeste dos Estados Unidos, incluindo a bacia do Rio Colorado, têm sido as mais severas em mais de 1.200 anos. Essas secas prolongadas afetam não apenas o fornecimento de água, mas também têm impactos econômicos significativos. De acordo com os pesquisadores, “a falta de água reduzirá a produtividade agrícola e aumentará os custos de produção, afetando negativamente a economia regional” Cook, B. I., et al. (2015), todos estes setores estão com uma preocupação crucial em adotar medidas de adaptação e mitigação para enfrentar os impactos das alterações climáticas no Rio Colorado.

Outro rio extremamente importante para a segurança hídrica nos Estados Unidos é Rio Columbia: Com cerca de 2.044 quilômetros de comprimento, o Rio Columbia atravessa os estados de Washington, Oregon e Idaho, antes de desaguar no Oceano Pacífico, no estado de Washington – o transporte fluvial no Rio Columbia, nos Estados Unidos, desempenha de fato um papel fundamental na competitividade do setor agrícola e na indústria de manufatura da região principalmente da indústria do salmão. Os relatórios da Administração Marítima dos Estados Unidos indicam que o transporte fluvial no Rio Columbia movimenta uma quantidade substancial de carga a cada ano, abrangendo uma variedade de produtos, como produtos agrícolas, minerais, produtos químicos e contêineres. Os produtos agrícolas transportados pelo rio incluem grãos, frutas, vegetais e outros produtos cultivados na região. A capacidade de transporte fluvial proporciona um meio eficiente e econômico de mover grandes volumes de produtos agrícolas para mercados locais e internacionais. Essa infraestrutura de transporte ajuda a garantir a competitividade dos agricultores locais, permitindo que eles levem seus produtos ao mercado de forma eficiente. Além dos produtos agrícolas, o transporte fluvial no Rio Columbia também movimenta minerais, como carvão, minério de ferro e outros minerais extraídos na região. Essa movimentação de carga contribui para o setor de mineração local e para a economia em geral. A indústria química também se beneficia do transporte fluvial no Rio Columbia, uma vez que diversos produtos químicos são transportados por meio dessa via. A capacidade de transportar grandes quantidades de produtos químicos de forma segura e eficiente contribui para o crescimento e desenvolvimento dessa indústria na região.Além disso, o transporte fluvial no Rio Columbia também é utilizado para o transporte de contêineres, atendendo às necessidades da indústria de manufatura local. Os contêineres permitem o transporte eficiente de mercadorias diversas, facilitando o comércio regional e internacional.

Na segurança hídrica e suas relações com a energética, as barragens do Columbia são: a Barragem Grand Coulee, localizada no estado de Washington, destaca-se como uma das maiores barragens dos Estados Unidos. Com uma capacidade de geração de energia de 6.809 MW, é operada pela Administração de Projetos de Obras Públicas (Bureau of Reclamation) e pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. A energia produzida por essa barragem beneficia cidades como Seattle, Spokane e Portland.A Barragem Bonneville, situada na fronteira entre os estados de Oregon e Washington, foi uma das primeiras barragens construídas no sistema do Rio Columbia. Com uma capacidade de geração de energia de 1.093 MW, é operada pela Administração de Energia Bonneville (Bonneville Power Administration). Além de fornecer energia hidrelétrica, seu sistema de eclusas permite a navegação fluvial. As cidades de Portland, The Dalles e Hood River são atendidas pela energia produzida por essa barragem.A Barragem The Dalles, também localizada no Rio Columbia, entre Oregon e Washington, é uma importante usina hidrelétrica com capacidade de geração de energia de 1.778 MW. É operada pela Administração de Energia Bonneville e fornece eletricidade para cidades como The Dalles, Hood River e partes do noroeste do Pacífico.A Barragem John Day, no estado de Oregon, desempenha um papel fundamental na geração de energia hidrelétrica e na regulação do fluxo de água para fins de irrigação e controle de cheias. Com uma capacidade de geração de energia de 2.160 MW, é operada pela Administração de Energia Bonneville. As cidades de Portland, Salem, e várias comunidades rurais são atendidas pela energia produzida por essa barragem.

Na concepção de segurança hídrica para abastecimento de água, Portland, localizada no estado de Oregon, é uma das maiores cidades da região e é abastecida pelo Rio Columbia. Aproximadamente 654.000 pessoas dependem do rio para o fornecimento de água. O abastecimento de água é gerenciado pela Portland Water Bureau, uma agência pública que opera os sistemas de captação, tratamento e distribuição de água potável. Embora Portland tenha enfrentado desafios relacionados à qualidade da água ao longo dos anos, esforços contínuos têm sido feitos para melhorar os processos de tratamento e garantir a segurança da água fornecida à população. Spokane, localizada no estado de Washington, é outra cidade que depende do Rio Columbia para seu abastecimento de água. Aproximadamente 217.000 pessoas são atendidas por esse sistema hídrico. A administração do fornecimento de água em Spokane é realizada pela Spokane Water Department, uma entidade pública responsável pela captação, tratamento e distribuição de água potável. No passado, a cidade enfrentou desafios relacionados à poluição do rio, que afetaram a qualidade da água. Medidas foram tomadas para melhorar a qualidade da água e proteger o abastecimento para a população.Vancouver: Vancouver, localizada no estado de Washington, é abastecida pelo Rio Columbia e atende a uma população de aproximadamente 183.000 pessoas. O sistema de abastecimento de água de Vancouver é gerenciado pela cidade, por meio do Vancouver Public Works Department. A cidade tem enfrentado desafios relacionados à disponibilidade de água devido ao crescimento populacional e ao aumento da demanda. Medidas de conservação e gestão sustentável da água têm sido adotadas para lidar com esses problemas e garantir o fornecimento adequado de água.

No que cerne o Rio Columbia e os conflitos, um dos conflitos mais notáveis ​​foi entre os povos indígenas e os colonizadores europeus. As tribos indígenas da região do Rio Columbia, como os Nez Perce, os Yakama, os Umatilla e os Warm Springs, têm lutado historicamente pela preservação dos seus direitos e acesso à água do rio, considerada fundamental para suas práticas culturais, pesca e subsistência. O tratado de 1855 entre as tribos indígenas e o governo dos Estados Unidos garantiu alguns direitos de pesca, mas esses direitos foram frequentemente violados devido à construção de barragens e outras interferências no fluxo do rio. Outro conflito importante envolveu agricultores e criadores de gado versus empresas hidrelétricas e ambientalistas. A agricultura e a pecuária dependem da água do rio para a irrigação das terras, enquanto as empresas hidrelétricas buscam o uso da água para a geração de energia. Esses interesses muitas vezes entraram em conflito, resultando em disputas legais e negociações sobre a distribuição da água.Um exemplo notório de conflito relacionado à água no Rio Columbia foi o caso United States v. Oregon, que se arrastou por décadas. Nesse caso, as tribos indígenas da bacia do Rio Columbia, juntamente com o governo federal, lutaram pela proteção dos seus direitos de pesca, ameaçados pelas barragens e represas que afetaram a migração dos peixes salmonídeos. Esse conflito envolveu múltiplas tribos e resultou em uma série de decisões legais, incluindo o estabelecimento de cotas de pesca e programas de recuperação de espécies.

No que cerne a perspectivas de alterações climáticas, De acordo com um estudo publicado na revista científica “Science Advances” em 2019, as alterações climáticas estão afetando o suprimento de água no Rio Columbia. O aumento das temperaturas e as mudanças nos padrões de precipitação estão reduzindo a quantidade de neve acumulada nas montanhas da região, o que afeta diretamente o fluxo de água doce no rio. Como resultado, espera-se que o rio tenha uma diminuição na vazão durante os meses de verão, afetando a disponibilidade de água para usos domésticos, agrícolas e industriais.Com o derretimento das geleiras também está contribuindo para a redução do suprimento de água no Rio Columbia. Um estudo realizado pela Universidade de Washington, publicado na revista “Geophysical Research Letters” em 2018, revelou que as geleiras da região estão perdendo volume a um ritmo acelerado devido ao aquecimento global. Esse derretimento das geleiras contribui para o aumento do fluxo de água no curto prazo, mas é uma fonte finita que está diminuindo rapidamente. No longo prazo, a redução das geleiras terá um impacto negativo no fluxo de água doce no rio.Essas alterações no regime de chuvas e o derretimento das geleiras também afetam a geração de energia hidrelétrica no Rio Columbia. O sistema de represas ao longo do rio é uma importante fonte de energia renovável na região, mas a diminuição do fluxo de água durante os meses de verão reduz a capacidade de geração de eletricidade. Um estudo publicado na revista “Environmental Research Letters” em 2021 destaca que as mudanças climáticas estão afetando a produtividade hidrelétrica no noroeste dos Estados Unidos, incluindo o Rio Columbia. Esses impactos nas condições hidrológicas do Rio Columbia têm consequências significativas para a vida selvagem e os ecossistemas dependentes do rio. Espécies de peixes migratórios, como o salmão, dependem das correntes de água adequadas para a desova e a sobrevivência de suas populações. A redução do fluxo de água e as alterações na temperatura da água podem prejudicar essas espécies e ter efeitos negativos em toda a cadeia alimentar. Portanto, as alterações climáticas estão afetando o Rio Columbia de várias maneiras, incluindo a redução do suprimento de água doce, o derretimento das geleiras e os impactos na geração de energia hidrelétrica. Essas mudanças têm implicações tanto para a disponibilidade de água para os usos humanos quanto para os ecossistemas dependentes do rio.

O último rio central nas discussões sobre conflito e segurança hídrica nos Estados Unidos é rio Ohio, Com um comprimento de aproximadamente 1.579 quilômetros, o Rio Ohio é uma das principais vias fluviais dos Estados Unidos. Sua bacia hidrográfica abrange uma área de cerca de 490.600 quilômetros quadrados, estendendo-se por uma grande parte do leste dos Estados Unidos. O Rio Ohio tem um fluxo médio de aproximadamente 15.140 metros cúbicos por segundo, o que demonstra sua importância como fonte de água doce para diversas atividades econômicas e abastecimento público. O Rio Ohio tem origem na confluência dos rios Allegheny e Monongahela, em Pittsburgh, na Pensilvânia. A partir desse ponto, o rio flui para o sudoeste, passando pelos estados da Virgínia Ocidental, Ohio, Kentucky, Indiana e Illinois, até se juntar ao Rio Mississippi perto da cidade de Cairo, no estado de Illinois. O Rio Ohio desempenha um papel crucial na hidrovia do sistema fluvial Mississippi-Missouri-Ohio, conectando várias regiões e facilitando o transporte de mercadorias ao longo de uma extensa rede de vias navegáveis internas.A dependência do Rio Ohio para o transporte comercial nos Estados Unidos é significativa. Relatórios e estudos realizados mostram que o sistema de transporte fluvial no Rio Ohio suporta empregos e gera uma produção econômica anual expressiva. Segundo um relatório do National Waterways Foundation, o sistema de transporte fluvial no rio Ohio sustentou mais de 600.000 empregos e gerou uma produção econômica anual de cerca de US$ 100 bilhões. O transporte fluvial no Rio Ohio é responsável pelo movimento de aproximadamente 120 milhões de toneladas de carga anualmente, incluindo grãos, minérios, produtos químicos, carvão e contêineres. O setor agrícola é um dos principais beneficiários do transporte fluvial no Rio Ohio. De acordo com dados do United States Department of Agriculture (USDA), uma porcentagem significativa das exportações de grãos dos Estados Unidos é transportada pelo sistema fluvial do Rio Ohio. Essa rota fluvial eficiente e econômica permite o escoamento dos grãos produzidos nas regiões centrais do país até os portos marítimos para exportação. Essa exportação de grãos desempenha um papel fundamental nas relações geopolíticas dos Estados Unidos, contribuindo para o equilíbrio comercial e a influência do país no mercado global de alimentos. Além disso, o transporte fluvial no Rio Ohio também beneficia outros setores da economia, como a indústria de energia, indústria química e a fabricação de produtos.

No quesito segurança energética mediante segurança hídrica, a barragem de Smithland, localizada no oeste do Kentucky, foi construída em 1966 pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos. Com uma capacidade instalada de 120 megawatts, essa barragem tem a função de controlar as enchentes no rio Ohio e também gerar energia elétrica. Ela abastece cerca de 97.000 residências na região, contribuindo para suprir a demanda energética local. Além disso, a Barragem de Smithland proporciona navegação segura no rio Ohio, auxiliando o transporte fluvial de cargas. Já a Barragem de Markland, localizada no sudeste de Indiana, foi concluída em 1964. Com uma capacidade instalada de 62,5 megawatts, ela também desempenha um papel importante na geração de energia elétrica. A Barragem de Markland atende a uma demanda energética significativa na região, fornecendo eletricidade para aproximadamente 32.000 residências e essa barragem auxilia no controle de enchentes, na navegação e na regulação do fluxo de água do rio Ohio.

Nos fatores de segurança hídrica levante em consideração o Rio Ohio, Em Pittsburgh, localizada na parte sudoeste da Pensilvânia, o Departamento de Águas de Pittsburgh é responsável por fornecer água potável para a cidade e seus arredores. A fonte principal de abastecimento de água é o rio Ohio, onde a estação de tratamento de água de Aspinwall captura, trata e distribui a água para a região. No entanto, a cidade de Pittsburgh enfrentou desafios históricos em relação ao preço médio do valor da água, principalmente devido a investimentos em infraestrutura para garantir a qualidade e a segurança do abastecimento.Cincinnati, localizada no sudoeste de Ohio, obtém sua água potável principalmente do rio Ohio. A Autoridade de Água e Esgotos do Condado de Cincinnati (Cincinnati Water Works) é a agência responsável pelo fornecimento de água para a cidade. Ela opera uma estação de captação e tratamento de água localizada no rio Ohio, próxima à Barragem de California. A água é tratada e distribuída para atender às necessidades da população de Cincinnati e áreas adjacentes. Quanto ao preço médio do valor da água, a cidade de Cincinnati tem enfrentado desafios semelhantes a outras regiões em relação a investimentos em infraestrutura e manutenção dos sistemas de abastecimento. Em Louisville, localizada no norte de Kentucky, o Departamento de Água e Esgotos de Louisville (Louisville Water Company) é responsável pelo abastecimento de água potável para a cidade. A água é captada do rio Ohio e passa por um processo rigoroso de tratamento na Estação de Tratamento de Água Crescent Hill, localizada próximo ao rio. A partir dessa estação, a água tratada é distribuída para atender às necessidades dos residentes de Louisville. Em relação ao preço médio do valor da água, Louisville também enfrentou desafios históricos, incluindo investimentos em infraestrutura e atualizações tecnológicas para garantir a qualidade e a disponibilidade contínua do abastecimento.

Os conflitos relacionados à água no rio Ohio ao longo da história envolveram diversas etnias e grupos étnicos, refletindo a complexidade das relações sociais e políticas na região. Um exemplo importante é o conflito conhecido como “Guerra da Água de Toledo” em 1835, que envolveu os Estados Unidos e o Canadá. Nesse caso, a etnia envolvida diretamente foi a anglo-americana, representada pelos colonos americanos que se estabeleceram na área e disputaram o controle do rio Ohio e seus recursos hídricos.Outro exemplo significativo é o conflito histórico entre os colonos brancos e as tribos indígenas nativas da região do rio Ohio. Durante o século XVIII, houve uma série de conflitos violentos conhecidos como as Guerras Indígenas do Noroeste, envolvendo principalmente tribos como os Shawnee, Miami, Delaware e outras. Essas tribos nativas resistiram à colonização e à perda de suas terras, que incluíam as áreas ao redor do rio Ohio e seus afluentes. Os conflitos foram motivados, em parte, pela busca de acesso à água e aos recursos naturais disponíveis na região.

Além dos rios, é importantíssimo colocar que a hidrografia, segurança hídrica e monitoramento de questões relacionadas aos conflitos pela água e questões climáticas se passam também por lagos. Começamos pelo Lago Superior é o maior dos Grandes Lagos dos Estados Unidos e desempenha um papel crucial na região. Localizado entre os estados de Michigan, Minnesota e Wisconsin, além da província de Ontário, no Canadá, o lago é uma importante fonte de água potável, habitat para uma variedade de espécies de peixes e um destino popular para recreação. As cidades costeiras, como Duluth (Minnesota) e Marquette (Michigan), dependem economicamente do turismo e da indústria pesqueira associados ao lago. Em termos hidrográficos, o Lago Superior tem uma área de aproximadamente 82.000 km² e uma profundidade máxima de 406 metros. Ele contém cerca de 11% do volume total de água doce do mundo. No entanto, as mudanças climáticas estão impactando o lago. Estudos indicam que as temperaturas da água estão aumentando, causando mudanças no ecossistema e no ciclo de vida das espécies nativas. Além disso, eventos extremos, como tempestades mais intensas e a formação de icebergs menos estáveis, têm sido observados. Essas mudanças podem ter impactos significativos nas atividades humanas e na biodiversidade do lago. Conflitos históricos relacionados ao Lago Superior envolveram principalmente as comunidades indígenas, como os Ojibwe, que lutaram pela preservação de seus direitos de pesca e de uso tradicional das águas. Esses conflitos foram abordados por meio de tratados e acordos, como o Tratado de La Pointe em 1842, que garantiram certos direitos às tribos nativas. Outro lago importante neste contexto é o Lago Michigan, um dos Grandes Lagos, é uma importante fonte de recursos naturais e desempenha um papel vital na economia e no abastecimento de água dos Estados Unidos. Localizado entre os estados de Michigan, Illinois, Indiana e Wisconsin, o lago é responsável por abastecer várias cidades com água potável e sustentar indústrias relacionadas à pesca, transporte marítimo e turismo. Cidades como Chicago, Milwaukee e Green Bay estão situadas às margens do lago e dependem economicamente dos seus recursos naturais. O Lago Michigan possui uma área de aproximadamente 58.000 km² e uma profundidade máxima de 281 metros. Ele contém cerca de 4% do volume total de água doce do mundo. Economicamente, o lago desempenha um papel fundamental no transporte marítimo de cargas, permitindo a conexão com outras partes dos Grandes Lagos e o Oceano Atlântico através do sistema de vias navegáveis. Além disso, o turismo ao longo das suas margens gera empregos e contribui para a economia local.No entanto, as mudanças climáticas estão afetando o Lago Michigan. O aumento da temperatura da água, as mudanças no nível do lago e a proliferação de algas são alguns dos impactos observados. Essas alterações podem ter consequências na qualidade da água, no habitat da vida selvagem e na saúde humana. Além disso, eventos climáticos extremos, como tempestades mais intensas, podem causar inundações costeiras e erosão das margens do lago.Historicamente, o Lago Michigan também foi palco de conflitos relacionados às comunidades indígenas, como os Potawatomi e os Ojibwe. Esses conflitos envolveram disputas de terras e recursos naturais, incluindo direitos de pesca e uso tradicional das águas.

Inteligência e Água nos Estados Unidos

O sistema de inteligência dos Estados Unidos (EUA) aborda a questão hídrica e as mudanças climáticas de várias maneiras. Uma das maneiras é coletar e analisar dados sobre recursos hídricos e mudanças climáticas. Isso ajuda o governo dos EUA a entender melhor os desafios que enfrenta e a desenvolver políticas para enfrentá-los.

O governo dos EUA também trabalha com outros países para abordar a questão hídrica e as mudanças climáticas. Isso inclui participar de acordos internacionais, como o Acordo de Paris, e fornecer assistência a países em desenvolvimento. O sistema de inteligência dos EUA também está trabalhando para desenvolver novas tecnologias para ajudar a lidar com a escassez de água e as mudanças climáticas. Isso inclui o desenvolvimento de novas formas de irrigação, tecnologias de dessalinização e sistemas de alerta de inundação.

Os principais relatórios e indícios de como o sistema de inteligência dos EUA está abordando a questão hídrica e as mudanças climáticas são: Relatório do Diretor de Inteligência Nacional de 2022: Este relatório identifica a água como uma das principais ameaças à segurança nacional dos EUA. O relatório afirma que as mudanças climáticas estão levando a uma escassez de água em muitas partes do mundo, o que pode levar a conflitos, instabilidade e deslocamento. Relatório do Departamento de Defesa de 2021 sobre Mudanças Climáticas: Este relatório afirma que as mudanças climáticas estão tendo um impacto significativo nas forças armadas dos EUA. O relatório afirma que as mudanças climáticas estão tornando mais difícil para as forças armadas treinar e operar, e que as mudanças climáticas também estão tornando mais provável que as forças armadas sejam envolvidas em conflitos relacionados ao clima. Relatório do Serviço Geológico dos EUA de 2020 sobre Água: Este relatório afirma que as mudanças climáticas estão causando um aumento no nível do mar, o que está levando a inundações e outras formas de danos. O relatório também afirma que as mudanças climáticas estão causando uma diminuição nos volumes de água, o que está levando a uma escassez de água.

O governo dos EUA está tomando medidas para abordar a questão hídrica e as mudanças climáticas. Essas medidas incluem a coleta e análise de dados, o trabalho com outros países e o desenvolvimento de novas tecnologias. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para lidar com esses desafios.

O sistema de inteligência dos EUA está abordando a questão hídrica e as mudanças climáticas, nas seguintes diretrizes: o governo dos EUA está trabalhando para desenvolver novas tecnologias que podem ajudar a lidar com a escassez de água. Por exemplo, o Departamento de Energia dos EUA está financiando pesquisas para desenvolver novas formas de dessalinização de água. O governo dos EUA está trabalhando para melhorar a gestão de seus recursos hídricos. Por exemplo, o governo dos EUA está investindo em projetos de conservação da água e restauração de pântanos. O governo dos EUA está trabalhando com outros países para abordar a questão hídrica e as mudanças climáticas. Por exemplo, os EUA estão cooperando com o Canadá para desenvolver novas tecnologias para lidar com a escassez de água.

O sistema de inteligência dos EUA está comprometido em abordar a questão hídrica e as mudanças climáticas. Eles estão trabalhando para coletar e analisar dados, desenvolver novas tecnologias e cooperar com outros países para enfrentar esses desafios.

Lucas Tonaco – secretário de Comunicação da FNU, dirigente do Sindágua-MG, acadêmico em Antropologia Social e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

 

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