A resistência do movimento gaúcho à privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) foi a tônica do encontro da direção do Sindiágua/RS na quinta-feria, 12, em Porto Alegre.

“A Companhia só não foi privatizada pela organicidade e mobilização da categoria junto com seu sindicato”, registrou o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Amarildo Censi, na abertura do encontro que reuniu representantes sindicais de todas as regiões do estado.

O sindicalista observou que a ofensiva dos grandes grupos econômicos se dá sobre os serviços públicos que dão lucro, não nos que dão prejuízo, destacando o impacto no desmonte de políticas públicas com a privatização do saneamento.

“Primeiro ocorre o processo de sucatear para justificar a venda como ocorreu com a CEEE”, lembrou Censi. Ele sublinhou que a mobilização do Sindiágua está muito acima da pauta sindical por defender o acesso ao saneamento público de qualidade. “A luta deste sindicato se confunde com a Corsan por fazer a defesa da vida e da saúde”, completou. Ele enfatizou que a mobilização envolveu os usuários, valorizando a prestação desses serviços com controle social.

O dirigente da CUT acentuou que o país vive o golpe de Estado aplicado em 2016 com o extermínio dos serviços públicos e a subordinação da nação brasileira para transformá-la em serviçal do capital especulativo. Entre os desafios para o futuro Censi enfatizou a necessária revogação do teto de gastos e a tributação das grandes fortunas, entre outras prioridades de um governo progressista.

O primeiro dia do encontro, que segue durante todo o dia de amanhã, teve ainda um diálogo com a assessoria jurídica explanando as ações impetradas em decorrência das possíveis irregularidades e atropelos cometidos pelos atuais gestores da Corsan no açodamento para vender as ações da companhia.

Construção coletiva

As lideranças sindicais das regiões trouxeram suas considerações sobre as estratégias da entidade frente aos novos desafios deste ano.

Para o presidente Arilson Wünsch, a escuta direta e o diálogo com as diferentes visões dos representantes regionais bem como a direção de base fortalece as decisões sobre os rumos a partir da participação. “Nossa mobilização e luta continuam em todo o estado mostrando que o saneamento público é fundamental para o atendimento às comunidades. Sabemos que entregar à iniciativa privada piora a qualidade, encarece o serviço e prejudica a vida da população, especialmente os mais vulneráveis”, concluiu.

Fonte: Ascom Sindiágua-RS