A Federação Nacional dos Urbanitários , por meio do Coletivo Nacional das Mulheres Urbanitárias – CNMU, externa seu total apoio e solidariedade a líder rural e sindicalista Gislane Souza Soares, vice-presidenta da FETAGRI-PA – Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Pará, e denuncia e repudia às ameaças anônimas de morte que a mesma vem sofrendo em decorrência do exercício de sua atividade.

Há quase dois meses Gislane Souza Soares é vítima de ameaças de morte, de forma continuada, para que deixe o cargo que ocupa na FETAGRI-PA, eleita de forma democrática pelo colegiado da instituição, em março deste ano (2021). As ameaças têm sido estendidas também aos seus parentes e, em 21 de junho último, houve um atentado à tiros, disparados contra a residência da sua família.

O CNMU conclama que as instituições públicas de Estado utilizem de todos os meios para resguardarem a proteção da integridade física de Gislane e de seus familiares, seu direito no exercício de sua atividade sindical, assim como, façam todos os esforços possíveis no intuito de identificar os criminosos e que os mesmos respondam dentro do que estabelece a lei.

As mulheres urbanitárias enfatizam, ainda, que o caso de Gislane reflete a triste realidade que muitas mulheres têm enfrentado para trabalhar dentro do movimento sindical e invocam a necessidade do engajamento de todos, homens e mulheres, na luta pelo combate a todas as formas de violência e pelo fim das violações de direitos de gênero, pois muitos têm sido os relatos de companheiras que sofrem todo tipo de perseguição, pressão psicológica, assédios e desqualificação de nosso trabalho, desde o administrativo até o político.

As mulheres estão sempre sendo subestimadas e subjugadas e, na maioria das vezes, silenciadas. Muitas de nós só conseguem ser notadas e ouvidas quando a situação chega ao extremo de sofrermos ameaças físicas. A realidade é que muitas mulheres estão morrendo aos poucos, adoecendo física e psicologicamente, vítimas do medo, da ansiedade, da crise de pânico e da depressão. Embora já estejamos muito cansadas de notas de repúdio e solidariedade para situações como essas, sabemos que esse ainda é um dos poucos meios que temos para seguir pedindo socorro e atenção para encararmos o problema de frente.

A situação de muitas mulheres dentro dos nossos espaços de trabalho é grave e precisa de ações efetivas das entidades para combater todo desrespeito e violência que temos enfrentado, e garantir que possamos trabalhar em segurança na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Reiteramos, à Gislane Souza Soares e sua família todo nosso apoio, solidariedade e acolhimento.

Continuamos na luta e resistência.

Leila Luiz
Secretária da Mulher da FNU
Coletivo Nacional das Mulheres Urbanitárias