Crítica à reforma trabalhista, pato da FIESP e “coxinhas” integram samba enredo de escola de samba Paraíso do Tuiuti do grupo das escolas especiais do Rio de Janeiro. E ainda que sejam muitas as contradições a que estão submetidos os desfiles de escolas de samba, é muito interessante que a Escola escancare numa das maiores festas do mundo importantes questões que afligem a população brasileira.

A escola da samba Paraíso do Tuiuti do grupo das escolas especiais do Rio de Janeiro, do bairro de São Cristóvão, escolheu seu tema para o carnaval de 2018: os 130 anos da abolição da escravidão. A escola faz aniversário justamente no dia 13 de maio.

Aproveitando o tema o carnavalesco Jack Vasconcelos vai falar sobre a situação política no Brasil denunciando o Golpe de Estado e retratando, como ele diz, a escravidão moderna.

A escola divulgou que algumas de suas fantasias serão um homem com a camisa da CBF segurando uma panela, sentado em um pato de borracha da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) com uma mão por trás segurando-o como uma marionete. A fantasia tem o nome de “manifentoches”. É uma clara alusão aos “coxinhas” que bateram panela, fizeram manifestação pelo impeachment apoiados pela FIESP. Uma crítica muito oportuna para a situação atual.

Guerreiro da CLT

Em outra fantasia também muito inspirada, chamada “Guerreiro da CLT”, um operário com seis braços segurando ferramentas e empunhando como escudo a carteira de trabalho bastante destruída. É uma crítica direta à reforma trabalhista golpista.

A situação dos trabalhadores brasileiros se agrava hoje em meio a um cenário pós-golpe institucional, que trouxe uma série de “reformas” visando a tentar “sanar” a crise econômica, porém pela via de jogá-la nas costas da população para agradar grandes empresários que não estão dispostos a largar mão de seus lucros, acabando, por exemplo, com a CLT como manda a reforma trabalhista.

Tendo como cenário como pano de fundo, a situação dos trabalhadores brasileiros que se agrava hoje em meio a um cenário pós-golpe institucional, o desfile contará com uma crítica ao golpe e suas consequências.

Um dos motivos da direita não gostar do carnaval e sempre criar uma lei e medida para boicotar o carnaval em diversos lugares e anos, deve-se ao fato de ser uma festa popular, onde o povo se manifesta de acordo com que pensa e sente, extravasando as angústias e a indignação que ao longo do ano sofre. E ainda que sejam muitas as contradições a que estão submetidos os desfiles de escolas de samba, por conta do balcão de negócios que os capitalistas buscam transformar essa expressão cultural construída nas comunidades, é muito interessante que a Escola escancare numa das maiores festas do mundo importantes questões que afligem a população brasileira. (com informações: Esquerda Diária e Causa Operária)