Os trabalhadores e trabalhadoras da Cosanpa decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (13). A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta quarta-feira (7) em Belém e nas regionais.
A greve foi a única alternativa encontrada pela categoria já que durante as negociações entre o Sindicato dos Urbanitários e a Cosanpa, os representantes da empresa insistiram em manter propostas inaceitáveis que só prejudicam os trabalhadores e trabalhadoras.
A pauta de reivindicações da categoria foi enviada pelo Stiupa à Cosanpa no dia 26 de fevereiro. As negociações só iniciaram em maio depois de muita pressão da entidade sindical. Na rodada do dia 21 de maio, os representantes da empresa apresentaram uma proposta no mínimo absurda. Além de propor reajuste zero a salários e demais cláusulas econômicas do acordo, a direção da Cosanpa quer excluir nove cláusulas do ACT e ainda reduzir efeitos de outras cláusulas.
A proposta do presidente da empresa, José De Angelis, consegue ser pior que as que vimos durante negociações realizadas nos anos em que o PSDB governava o estado. O chefe da Casa Civil, Iran Lima, em reunião com o Stiupa no dia 28/06, afirmou que a posição intransigente do presidente da Cosanpa não seria uma decisão de governo e que ele estaria agindo segundo suas próprias convicções.
No final da manhã desta quarta-feira (7) foi realizada uma reunião entre o Sindicato e a empresa, mediada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), na tentativa de resolver o impasse e recomeçar as negociações da pauta de reivindicações, mas não houve avanços.
O procurador geral do estado, Ricardo Seffer, se comprometeu em conversar com o governador Helder Barbalho para tentar resolver o impasse. Até o fechamento desta edição, final da tarde desta quarta-feira (7), não houve contato com a entidade sindical.
Mas, em relação ao governo cabe perguntar: será que realmente Helder Barbalho não sabe o que está acontecendo na Cosanpa? Não sabe o que o De Angelis anda fazendo na empresa? O governador apoia ou vai continuar apoiando essas atitudes?
Diante deste cenário, não há outra atitude a tomar que não seja a utilização do direito constitucional de greve para mostrar a essa diretoria e ao governo que os trabalhadores e trabalhadoras da Cosanpa não aceitam retirada de direitos e que vão lutar para melhorar as condições de trabalho e de vida que já estão aviltadas pela carestia causada pela pandemia.
Cumprindo a legislação, o Sindicato dos Urbanitários já enviou ofício à empresa informando a decisão de greve da categoria. O aviso à população será publicado em jornal de grande circulação nesta sexta-feira (9).

Fonte: Ascom Cosanpa