Está em curso um plano muito ambicioso e nocivo para o Brasil. Governo Temer quer mudar a legislação do setor elétrico, acabar com a cotização, vender ativos e pulverizar ações na bolsa de valores para vender 51% das ações da maior empresa de energia elétrica da América Latina, privatizando a empresa para retirar direitos, benefícios e demitir em massa.

A campanha salarial este ano promete ser uma das mais difíceis. Com a reforma trabalhista aprovada pelo governo Temer no ano passado, a intenção agora da equipe econômica é enxugar, em tudo que for possível, os custos das empresas do grupo Eletrobras. Menos os privilégios da direção da empresa e as contratações sem licitações. Esses devem ser blindados pela Presidência da Eletrobras. Diante disso, a categoria eletricitária este ano terá o grande desafio de lutar contra vários tipos de retrocessos.

O dirigente sindical do STIU-DF, Flávio Henrique Figueiroa, avalia que a causa de todos os retrocessos que podem ser colocados pela direção da empresa nesta Data Base é a privatização da Eletrobras. A única saída da categoria, segundo ele, é lutar e resistir contra esses ataques sistemáticos.

“Não temos outra alternativa senão lutar contra todas essas ofensivas do governo. Muitas coisas estão em jogo. A segurança energética, a qualidade e a eficiência do serviço prestado à população, a soberania nacional, assim como os nossos empregos e benefícios”, alerta Figueiroa. “Nesse momento é fundamental que toda a categoria esteja unida e mobilizada contra esses ataques”, acrescenta.

No ano passado, a Eletrobras fez o Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI) e neste ano fará o Plano de Demissão Consensual (PDC). Ainda está previsto para ser implementado em 2018 o Centro de Serviço compartilhado (CSC). O objetivo, claro, é reduzir o quadro de trabalhadores de 24 mil para 12, tornando a empresa mais atrativa ao capital privado.

“Está em curso o plano de enxugar brutalmente o quadro de trabalhadores e trabalhadoras das empresas do grupo Eletrobras. Dessa forma, milhares de pessoas ficarão desempregadas e outras ficarão sobrecarregadas com essa velada demissão em massa”, alerta do diretor do STIU-DF, Wandyr Ferreira.

Outro ponto muito controverso foi o interesse da Eletrobras de acabar, no início deste ano, com o direito dos trabalhadores, ainda previsto na CLT, de converter 1/3 das férias em abono pecuniário. Mas a mobilização da categoria e pressão da entidade sindical fez com que a direção da empresa recuasse.

A primeira rodada de negociação estava prevista para acontecer no dia 27 de fevereiro, mas foi adiada para 15 de março. Na ocasião, os representantes da empresa não levaram nada para negociar na mesa. No entanto, aceitaram proposta dos dirigentes sindicais para prorrogar o ACT por 30 dias. O Acordo, que venceria no dia 30 de abril, será prorrogado até o dia 30 de maio. Isso porque a súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que previa essa garantia foi suspensa pelo STF.

A 2ª rodada aconteceu no dia 4 de abril e como não foi apresentado nada novomente, a categoria prepara mobilização Nacional no próximo dia 16/4.

“Está claro que estão querendo empurrar a negociação com a barriga para ganhar tempo e até levar a Data Base para dissídio. A direção da empresa fará de tudo para retirar nossos direitos e benefícios. A nós, enquanto categoria, só nos resta lutar com a maior intensidade possível”, avalia o dirigente sindical, David Oliveira. (fonte: Jornal Energia Alerta – via Stiu-DF)