A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) manifesta repúdio à decisão do governo do Estado do Piauí, que autorizou a demissão de aproximadamente 300 trabalhadores da Agespisa, em um ato que atinge diretamente pais e mães de família, muitos com décadas de dedicação ao serviço público de saneamento básico.

A decisão do governador Rafael Fonteles (PT), além de contraditória com o compromisso histórico que o partido tem com a classe trabalhadora, representa uma profunda violação aos princípios de justiça social, valorização do trabalho e respeito aos serviços públicos essenciais. A medida foi tomada sem diálogo com os sindicatos e sem qualquer transparência com os trabalhadores, que foram surpreendidos com os desligamentos em massa.

A Agespisa, com mais de 60 anos de atuação no Estado, sempre cumpriu papel estratégico na garantia do direito à água e ao saneamento para milhares de piauienses. Seu corpo técnico é composto por profissionais experientes, que ajudaram a consolidar um serviço essencial à saúde e à dignidade da população. Ainda assim, o governo estadual optou por entregar a empresa à iniciativa privada, em um processo de privatização avaliado em R$ 1 bilhão, mesmo diante de levantamentos técnicos que apontam que o patrimônio real da companhia ultrapassa os R$ 4 bilhões.

As demissões na Agespisa, somadas às centenas de desligamentos promovidos no início do ano por meio de um programa de “desligamento voluntário” sob denúncias de assédio moral, refletem uma política de desmonte e descaso com os trabalhadores e com a população.

A FNU reafirma sua solidariedade aos trabalhadores da Agespisa e suas famílias, exige a imediata suspensão das demissões e a reabertura de diálogo com os sindicatos. Reafirmamos também nossa luta em defesa do saneamento como direito humano e bem público, e não como mercadoria para gerar lucros às custas do sofrimento dos trabalhadores e da exclusão social.

21 de maio de 2025

Federação Nacional dos Urbanitários – FNU