Urbanitários de várias partes do Brasil se somaram aos milhares de trabalhadores que se reuniram, nesta terça-feira (29/4), em Brasília, na Marcha Nacional da Classe Trabalhadora.

A marcha em Brasília terminou no final desta manhã. Ela foi organizada pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Publica e Intersindical Central.

O presidente da FNU, Pedro Damásio, presente a Marcha, destaca a importância da união dos trabalhadores e de estarem mostrando sua força para defender sua pauta de direitos.

pauta da classe trabalhadora que está sendo entregue  ao presidente Lula, ao Congresso Nacional e aos ministros do Supremo e do Trabalho, uniu trabalhadoras de diferentes áreas, idade e cidades. Até mesmo quem não tem carteira de trabalho assinada fez questão de defender as reivindicações que vão favorecer milhões de brasileiros e brasileiras, independentemente de idade e atuação profissional.

O objetivo da Pauta é, ao estabelecer prioridades para 2025, ser um referencial do movimento sindical para orientar mobilizações, negociações e atuações institucionais em níveis nacional, regional e setorial.

Entre as 26 reivindicações e proposições que estarão na pauta dos trabalhadores e das trabalhadoras, quatro se destacam: a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim da escala 6 x 1; a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.

A redução da jornada sem redução salarial é pauta histórica da CUT. Hoje a carga horária autorizada no país é de 44 semanais. A CUT defende a redução para 40 horas semanais, desde que seja respeitada a jornada de categorias, que por meio de convenções coletivas já conquistaram cargas menores ou escalas especiais como, por exemplo, os trabalhadores da saúde.

A redução de jornada sem redução salarial além de trazer benefícios à saúde do trabalhador dando tempo para que ele invista na atenção à sua família, no lazer ou em seus estudos, traz benefícios à economia do país como um todo, gerando mais empregos e renda. Já em 2009 um estudo do Dieese apontava que a redução da jornada pode abrir vagas de emprego para cerca de 3 milhões de trabalhadores.

O fim da escala 6 X 1 também faz parte da pauta da classe trabalhadora. Ela se complementa com a redução de jornada sem redução salarial. Ambas são essenciais para a boa saúde física e mental dos trabalhadores e aumenta as oportunidades no mercado de trabalho para todos.

A isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil também está na pauta. A CUT lançou uma nota afirmando que a isenção sobre a renda para trabalhadores e trabalhadoras que recebem até R$5.000,00, alivia o bolso daqueles que mais contribuem para o desenvolvimento do Brasil e que hoje pagam mais impostos.

A tributação dos rendimentos superiores a R$50.000,00 (cinquenta mil), é um passo necessário para enfrentar a desigualdade social no Brasil, assim como a trava nos benefícios fiscais, que em caso de déficit primário nas contas do governo, proíbe a criação, ampliação ou prorrogação de benefícios tributários, diz trecho da nota.

Uma nota técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o acréscimo anual na renda pode chegar a R$ 4.170,82 de quem ganha até R$ 5 mil. Já a isenção beneficiará 9,6 milhões de pessoas, e garantirá desconto adicional para quem ganha de R$ 5.000,01 a R$ 6.999,99, reduzindo a carga das menores rendas, de acordo com estudo da Unafisco Nacional.

A taxação dos super-ricos é fundamental para o país ter mais justiça tributária e social. O tema vem sendo debatido pela CUT há muitos anos. Em 2020, durante a pandemia da Covid-10, o presidente da Central Sergio Nobre já ressaltava que “esse tema nunca foi levado adiante, desde 1988, por causa da pressão de empresários e banqueiros sobre o Congresso. Eles são os detentores de grandes fortunas e não querem pagar impostos”.

Atualmente a maior parte da renda dos mais ricos vem de lucros e dividendos de suas empresas e negócios, uma renda isenta de imposto. Enquanto um trabalhador que ganha acima de dois mínimos é obrigado a pagar o tributo, um grande empresário, banqueiro ou investidor que recebem fortunas em lucros e dividendos possui inúmeras formas de até não pagar nada sobre tais valores.

Com informações do Portal CUT

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