A Asef entende que a votação dos acionistas realizada em janeiro deve ser anulada até o julgamento de uma ação do governo federal que questiona a redução do poder de voto da União na Eletrobras

Associação de Empregados de Furnas (Asef) recorreu da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu aval para a realização da Assembleia-Geral Extraordinária (AGE) da Eletrobras na qual foi aprovada a incorporação de Furnas ao capital da companhia, em janeiro deste ano. O recurso será avaliado pelo próprio Moraes, que é relator da ação.

A decisão foi tomada em janeiro a pedido da Eletrobras. O ministro determinou a cassação de liminares proferidas durante o plantão judicial por desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) que haviam suspendido a realização da AGE.

Votação dos acionistas

A Asef entende que a votação dos acionistas realizada em janeiro deve ser anulada até o julgamento de uma ação do governo federal que questiona a redução do poder de voto da União na Eletrobras. O caso tramita no Supremo. Em dezembro de 2023, o ministro Kassio Nunes Marques enviou o processo para conciliação e fixou prazo de 90 dias para a tentativa de solução consensual entre as partes.

A União detém 43% da Eletrobras, mas seu poder de voto é limitado a 10%. A ação que questiona essa trava foi ingressada pela Advocacia-Geral da União (AGU) em 5 de maio do ano passado. O órgão quer que o poder de voto seja proporcional à participação na empresa.

Estatização da Eletrobras

A medida foi vista como uma manobra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para “reestatizar” a Eletrobras. A lei que proíbe acionistas de terem poder de voto superior a 10% tem o objetivo de impedir o controle da estatal por blocos econômicos, mas o governo reclama que a União perdeu poderes políticos.

A Asef argumenta que a convocação da AGE se deu “em momento de grave instabilidade jurídica” e que a definição acerca da incorporação de Furnas pode “impactar negativamente tanto a Asef enquanto acionista minoritário da empresa, como todo o setor elétrico brasileiro”.

Fonte: Exame.com