Mais uma vez, os trabalhadores da CPFL Paulista e da CPFL Piratininga realizaram uma grande mobilização para pressionar a reabertura da mesa de negociação. O ato desta segunda-feira (25) foi em frente à sede da companhia, em Campinas. Em assembleias realizadas em meados deste mês, os trabalhadores rejeitaram a proposta apresentada como “final” pela empresa. As duas companhias têm 1º de junho como data-base. A Polícia Militar (PM) foi acionada e interferiu ao tentar retirar uma das faixas que fazia parte da mobilização pacífica que pleiteou avanços na proposta da patronal.

Esta é a segunda longa assembleia realizada no intervalo de uma semana e faz parte do plano de lutas aprovado pelos trabalhadores, que também decidiram lançar uma campanha unificada, com o mote “Reabram Já as Negociações”. O objetivo dela é fortalecer a luta por aumento real de salários e benefícios econômicos, além de melhores condições de trabalho e mais qualidade de vida. A primeira mobilização de duas horas aconteceu no último dia 18 simultaneamente nas unidades da CPFL Paulista e das geradoras CTG Paraná, CTG Paranapanema e Cesp.

Ato deste dia 25

Durante o ato desta segunda (25), organizado pelo Sinergia Campinas, Sinergia Bauru, Sinergia Rio Preto e Sinergia Araraquara, que fazem parte do Projeto Sinergia CUT, e que aconteceu em frente à sede da CPFL Paulista, várias outras entidades sindicais e sociais manifestaram apoio.

São elas: o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto de Campinas e Região (Sindae), o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) Campinas, o Sindicato da Construção Civil de Campinas e Região, o Sindicato dos Químicos Unificados, o Sindicato dos Professores de Santa Bárbara d’Oeste (SindProSBO), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

A Federação Regional dos Urbanitários do Sudeste (Fruse), que engloba entidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, também participou do ato. O presidente da Federação, Esteliano Pereira Gomes Neto, que também é vice-presidente do Sinergia Campinas, ressaltou a necessidade de as empresas reconhecerem e valorizarem financeiramente seus trabalhadores. “Nos momentos de crise, tanto hídrica quanto pandêmica por causa da covid-19, os trabalhadores jamais se furtaram de trabalhar e colocar a empresa no lugar de excelência”.

Em entrevista à Rádio Noroeste, o presidente do Sinergia Campinas, Claudinei Donizeti Ceccato, disse que o ato desta segunda faz parte de plano de luta para sensibilizar a empresa a reabrir a mesa e considerou desnecessário o acionamento da PM.  “Não é necessário, não é caso de polícia (…)  Nós só queremos negociar e fechar um acordo comum  entre as partes”, disse.  Acrescentou que não é apenas a questão econômica que está sendo reivindicada, já que a pauta dos trabalhadores envolve também condições de trabalho, como o home office.

As duas mobilizações, a dos últimos dias 18 e 25, são apenas etapas do plano de luta pela reabertura imediata das negociações e pela valorização dos trabalhadores, que são os grandes responsáveis pelos altos lucros das empresas. Na avaliação da direção do Sinergia CUT, “enquanto o dinheiro dos trabalhadores diminui diante do custo de vida, o lucro dos acionistas só aumenta. Por isso, é preciso exigir um significativo reajuste salarial, a manutenção das conquistas anteriores, a geração de empregos e a garantia de mais qualidade de vida aos eletricitários”.

Para os dirigentes sindicais, também é preciso lutar para fortalecer a categoria e as negociações coletivas. As duas mobilizações aconteceram no início do expediente. Desta vez, a sede foi escolhida porque a empresa havia se articulado para tentar esvaziar a mobilização ao presumir que seria realizada nas Estações Avançadas (EAs). Veja vídeo abaixo do diretor Administrativo e Financeiro do Sinergia Campinas, Sidney Mendes da Silva, sobre a mudança de estratégia. Trabalhadores da CPFL, valeu pela unidade e luta!

Fonte: Nice Bulhões, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT