Em documentos enviados a instituições, o Coletivo Nacional dos Eletricitários afirmava que os riscos de falhas e até de colapso poderiam ser causados por fatores como a demissão em massa e intervenções realizadas sem aprovação pelo ONS

Duas semanas antes do apagão, que desestabilizou o Sistema Nacional Integrado, no dia 16, representantes de trabalhadores do setor elétrico nacional alertaram a direção da Eletrobras, o Operador Nacional do Sistema, a Agência Nacional de Energia Elétrica e o Ministério de Minas e Energia sobre a possibilidade do evento acontecer.

Em documentos enviados às instituições, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) – entidade que congrega sindicatos, federações, confederação e associações de trabalhadores- , afirmava que os riscos de falhas e até de colapso poderiam ser causados por fatores como a demissão em massa e intervenções realizadas sem aprovação pelo ONS.

Em um dos ofícios, por exemplo, a entidade dizia que houve cancelamentos de intervenções necessárias em equipamentos que refletem diretamente na “confiabilidade e disponibilidade operacional dos ativos”, o que poderia resultar em desligamentos com interrupções de cargas.

Um problema como esse aconteceu em um transformador em uma unidade geradora da Eletrobras, ainda no dia 30 de junho. Uma carga de 400 MW foi interrompida, por um suposto vazamento de óleo.

Em depoimento a deputados, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema afirmou que o apagão foi causado por uma falha técnica no tempo de resposta de um regulador de tensão, responsável por manter a constância do fornecimento.

Segundo Carlos Ciocchi, a anormalidade foi após a reprodução do evento em estudos preliminares do ONS. O problema no aparelho teria sido o estopim para a desconexão nacional, que afetou 27% do consumo nacional de energia naquele momento.

O apagão afetou 25 estados e o Distrito Federal, com exceção apenas de Roraima, que ainda não está no Sistema Interligado Nacional. A falha foi identificada na região do Nordeste e os técnicos decidiram desligar os setores do Sul e Sudeste para evitar que esse problema pontual aumentasse e acabasse danificando equipamentos por sobrecarga.

Em paralelo à apuração do ONS, o Ministério de Minas e Energia acionou o Ministério da Justiça, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para apurar o incidente.

Na quinta-feira (31), duas semanas após a falha na geração de energia do último dia 15, a pasta oficiou a Eletrobras para avaliar a possibilidade de suspensão do Plano de Demissão Voluntária da Empresa.

BandNews FM tenta contato com a Agência Nacional de Energia Elétrica, o Ministério de Minas e Energia, a Eletrobras e com o Operador Nacional do Sistema.

Fonte: BandNews