A Copasa e seu acionista majoritário, o Governo Zema, decidiram não participar de licitação da Prefeitura de Nanuque-MG e se esquivam da responsabilidade de prestar serviços de saneamento à população deste município, deixando livre o caminho para serem explorados pela iniciativa privada.

O presidente do SINDÁGUA, Eduardo Pereira, esteve em Nanuque, reunindo-se com 36 trabalhadores na Copasa, reiterando nosso compromisso de defender os empregos através de remanejamento para outras localidades operadas pela empresa, mas também esclarecendo para grande parte dos vereadores os severos impactos que o município sofrerá com a exploração privada de um serviço essencial para a saúde da população.

Além de perder trabalhadores treinados, técnicos e todo o suporte de uma empresa estadual para prestar e assumir a responsabilidade por serviços de qualidade no abastecimento de água tratada, captação e depuração de esgotos antes de retorná-lo à natureza, abrir mão da Copasa representará também para o município uma grande perda de recursos econômicos. Os direitos hoje estabelecidos para trabalhadores na Copasa definitivamente não são ofertados por empresa exploradora de mão de obra e o município não verá mais circulando recursos no comércio local.

Considerando 36 trabalhadores lotados hoje em Nanuque, estes companheiros fazem circular no município, apenas com cesta-básica, cartão refeição e cesta de Natal, exatos R$ 685.759,32 anualmente, sem levar em conta a proteção familiar com plano de saúde, que mantém vivos médicos e clínicas conveniados, além de gastos na rede hoteleira pelo suporte da empresa no município. Não levaram também em conta salários decentes, gastos em Nanuque pelos trabalhadores na Copasa, que seguramente passarão ao nível da exploração de empresas privadas que visam lucro. Sem a Copasa, o município empobrece não apenas na qualidade de serviços de saneamento e de saúde, mas também economicamente.

Eduardo Pereira, presidente do SINDÁGUA, já notificou a Copasa sobre a necessidade vital de preservar os empregos, em caso de perda da concessão, com transferências dos trabalhadores para locais onde existem carências de mão de obra e sobrecarga para atender as demandas. Destacou que a empresa opera em 629 municípios com profunda defasagem no quadro de pessoal, o que permite o necessário remanejamento, preservando a qualidade técnica e operacional na prestação de serviços. Demonstrou ainda desapontamento com “os prejuízos para a população de Nanuque”, ressaltando que “não poderia o Estado, o seu maior acionista, a seu juízo, ficar omisso em deixar o saneamento deste município cair na contramão do que ocorre no mundo”.

Fonte: Ascom Sindágua-MG