A Secretaria Estadual da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-Rio) vem a público se solidarizar com as mulheres que foram vítimas do abuso sexual praticado pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti (RJ).
As mulheres, todas pacientes e impossibilitadas de se defender por estarem sob efeito anestésico, em situação de vulnerabilidade, foram vítimas de violência sexual, obstetrícia e institucional, tendo em vista que o médico – profissional que deveria passar confiança e segurança – é um representante do Estado.
O momento exige empatia e acolhimento às vítimas dessa barbárie que precisam do apoio dos familiares, principalmente dos maridos, da sociedade e da equipe médica e de assistência social para lidar com esse trauma.
Esse é o tipo de crime cometido contra todas nós, mulheres, não somente às pacientes. O abusador não escolhe nomes nem rostos. As vítimas são pessoas anônimas e escolhidas ao acaso, em momentos nos quais o acusado ficava sozinho para agir.
Também cumprimentamos as enfermeiras guerreiras que conseguiram filmar as cenas de abuso sexual contra as pacientes. Tudo isso pelo instinto de proteção a outras mulheres e pela ética profissional na qual juraram defender. Instamos que elas não sofram nenhum tipo de punição ou sanção a longo prazo por terem exposto o médico criminoso.
Manifestamos também o nosso repúdio à conduta delituosa e covarde desse profissional de saúde. É importante deixar claro que não se pode generalizar o comportamento de um indivíduo pelo dos demais.
Instamos para que o caso seja investigado e solucionado com a maior brevidade possível e, se comprovadas as acusações, que Giovanni Quintella Bezerra tenha seu registro profissional cassado. Mais ainda: urgimos ao Poder Judiciário que não o conceda prisão domiciliar nem o permita responder em liberdade. É dever moral mantê-lo em custódia para garantir a integridade das investigações sem possível coação a testemunhas e para que esse caso repugnante sirva de exemplo para uma sociedade cansada de injustiças e descasos.
Fonte: Secretaria Estadual da Mulher Trabalhadora