Na tarde da última quinta-feira (26/05), representantes da Embasa e do Sindae se reuniram pela quarta vez para tratar do Acordo Coletivo de Trabalho – ACT 2022/2023, mas a reunião terminou sem muitos avanços. Apesar da resistência da diretoria da empresa, foram discutidas alterações nas redações de algumas poucas cláusulas, mas sem nenhuma sinalização de avanço por parte da Embasa.

Durante a reunião a empresa reapresentou uma proposta de reajuste de 8%, acrescido da incorporação de R$ 200,00 nos salários base dos (as) trabalhadores (as), e esclareceu que esse mesmo percentual de 8% seria aplicado apenas para o vale alimentação, ficando congeladas todas as demais cláusulas econômicas do ACT.

Embora tenha ocorrido uma mudança nas proposições colocadas pela Embasa, saindo o reajuste de 4% para 8% (oito por cento) sobre os salários base, ela reduziu de R$ 300,00 para R$ 200,00 o valor a ser incorporado. Além disso, na primeira proposta seria aplicado reajuste de 4% sobre todas as cláusulas econômicas e nesta nova proposição apenas o ticket alimentação seria reajustado. Ambas as propostas não garantem sequer a reposição da inflação para todos (as) e nem avanços nos benefícios. Para se ter exemplos, o reajuste das demais cláusulas financeiras, como auxílio creche, educação, filho com deficiência e material escolar ficariam congelados. Quanto a isso, a alegação da empresa é de que a sua cesta de benefícios é muito robusta, não enxergando razão para promover avanços.

É importante ressaltar que a primeira proposta apresentada não era de fato da Embasa, mas a mera aplicação da mesma proposta que o Governo do Estado aplicou para os servidores e empresas públicas dependentes do tesouro estadual. Nesse caso, havia aí uma pegadinha, pois a política do governo para os servidores resultou em um imenso arrocho salarial e reajuste zero durante os últimos sete anos. Caso a categoria caísse nessa armadilha, poderia estar chancelando a submissão da Embasa a uma política que não cabe a uma empresa totalmente independente do ponto de vista administrativo e financeiro, gerando possíveis prejuízos futuros para os (as) trabalhadores (as). Nesse sentido, nem seria adequado dizer que a empresa avançou em sua proposta, uma vez que a primeira proposta de autoria da direção da Embasa só foi apresentada agora.

Mesmo que até aqui as atuais proposições para o ACT tenham representado um pequeno ganho real nos salários base para uma parte dos (das) trabalhadores (das) da empresa, a outra metade da força de trabalho teria perdas salariais, com reposição abaixo da inflação. No mês de abril o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC/IBGE, no acumulado dos últimos doze meses, fechou em 12,47%. A pesquisa da Cesta Básica, cujos resultados foram divulgados pelo Dieese no início do mês de maio, mostraram que a variação nos preços dos alimentos na cidade de Salvador foi de 25,85% nos últimos 12 meses, muito superior à média da inflação, impactando enormemente o poder de compra da classe trabalhadora.

A intenção do Sindae é que a Embasa melhore a sua proposta e apresente, além da reposição da inflação em todas as cláusulas com impacto econômico, o pagamento de um valor linear ao salário que represente um ganho real para categoria. A proposta inicial da entidade foi de R$ 400,00. Além disso, o sindicato tem reiterado na mesa de negociação de que não negociaria perdas salariais e nem retrocessos nas conquistas históricas dos (das) trabalhadores (as).

O sindicato também voltou a exigir que fossem analisadas todas as propostas de alteração nas redações das cláusulas aprovadas nas assembleias e que constam na pauta de reivindicações. Foi destacado que as sugestões de mudanças trazidas pela categoria precisam ser avaliadas pela empresa de forma aprofundada, mesmo com resistência por parte da DG.

Uma nova reunião de negociação está marcada para a tarde da próxima quinta-feira (02/06).

Fonte: Ascom Sindae-BA