Com a divulgação do balanço de 2021 pela Copasa no último dia 29, temos já os números que demonstram os resultados operacionais e financeiros da empresa.

A categoria, que teve os acordos coletivos pendentes resolvidos em negociação recente, aguarda agora o pagamento da PL relativa ao ano passado. A empresa regularmente pagaria uma parcela deste valor em abril e a outra em outubro, mas, resultado das negociações do acordo coletivo, que envolveram vários fatores, ficou definido que a PL será paga aos trabalhadores em uma única parcela no mês de junho.

QUEDA DO LUCRO LÍQUIDO É RESULTADO DO SUCATEAMENTO

Apesar de um crescimento de 3,3% na receita líquida de água e esgotos em 2021, a empresa divulgou uma queda de 34,2% em seu lucro líquido em relação a 2020, chegando a R$ 537 milhões.

Os resultados do Balanço financeiro e operacional da Copasa relativo a 2021 estão sendo diagnosticados pelo mercado como números muito fracos, que redundaram em uma queda de 76,1% no lucro líquido da empresa relativo ao quarto trimestre comparado com o mesmo período de 2020, assim como o Ebitda (lucro líquido antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também regrediu 36,8%.

No mercado operador de ações, os analistas demonstram uma quebra de confiança dos investidores com a gestão da Copasa. Analistas do “Citi” apontam a “falta de confiança dos investidores na sua capacidade operacional, enquanto outros, do “Credit Suisse”, ressaltam serviços de terceiros acima do previsto (R$ 474.963 milhões), custos de energia elétrica e volumes abaixo do esperado, além do efeito negativo da revisão tarifária. Para se ter uma ideia o valor pago para serviços de terceiros chega a um terço do que foi pago aos trabalhadores próprios da empresa (R$ 1.492.208), o que demonstra como a empresa está sendo sucateada, com uma terceirização escandalosa.

Enquanto a Copasa justifica a ineficácia de seus resultados financeiros em função de gastos com o Plano de Desligamento Voluntário Incentivado (R$ 152.171 milhões) e provisão para indenização de verbas de processos trabalhistas, além de tarifas devolvidas a consumidores por decisão da Arsae, em 2021 a empresa pagou R$282,7 milhões, a título de Dividendos Regulares, já prevendo distribuir o valor de R$33,9 milhões (JCP).

No balanço da empresa fica demonstrado que a receita líquida com venda de água teve um crescimento de 3,3%, o que devemos considerar muito limitado e que comprova que a empresa não tem plano de crescimento, ficando praticamente estacionada e perdendo concessões.

Na última semana foi realizada uma megaoperação na região central de Belo Horizonte, para identificar “gatos de água”, sendo trocados inúmeros hidrômetros, levados para análise. A empresa age quase como numa estratégia defensiva de acusar a própria população de roubar sua melhor performance econômica, faltando os investimentos necessários em redes, em troca de hidrômetros, eliminação de focos de perdas de água, com uma fiscalização mais severa em atividades desenvolvidas por terceirizados na ligação e cortes de água.

Fonte: Ascom Sindágua-MG