Em informe, a Aeel – Associação dos Empregados da Eletrobras – aponta que “nas primeiras horas de atuação do governo Bolsonaro o que vimos foi um golpe na esperança de todos: o ministro declarou que retomará o projeto de privatização da Eletrobras, desmentindo o próprio Bolsonaro (…) O novo MME não pode concordar com a entrega de um patrimônio nacional como a Eletrobras (que se fosse construído hoje custaria aproximadamente R$ 300 bilhões) por cerca de R$ 20 bilhões”.

Leia o informe na íntegra:

Novo governo, novo ministro, mesma ameaça, mesmas lutas!

A AEEL, as Entidades de Representação e os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras animaram-se com a declaração do presidente da república Jair Bolsonaro antes da posse: não daria continuidade ao projeto de privatização da Eletrobras, reconhecendo seu papel estratégico para o país.

A luta que vinha sendo travada desde 2016, com a entrada de Wilson Pinto Junior na presidência da Empresa, até agora, parecia ter logrado êxito.

A nomeação do almirante Bento Albuquerque para o Ministério de Minas e Energia também parecia um grande acerto, devido ao seu histórico de atuação no setor de energia, atualmente ele é diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha.

Contudo, nas primeiras horas de atuação do governo Bolsonaro o que vimos foi um golpe na esperança de todos: o ministro declarou que retomará o projeto de privatização da Eletrobras, desmentindo o próprio Bolsonaro, e ainda surgem rumores que o atual e nefasto presidente da Eletrobras foi convidado a continuar no cargo.

Em suma, para os que têm denunciado os desmandos e absurdos que envolvem, desde o início, o projeto de privatização da Eletrobras, conduzido por Fernando Coelho e Moreira Franco, ex-ministros do MME, seus secretários e por Wilson Pinto Junior, não haverá descanso.

As primeiras declarações dos recém-empossados ministros do governo Bolsonaro não tem sido bem recebidas pela população, são contraditórias, desprovidas de razão e focadas mais em revanchismos que em projetos efetivos de mudanças positivas para o país.

O futuro, como em todo início de governo, parece um tanto incerto. De certo mesmo temos a consciência de que a atual proposta de privatização da Eletrobras obrigará o consumidor a pagar mais pela mesma energia, que montanhas de dinheiro irão para os bolsos de especuladores, para fundos estrangeiros e espoliará o Brasil. Um crime lesa a pátria.

O novo MME não pode concordar com a entrega de um patrimônio nacional como a Eletrobras (que se fosse construído hoje custaria aproximadamente R$ 300 bilhões) por cerca de R$ 20 bilhões.
Aliás, R$ 20 bilhões é menos do que o valor necessário para a construção de uma unidade produtiva da Eletronuclear, a Usina Angra 3.

De forma simples, a atual proposta de privatização que combatemos, resume-se no seguinte: Quem comprar o controle pagará 20, receberá +/- 40 de indenizações referentes à renovação das concessões e cotização das usinas e de quebra também ganhará a descotização das usinas, que fará dobrar o preço do MWh e com isso obterá uma fortuna de retorno. Já o consumidor, indefeso e distante do poder, continuará pagando as indenizações e pela descotização (em suma, pagará duas vezes pela mesma energia).

A privatização da Eletrobras do jeito que está estruturada não atende aos interesses e anseios da nação brasileira. É viciada e não suportará a transparência, os princípios éticos e morais indispensáveis no trato da coisa pública.

Nós ainda acreditamos na reversão do quadro. Como Entidade de Representação, pleitearemos uma reunião com representantes do atual ministério e prosseguiremos atuando junto aos parlamentares que nos têm apoiado na luta contra a privatização.

Não nos cansaremos de defender a Eletrobras e o povo brasileiro, lutaremos contra esse projeto nefasto e corrupto como temos feito.

Não há vitória sem luta!

Eles ainda não ganharam porque nós ainda não paramos de lutar!

Veja o informe da Aeel: Aeel Informe_001_19

Queremos saber:
Bolsonaro está descumprindo promessa de campanha eleitoral, durante a qual ele afirmou que não privatizaria o setor elétrico e, agora, sua equipe de governo diz que vai privatizar a Eletrobras…

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