O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, não mediu palavras para se referir à atual gestão da Copasa no Governo Zema:

Saquearam a Copasa, bateram a carteira da Copasa. Se me explicar como distribuíram R$ 1 bilhão para empresários, eu estou satisfeito”.

Provável candidato contra o atual ocupante no Governo de Minas, Kalil reconhece a incompetência da atual gestão na Copasa, lembrando o que todo mundo sabe, “que não teve planejamento (…) que não sabem fazer”, mas o que acontece na empresa é muito mais grave.

Não há empresa que possa sobreviver tendo no ano um lucro líquido de R$ 816 milhões e distribuir mais de R$ 1 bilhão para acionistas. Isto é, no mínimo, sinônimo de autofagia, destruição da estrutura orgânica da empresa. Pior ainda é imaginar que isto acontece com uma empresa prestadora de serviço público essencial para a saúde da população, responsável pelas condições de saneamento em quase todas as cidades do Estado. Em resumo, é sucateamento.

Mas tudo acontece maquiavelicamente, de maneira sórdida, que só pode ser entendida numa palavra muito cara aos inconfidentes de Minas Gerais: TRAIÇÃO! O governador Romeu Zema colocou na Copasa um gestor vindo de uma empresa privada, com o propósito de destruir a imagem da empresa pública diante da população e tentar pavimentar o caminho para sua privatização, crime contra o patrimônio público que não aconteceu porque Zema não tem apoio na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e não pode passar por cima da Constituição Mineira, que protege as empresas estatais contra as iniciativas caras da privataria, herança da defesa do Estado e do povo mineiro no Governo Itamar Franco, quando foi aprovada a PEC-50, que exige quórum qualificado de 3/5 dos deputados para aprovar privatizações, após ainda consulta ao povo por plebiscito.

Kalil repercutiu nos jornais denúncias há muito feitas pelo SINDÁGUA do sucateamento da empresa, que deixa de fazer investimento no saneamento para priorizar distribuição de lucros aos acionistas, em flagrante descompromisso com o cidadão.

O presidente do SINDÁGUA, Eduardo Pereira, fez denúncias graves em audiência pública na ALMG, como a escandalosa distribuição de dividendos de R$ 1 bilhão e 50 milhões a acionistas em 2020; uma remuneração do presidente da empresa de R$ 490 mil em um único mês; a prática de nepotismo com a contratação de primo do presidente em cargo de confiança; os cargos cruzados em conselhos de administração entre Cemig e Copasa; o gasto extraordinário de mais de R$ 3 milhões em reforma de um imóvel para sediar uma agência de atendimento, e mudanças estruturais com o fim de distritos e superintendências, para isolar municípios do centro de decisões, precarizando o atendimento em tudo, sobretudo na área operacional, totalmente sucateada.

Kalil está repercutindo o que estamos denunciando há vários anos, de uma gestão nociva não apenas pela “incompetência”, mas por uma ação deliberada, destrutiva, para destruir a reputação da empresa construída ao longo dos anos e facilitar sua compra pelos investidores que vão levando todo o lucro.

Em uma palavra: “traição!”. Crime contra o patrimônio público!

Fonte: Site Sindágua-MG