Sob pressão da Eletrobras, a diretoria de Furnas iniciou uma ofensiva contra o plano de saúde da companhia. Segundo o Boletim Intersindicais Furnas, publicado em conjunto por 11sindicatos que representam trabalhadores da empresa em várias regiões do Brasil, os novos ataques fazem parte de uma série de retrocessos impostos desde o início da pandemia de Covid-19.
“Os dirigentes irresponsáveis e oportunistas viram na crise a possibilidade de executar perdas de direitos aos trabalhadores. Tudo isso com o objetivo de reduzir custos de pessoal, pagar mais dividendos aos acionistas e, claro, tornar as estatais mais atrativas para a privatização”, afirma o boletm.
O texto acrescenta que Furnas “não respeitou as assembleias sindicais e enviou e-mails com propostas complexas de reestruturação do plano de saúde a partir da famigerada e hoje extinta Resolução CGPAR 23. Os e-mails eram sempre com ameaças de ‘pega ou larga’, de que seria a última proposta”.
Antes da assinatura dos Acordos Coletivos, sindicatos ingressaram na Justiça do Trabalho apontando pressão e coação no processo negocial. Durante todo o ano de 2021, diversas decisões liminares e mandados de segurança foram obtidos em favor dos trabalhadores e contra a empresa Furnas em todo o Brasil.
Agora, em 03 de janeiro de 2022, cedendo a pressões da Eletrobras, Furnas ignora decisões judiciais e implanta na marra as alterações no plano de saúde que vão elevar o custeio e inviabilizar o acesso ao plano por parte de muitos trabalhadores e seus dependentes.
Apesar de não haver nenhuma decisão judicial que casse o mandado de segurança dos sindicatos, a direção de Furnas tenta se aproveitar do recesso judiciário e do fato de boa parte dos trabalhadores estarem de férias em janeiro para passar a boiada a toque de caixa, no apagar das luzes. Coagindo mais uma vez os trabalhadores e impondo uma decisão relâmpago, açodada, até 13 de janeiro de 2022.
As alterações anunciadas no plano impõem um pré-pagamento de custeio de 40% dos valores pelos trabalhadores. E também dobra o valor de coparticipação de consultas e exames “ROL ANS” de 10% para 20%. Para procedimentos “Extra ROL”, a coparticipação quadriplica de 10% para 40%. Os valores de internação também são avassaladores, podendo chegar a R$ 5 mil reais por evento, sem nenhum teto ou limite para eventuais sucessivas internações em um ano. Uma catástrofe!
Tudo isso, inviabiliza o próprio produto plano de saúde. Ao que parece, esse é o objetivo: detonar os planos de saúde de autogestão e entregar tudo para a inciativa privada. Ainda que isso custe vidas. Não vamos aceitar! Vamos resistir com a veemência que o assunto demanda.
Leia abaixo as deliberações dos sindicatos:
- Promover plenárias orientativas com os trabalhadores representados até 10/01/2022;
- Orientar os trabalhadores a não tomarem nenhuma medida de desistência do plano antes de participarem das plenárias orientativas das entidades;
- Solicitar reunião urgente com a direção de Furnas até 10/01/2022;
- Ingressar com todas as medidas judiciais necessárias para a reversão da ação abusiva de Furnas de alteração do plano de saúde;
- Decretar Estado de Greve e Assembleia Permanente e avaliar coletivamente, no decorrer dos fatos, o movimento grevista para garantia do nosso plano de saúde.
LEIA O BOLETIM NA ÍNTEGRA:
Boletim das Intersindicais-Plano de SaúdeMatéria publicada no site Vermelho.org.br