Na terça-feira (31/08), os trabalhadores e trabalhadoras da Corsan, realizaram uma Assembleia Geral em ato público, contra a privatização do saneamento. Na ocasião, a categoria se reuniu, também para tratar de assuntos pertinentes a eventuais movimentações e reivindicações contra o Projeto de Lei 211 que tramitava na Assembleia Legislativa em regime de urgência. O Projeto que estava em tramitação desde o dia 24 de agosto, tem como pauta a autorização para o Poder Executivo do Estado a promover medidas de desestatização da Companhia Riograndense de Saneamento.

A mobilização iniciou no Largo Glênio Peres, seguiu até a sede da Corsan, e após, até a Assembleia Legislativa, a dita casa do povo, que recebeu os trabalhadores e trabalhadoras a portas fechadas e gradeadas, não permitindo se quer a entrada de um trabalhador para acompanhar a votação.

 

Deslegitimação do poder público

O governador Eduardo Leite, mais uma vez descumpre a palavra e despreza a opinião dos prefeitos, que em audiência pública promovida pela Famurs na segunda-feira (30/08), solicitaram que o PL fosse retirado do regime de urgência para que todos pudessem aprofundar o debate para entender a real necessidade de privatização e as consequências para as cidades no Rio Grande do Sul.
A Corsan atua em 307 municípios gaúchos, e muitos deles atendem as demandas do saneamento das cidades pequenas, que neste caso, ficariam desamparadas pela iniciativa privada, situação totalmente ignorada pelo governador que beneficia somente o mercado financeiro e foca em sua “boa imagem” para sua futura candidatura à presidência da república.

 

A luta continua

O SINDIÁGUA/RS agradece imensamente a todos e todas que estiveram neste dia de mobilização, contamos com mais de 2 mil pessoas e a presença de cada um é de suma importância, além disso, mostramos ao RS para que viemos.
Seguiremos firmes na atuação e nos debates com os prefeitos e vereadores pelo Rio Grande do Sul afora, pois o governo ainda precisa trabalhar muito para desestatizar a companhia. O projeto de lei aprovado ontem na Assembleia Legislativa, somente viabiliza uma possível privatização, se o governador quiser, ele pode, porém, existem muitos embates a serem enfrentados, e o primeiro deles é conseguir alterar 307 contratos de programas com os municípios, além de enfrentar uma categoria gigante. Agradecemos também ao prefeito de São Sepé, João Luiz Vargas, aos deputados e deputadas que se fizeram presentes, e demais entidades que estiveram conosco neste dia de luta.

Ao final, a assembleia geral, em deliberação aprovada pelos trabalhadores, definiu que a categoria se encontra em estado de greve.

Fonte: Ascom Sindiágua-RS