Nesta quarta-feira (22/3), Dia Mundial da Água, foi realizado o Seminário Nacional “Perspectivas da luta da água no Brasil”, na Câmara dos Deputados, em Brasília, promovido pelo MAB e pela FNU.

O presidente da FNU, Pedro Damásio, destacou a importância da não privatização das empresas públicas de saneamento como forma de garantir o direito universal ao acesso à água em nosso país e enfatizou que “não basta lutar, temos que nos empoderar de conhecimento para enfrentarmos os algozes do capitalismo”.

Vários dirigentes sindicais estiveram representando os urbanitários no Seminário, entre os quais o presidente da CNU, Paulo de Tarso. O Seminário contou com palestra de Leonardo Boff e Arilson Wunsch, presidente do Sindiágua-RS, e foi prestigiado por muitos parlamentares, movimentos sociais e populares.

Em sua palestra, Leonardo Boff criticou a tendência de privatização da água e defendeu a universalização do acesso. “Há milhões de pessoas que passam sede em todo o planeta. São seis milhões de crianças que morrem por ano por falta ou contaminação da água no mundo e o Brasil é uma grande potência das águas. Precisamos desenvolver uma cultura para que essa água possa chegar a todos os brasileiros”, afirmou o pensador.

Arilson Wunsch ressaltou que o  Dia Mundial da ÁGUA, é “dia de refletir o que queremos, água para a vida ou para a morte – lucro!”. Ele também falou os processos de privatização das empresas de saneamento no país, em especial sobre o caso da Corsan, no Rio Grande de Sul, que levam a sérios prejuízos à população, como tarifas mais altas e precarização dos serviços.

Lançamento do livro “Mercantilização da Água: Análise da Privatização do Saneamento de Teresina (PI)

Ainda durante o Seminário aconteceu o lançamento do livro “Mercantilização da Água: Análise da Privatização do Saneamento de Teresina (PI)”, da autora Dalila Calisto, coordenadora do MAB. Segundo Dalila, lançar a obra no Dia Mundial da Água, em Brasília, em um momento em que o Brasil começa a refazer um novo caminho democrático, foi muito importante do ponto de vista social, político e simbólico.

A publicação faz parte da Coletânea “Água, Energia e Sociedade”, uma parceria entre o MAB e a Editora Expressão Popular e conta com a contribuição da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU).  A proposta do livro é discutir a posição do Brasil na disputa geopolítica da água por parte do capital internacional.

Pedro Damásio, presidente da FNU, destacou que “a Mestra Dalila Calisto foi de grande competência ao nos trazer este tema no livro Mercantilização da Água que aborda a privatização em Teresina, o que nos leva a reflexão da exploração da Água pelo capital”.

Dalila é descendente dos povos indígenas Jaguaribaras e Tapuias, atingida pela barragem Castanhão, no Ceará, militante do MAB, pedagoga, especialista em Energia e Sociedade (UFRJ) e mestra em Geografia (UNESP).

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