Manaus tem a tarifa de água mais cara da Amazônia e a 4ª mais cara do Brasil. Isso é o que aponta um estudo de tese de doutorado apresentado na PUC, do Rio de Janeiro. O texto informa que o preço do metro cúbico na capital é de R$ 5,31 e só não é maior do que em Canoas, Gravataí e Santa Maria, todas no Rio Grande do Sul.

O estudo, de 302 páginas, mostra ainda a evolução do lucro das concessionárias desde 2011, da Manaus Ambiental. No primeiro ano o ganho foi inferior a R$ 9 milhões e em 2016 superou os R$ 51 milhões.

Em junho do ano passado, a operação foi assumida pela Aegea, através da Águas de Manaus. O autor da tese, padre Sandoval Rocha, afirma que, em média, o lucro da empresa fica em torno de R$ 30 milhões por ano e que, dificilmente, esse valor vai ser investido em melhorias, pois a companhia tem acionistas até em Singapura e precisa pagar dividendos.

A tese de doutorado apresentada em fevereiro deste ano por ele na PUC-Rio tem o nome: “LUTA PELA ÁGUA NA AMAZÔNIA: Desafios e contradições do acesso à água em Manaus”. Ele propõe como solução, o fortalecimento das empresas públicas, com gestão transparente, para que as melhorias cheguem a população.

O Padre Sandoval Rocha é Jesuíta, vinculado ao Sares (serviço amazônico de ação, reflexão e educação sócio ambiental), ativista pela defesa dos direitos humanos, com foco na luta pelo direito humano à água e ao saneamento básico.

 

Fonte: Bruno Elander – Rádio Rio Mar