Cerca de 40 por cento dos analistas e gestores de recursos que acompanham de perto os planos do governo brasileiro de privatizar a elétrica federal Eletrobras estão céticos quanto às chances de o processo ser concluído ainda neste ano, mostrou uma pesquisa da corretora XP Investimentos.

A chance de a desestatização ser efetivada em 2018, como promete o governo, foi vista como “zero” por 40,98 por cento dos 61 respondentes, segundo relatório da XP divulgado a clientes na terça-feira.

Em uma escala de 0 a 5, a visão mais otimista foi a resposta de apenas 1,64 por cento dos entrevistados, enquanto 24,59 por cento atribuíram classificação 1, que também coloca como baixas as chances de conclusão rápida no processo.

Já a probabilidade de que o projeto de lei sobre a desestatização seja aprovado no Congresso antes das eleições de outubro foi colocada como nula por 16,39 por cento dos respondentes.

Outros 37,70 por cento apontaram uma visão também pessimista, de poucas chances para o texto. Apenas 1,64 por cento acreditam na aprovação da matéria dentro do prazo estipulado.

A indicação de Moreira Franco para o Ministério de Minas e Energia, que levou inicialmente a uma queda nas ações da Eletrobras, foi vista como “muito negativa” por 22,95 por cento dos entrevistados. Apenas 1,64 por cento a colocando como “muito positiva”.

A maior parte dos analistas e gestores, 36,07 por cento, atribuiu nota 2, na escala de 0 até 5, para o nível de otimismo com o qual encararam a escolha do ministro.

Por outro lado, a definição de Marcio Félix como secretário-executivo da pasta de Minas e Energia foi avaliada como razoavelmente positiva –42,62 por cento definiram a nomeação com uma nota 3 na escala até 5. A escolha foi vista como “muito positiva” por apenas 1,64 por cento dos participantes.

Os profissionais ouvidos pela XP expressaram ainda uma crença na permanência do atual presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, até o final de seu mandato na companhia.

A continuidade do executivo é vista como “altamente provável” por 16,39 por cento dos entrevistados, enquanto 34,43 por cento veem essa hipótese como provável, com nota 4 na escala de avaliações. Apenas 3,28 por cento acreditam que é “extremamente improvável” que ele siga no cargo.

“O objetivo desse material não é apresentar um quadro definitivo, mas fornecer elementos que ajudem nas análises sobre os possíveis desdobramentos de questões fundamentais para definir o futuro da companhia”, afirmou a XP em nota.

A corretora ressaltou ainda que o material “não representa, necessariamente, a opinião da XP”.

A sondagem com os profissionais de mercado foi realizada entre 11 de abril e 16 de abril, pouco depois da oficialização de Moreira Franco como ministro, em 9 de abril. (fonte: agência Reuters)