Concursados da Eletrobras desligados em recente demissão em massa ocuparam as galerias do plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na quarta-feira (11) em ato reivindicando o apoio dos deputados estaduais ao Projeto de Lei (PL) 1791/2019, em trâmite no Congresso Federal, que trata do reaproveitamento dos empregados das subsidiárias da antiga estatal.

Dentre os funcionários desligados simultaneamente pela Eletrobras sem justa causa, estariam cerca de 100 pessoas com deficiência, provocando protestos e ações judiciais por todo o país.

Convivendo com uma deficiência motora, o jornalista pernambucano Paulo Pereira relatou que estava afastado devido a um diagnóstico de ansiedade crônica e depressão quando foi demitido sem justa causa, e antes da conclusão da perícia médica do INSS.

Ele trabalhou na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras em Pernambuco, por 14 anos.

Após o desligamento, Pereira teme não conseguir retornar ao mercado de trabalho. “Mesmo com cotas, as barreiras continuam: falta de acessibilidade, resistência de empregadores, sobrecarga psicológica e preconceito disfarçado. Quando somos demitidos, quase nunca conseguimos voltar”, disse.

O PL do Reaproveitamento, como tem sido chamada a proposta de realocação dos desligados pela Eletrobras após a privatização em outras estatais, já foi aprovado pelas comissões da Câmara dos Deputados, e aguarda uma nova relatoria no Senado Federal.

O deputado estadual João Paulo (PT) se manifestou em apoio à reivindicação, e afirmou que iria levar a pauta ao senador Humberto Costa (PT), visando agilizar o andamento do PL em Brasília.

“Em Pernambuco, o Sindicato dos Urbanitários tem sido uma voz firme contra esses abusos. É importante destacar o protagonismo da categoria, que tem mobilizado trabalhadores da Chesf, acionado a Justiça e articulado com parlamentares para garantir o mínimo de respeito aos direitos”, defendeu.

Fonte: Diário de Pernambuco