O paradoxo das contas na ex-estatal irrita a União, ainda sócia – agora minoritária: diretores que propõem cortes de vagas têm altos salários
A proposta da Eletrobras de reduzir em 12,5% o salário dos servidores que ganham até R$ 15,5 mil irritou o Governo federal, sócio não controlador mais, e aumentou o clima de insatisfação na empresa, privatizada no final do Governo de Jair Bolsonaro.
Os 10 diretores que sugeriram o corte de salários, com o pretexto de reduzir despesas, ganharam o equivalente a R$ 663 mil por mês ao longo do ano passado. Para o Governo, a contradição entre as polpudas remunerações dos diretores e o arrocho no salário de 8 mil servidores é uma afronta à boa administração de uma empresa do tamanho da Eletrobras. A União detém 43% da empresa. Mas, com as regras criadas na privatização, só vota como se fosse dona de 10% das ações. Em ação no Supremo Tribunal Federal, o Governo pede para recuperar o poder de voto proporcional ao controle acionário, alterado na privatização. No início do Governo Lula III, emissários dos novos sócios foram ao Palácio numa tentativa de propor uma trégua a ministros. Sem sucesso.
Fonte: https://istoe.com.br/cresce-tensao-na-eletrobras/