Artigo: Lucas Tonaco*
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Ao longo da história, o Egito tem enfrentado disputas e conflitos relacionados ao uso das águas do rio Nilo. Um exemplo notável é a Convenção de 1929, assinada entre o Egito e o Sudão colonial britânico, que concedeu ao Egito a maior parte das águas do Nilo. No entanto, essa distribuição assimétrica gerou forte entre os países da bacia do rio Nilo, especialmente com países do montante, como a Etiópia, que busca utilizar os recursos hídricos para o desenvolvimento de suas represas, como a Represa do Renascimento Etíope.

Em termos de legislação e instituições, o Egito possui um sistema legal e regulatório abrangente para a gestão dos recursos hídricos. A Lei nº 48/1982 estabeleceu o Ministério da Água e Irrigação, responsável pela formulação e implementação de políticas hídricas no país. O Egito também desempenha um papel ativo na Comissão do Nilo, uma organização que busca promover a cooperação e a gestão compartilhada dos recursos hídricos na bacia do rio Nilo.

No contexto dos conflitos étnicos e antropológicos, as questões relacionadas à água no Egito estão intimamente relacionadas à agricultura e à segurança alimentar. A água do Nilo desempenha um papel fundamental na irrigação das terras férteis do Vale do Nilo, sustentando a produção agrícola e o modo de vida das comunidades rurais. Disputas e desigualdades na distribuição da água podem agravar a tensão social e a depressão entre diferentes grupos étnicos e socioeconômicos.

Do ponto de vista geopolítico, o Egito busca proteger seus interesses hídricos por meio de negócios diplomáticos e cooperação regional. O país tem buscado estabelecer acordos com outros países da bacia do Nilo para garantir uma distribuição equitativa das águas do rio. No entanto, os desafios persistem devido às necessidades crescentes de água e às mudanças climáticas, que satisfizeram a disponibilidade de recursos hídricos na região.Relatórios e estudos acadêmicos fornecem insights valiosos sobre os conflitos hídricos no Egito. Por exemplo, o relatório “Water Resources Allocation in Egypt” do Instituto Internacional de Gestão da Água destaca os desafios enfrentados pelo Egito na alocação dos recursos hídricos, especialmente no contexto das mudanças climáticas. O estudo “Segurança da Água no Egito: Desafios e Oportunidades” de Saleh et al. explora as questões de segurança hídrica e suas emoções para o país.

Lucas Tonaco – secretário de Comunicação da FNU, dirigente do Sindágua-MG, acadêmico em Antropologia Social e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

 


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