As regras para receber diárias de viagens na Celesc tiveram mudanças em meados de 2023. À época, ainda no primeiro semestre do ano, Intercel e representantes da Direção da Celesc discutiram bastante o tema em reuniões da Comissão de Recursos Humanos (CRH). Os sindicatos argumentavam que os valores e as mudan­ças na política de hospedagens poderiam trazer insatis­fação da categoria. A Celesc, por sua vez, alegou que a nova política era mais justa e que os trabalhadores teriam mais conforto nas viagens.

O Sinergia se reuniu com trabalhadores da Adminis­tração Central no fim de janeiro. Eles apresentaram um abaixo assinado com mais de duzentas assinaturas de celesquianas e celesquianos indignados com o baixo valor da diária e os problemas para fazer reservas de hotéis. Um dos trabalhadores presentes na reunião com o Sinergia argumentava que “ficamos longe da nossa fa­mília por dias, deixamos de ver nossos filhos crescerem, sobrecarregamos nossa companheira, o casamento muitas vezes fica prejudicado por conta da distância e, por diversas vezes, ainda tive que pagar do bolso para conseguir dar conta da alimentação. Essa matemática não fecha”. Outro trabalhador afirmou que a Diretoria da empresa alegava, no início da implantação do novo re­gramento de viagens, que os hotéis seriam iguais tanto para a diretoria da empresa quanto para trabalhadores da Celesc, mas que isso não é a realidade. E citou, como exemplo, hotel em Itajaí, que, segundo ele, oferece uma categoria de apartamento para a diretoria e outra cate­goria para trabalhadores da empresa.

Outra demanda referendada por praticamente todos os trabalhadores presentes na reunião foi a ausência de restaurante em determinados hotéis e também nos arredores desses hotéis: “tivemos caso de não ter res­taurante no hotel conveniado e nem por perto. Nós esta­mos proibidos de sair com o carro da Celesc para jantar. Também não podemos usar Uber, já que a Celesc não está pagando o reembolso. Vamos fazer o quê? Jantar barrinha de cereal?”

As reclamações não param por aí: trabalhadores rela­taram que, em determinados hotéis, os valores de diária eram mais baratos para trabalhadores terceirizados do que para celesquianos: “o hotel Eliana, em Guaramirim, por exemplo, cobrou R$160 a diária de um terceirizado e R$190 da Celesc. Por que a Celesc está pagando mais caro do que um terceirizado?”, questionou. O hotel Elia­na também foi motivo de reclamação de outro trabalha­dor, que alegou ter de ir dormir em Joinville por receber a negativa de hospedagem neste hotel sem explicação: “depois de um dia cansativo de trabalho, é muito pesado você ter de se deslocar a outra cidade para conseguir uma hospedagem”.

A queixa mais comum entre os trabalhadores presen­tes na reunião com o Sinergia, contudo, foi o aumento dos valores, especialmente em cidades litorâneas, durante o verão: “há diversos hotéis conveniados que aumentaram o valor da diária durante o período de ve­raneio, impossibilitando que pudéssemos ficar hospe­dados”.

O assunto estava pautado para ser debatido em reu­nião da Intercel que ocorreu na data de ontem – após o fechamento desta edição. É fundamental que a Celesc reveja a postura e abra espaço para ouvir as demandas de trabalhadoras e trabalhadores de todo o estado.

Fonte: Ascom Sinergia-SC