O recente episódio de demora no restabelecimento da energia elétrica após o forte temporal no Rio Grande do Sul, somado à falta de informações à sociedade, motivou a bancada do PT na Assembleia Legislativa a propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa privada CEEE Equatorial.

Líder e vice-líder do partido, os deputados Luiz Fernando Mainardi e Miguel Rossetto pretendem começar a colher assinaturas dos colegas de parlamento nesta quinta-feira (18/1). São necessárias, no mínimo, 19 assinaturas para protocolar a proposta de CPI no primeiro dia de retorno dos trabalhos dos deputados na Assembleia.

Na área de atendimento da CEEE Equatorial, 144 mil clientes permaneciam sem luz até quinta-feira, dia 18. O presidente da empresa, Riberto José Barbanera, indicou que a normalização da energia elétrica em Porto Alegre pode ocorrer até domingo, dia 21.

Everton Gimenez, presidente em exercício da CUT-RS, destaca que a Central Única dos Trabalhadores sempre denunciou as privatizações como suspeitas, com o governo Leite omitindo dados e vendendo empresas abaixo do preço de mercado.

“A CUT coordenou um plebiscito contra as privatizações quando o governo Leite aprovou a PEC 280, que eliminou o direito da população de decidir o destino das empresas públicas”, lembra Gimenis.

Na época, a CUT-RS alertava para o aumento das tarifas e a precarização total dos serviços resultantes das privatizações. A entidade expressa total apoio à criação da CPI da CEEE Equatorial, visando abrir a caixa preta e fornecer respostas à sociedade.

Miguel Rossetto justificou a proposta de CPI, destacando a necessidade de a Equatorial responder pelo péssimo serviço prestado e a importância da Assembleia investigar e agir para garantir a qualidade e regularidade da energia elétrica para todos os municípios atendidos pela concessionária.

O histórico problemático da empresa, desde a privatização da CEEE-D em março de 2021, com lance de R$ 100 mil e sem concorrência, se repetiu na tempestade desta semana. O prefeito da Capital, Sebastião Melo, chegou a reclamar nas redes sociais sobre a falta de atendimento da CEEE Equatorial.

Ao propor a CPI, Rossetto ressalta a repetição da situação com graves prejuízos econômicos e para a população. A falta de luz afeta casas, estabelecimentos comerciais, escolas, hospitais e até as estações do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), causando a falta d’água na cidade por falta de energia para drenagem e macrodrenagem.

“A Assembleia deve abrir uma CPI para investigar esse péssimo serviço prestado pela Equatorial, tomar iniciativas fortes para garantir o direito da população com qualidade e regularidade”, afirma Rossetto. A CEEE Equatorial é responsável pela distribuição de energia elétrica para cerca de 1,7 milhão de consumidores em 72 municípios no Rio Grande do Sul.

Fonte: CUT-RS