A diretoria da Cosanpa está realizando obras de reforma nas instalações da sede da empresa. Enquanto se esforça em arrumar espaço e oferecer conforto principalmente a comissionados, os trabalhadores das outras unidades desempenham suas atividades, na maioria das vezes, em péssimas condições.
O prédio da presidência, que já tinha passado por reforma no ano passado, está em obras novamente. Também estão sendo reformadas duas salas novas, uma na Uert e outra no prédio do antigo Tratamento. Estas salas serão equipadas com mobiliário novo, centrais de ar refrigerado, computadores e demais providências para abrigar os comissionados. São como oásis no meio de um cenário de salas com mofo, infiltrações e condições insalubres para os demais trabalhadores.
Sem contar o abandono de outras unidades da empresa. No bairro da Pratinha, o muro desabou, o portão caiu e os trabalhadores estão entregues à própria sorte, apesar das demandas feitas pelo Sindicato à direção da Cosanpa. Para citar mais exemplos do descaso, os trabalhadores em Abaetetuba tiveram que fazer paralisação por não aguentar mais o calor dentro do prédio onde exercem suas atividades. Em Magalhães Barata, a gerência não tem computador e o gestor usa o próprio celular para resolver as questões da empresa e paga um cyber para acessar faturas e documentos que precisam ser impressos e enviados aos consumidores.
Essa situação mostra dois mundos completamente opostos dentro da Cosanpa e expõe a contradição entre o discurso da diretoria e sua prática administrativa. O presidente da empresa afirmou que a prioridade da gestão dele seriam os setores de produção e de arrecadação. Disse que os investimentos seriam feitos para melhorar a captação, tratamento e distribuição da água, dando condições dignas aos trabalhadores e alavancando a arrecadação da empresa.
Na prática o que se vê é o esforço da gestão em dar conforto apenas a comissionados e beneficiar empreiteiras. Quando são cobrados pela falta de condições de trabalho nas unidades, respondem que não dispõem de recursos ou que é preciso fazer licitações. Essa incoerência está explícita nas reformas que estão sendo realizadas na sede da empresa e nas precárias condições de trabalho da maioria das unidades, principalmente no interior do Estado.

Fonte: Ascom Stiupa