O nosso coordenador-geral, Emerson Andrada, esclarece sobre os motivos do Sindieletro realizar assembleias para discutir as alterações estatutárias impositivas na Cemig Saúde e o processo de perseguições da gestão Zema na empresa contra representantes da categoria eletricitária, eleitos para o Sindicato, a Forluz e o nosso plano de saúde.

Emerson Andrada lembra que a gestão Zema está propondo uma série de alterações estatutárias na Cemig Saúde para ser votada no dia 15 de julho. São mudanças que esvaziam o Conselho Deliberativo ao impedir que a representatividade dos trabalhadores ativos e aposentados no plano de saúde opine e vote as decisões que envolvem os beneficiários.

“Como a gestão Cemig não vai conseguir passar a proposta, a não ser pelo voto de minerva, as assembléias vão orientar o voto dos conselheiros e definir nossas lutas”, destaca.

Segundo o nosso coordenador, os ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras são sucessivos e não ocorrem só na Cemig, mas em todas as estatais com gestão de governos de direita. Os gestores usam de formas ilegais e imorais, como o voto de minerva, as assembleias do Conselho Administrativo e os processos administrativos (sindicâncias) e judiciais para violarem acordos coletivos e regulamentos de planos de saúde e de previdência complementar.

No caso da Cemig Saúde, o plano foi construído coletivamente, é direito conquistado em acordo coletivo, foi renovado em 2010 com o pacto de auto-gestão, garantindo a participação dos beneficiários com eleição de conselheiros e o DRB (Diretor de Relações com os Beneficiários) e, no entanto, a gestão Zema ataca para descontruir.

“Se a opinião dos trabalhadores incomoda no plano de saúde, retira a representatividade dos beneficiários. Retira a auto-gestão e transforma o PSI (Plano de Saúde Integrado) em uma ferramenta de RH. Como ferramenta de RH, fica mais claro ainda que a Cemig não quer que o PSI dê atenção de qualidade à saúde dos ativos e aposentados”, critica É por essa razão, acrescenta, que o momento exige mais mobilização e a orientação do Sindieletro é que a categoria eletricitária Cemig vote contra as alterações no plano de saúde.

Técnica para desconstruir a representação dos trabalhadores e usada contra o DRB

Ainda de acordo com Emerson Andrada, a gestão Zema na Cemig demonstra não ter responsabilidade com os trabalhadores ativos e muito menos com os aposentados ao perseguir os representantes do Sindieletro, do plano de saúde e da Forluz. É uma prática, diz o coordenador, que não ocorre só na Cemig, acontece em outras estatais onde a direita liberal assumiu a gestão.

Conforme o coordenador, é um mecanismo conhecido como lawfare (guerra jurídica), que é o uso da estrutura jurídica para um processo de guerra contra a representação de esquerda.

“A gente vê na Cemig uma série de mudanças de regulamentos para impor a lei da mordaça, impedindo conselheiros de falar, como o que está acontecendo no PSI com o DRB, Edvaldo Pereira. Aceitam sindicância administrativa a partir de denúncia anônima, e isso claramente é para perseguir o DRB da Cemig Saúde”, ressalta. Emerson diz também que a sindicância aberta não tem nada a ver com governança ou preocupação com o ambiente de trabalho e até mesmo proteção das mulheres.

“Trata-se de uma técnica de desconstruir a imagem da pessoa de esquerda para que gestores da direita liberal possam fazer mudanças visando retirar direitos da classe trabalhadora. Vimos isso na perseguição de dirigentes do governo Dilma e contra o próprio presidente Lula. No governo Bolsonaro, inúmeros representantes de trabalhadores em fundos de pensão de estatais federais, como a Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, passaram a ser perseguidos com o lawfare”, revela.

Segundo Emerson, é uma técnica cruel para deslegitimar o trabalho do representante dos trabalhadores com processos administrativos e jurídicos. Ele citou o exemplo de um representante eleito para a previdência complementar de uma estatal federal que, no governo Bolsonaro, foi vítima de 141 processos. “A intenção é claramente fazer da vida do dirigente um inferno, inviabilizar e deslegitimar o seu trabalho”, afirma.

No caso do Edvaldo, o ataque atinge diretamente o Sindieletro e a Cemig Saúde. “Os compromissos do Edvaldo com a luta da categoria eletricitária não são só dele, são do Sindieletro”, finaliza.

Fonte: Ascom Sindieletro-MG