Os Urbanitários participaram, nos dias 12 e 13 de agosto, de audiências públicas visando discutir a privatização da água em Alagoas, desta vez dos Blocos B (Agreste e Sertão) e C (Litoral e Zona da Mata), que abrangem 89 municípios. A privatização afetará também todos os SAAE’s que estão localizados nestas regiões.

No dia 12 de agosto a audiência pública se realizou de forma presencial, na cidade de Pão de Açúcar, e discutiu a situação do SAAE daquele município. A audiência foi convocada pelo presidente da Câmara Municipal vereador Dyego Correia.

No dia 13 de agosto a audiência ocorreu de forma virtual, voltada especificamente para projeto de concessão do saneamento nos blocos regionais B (agreste e sertão) e C (litoral e zona da mata). A audiência teve a participação de representantes da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Instituto do Meio Ambiente (IMA) e do BNDES.

Nas duas audiências o Sindicato registrou sua preocupação com o futuro do abastecimento de água do Estado, em especial no que se refere as populações mais pobres.

A presidente Dafne Orion questionou como ficará a situação dos povoados, com populações pequenas, que estão fora do atendimento da empresa que ganhar a licitação. O projeto retira esses pequenos povoados da obrigação da concessionária privada, mas não diz quem irá atendê-los.

A tarifa da zona rural é outra preocupação do Sindicato, pois nas regiões do sertão em especial, a pobreza é grande e a população não tem recursos necessários para pagar as altas tarifas cobradas por empresas privadas, que somente fornecem o líquido precioso a quem pode pagar, não tendo qualquer compromisso social.

Em outro destaque, Dafne Orion questionou a situação da CASAL e dos/as seus/as trabalhadores/as em um futuro governo. Qual a garantia de que a companhia permaneça viável e prestando o serviço conforme previsto no edital de privatização?

O Sindicato espera que o governo possa ajustar o projeto antes da concessão, garantindo que realmente haverá a universalização da água para todos os/as alagoanos/as, e não apenas para quem pode pagar, transformando a água em mera mercadoria e não em um direito humano que precisa ser garantido a todos/as.

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