O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Rondônia – SINDUR, entidade sindical que representa, entre outros os (as) trabalhadores (as) da ENERGISA Rondônia, empresa responsável pela distribuição e comercialização de energia elétrica no referido Estado, vem pela presente, externar a face que não consta nos noticiários locais, do Grupo ENERGISA, na sua relação com seus trabalhadores(as).

A ENERGISA Rondônia, desde o dia que assumiu a concessão da distribuição de energia elétrica no Estado, em 30 de outubro de 2018,  além de não ter melhorado a qualidade dos serviços prestados para a população, o que culminou com uma infinidade de reclamações de consumidores e até com a instalação de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito na ALE – Assembleia Legislativa do Estado, tem ainda elegido os (as) seus (uas) empregados (as) como principais responsáveis pelos resultados da empresa, ao demitir, em todos os meses, desde então, centenas de trabalhadores.

Primeiro foram os (as) remanescentes da antiga CERON, para os (as) quais, lhes foi proposto apenas a alternativa de sair através de um plano de demissão incentivado ou ser demitido sem o citado plano. Nessa fase, somente entre novembro de 2018 até junho de 2019, foram mais de 300 trabalhadores (as) demitidos, pessoas com profundo conhecimento técnico da empresa, que dedicaram décadas de trabalho pelo setor no Estado de Rondônia. Mas isso não teve nenhum valor por parte da citada empresa, que simplesmente os (as) descartou.

Veio a segunda fase, que vigora até os dias atuais, ou seja, dois anos depois do controle da concessão, todos os meses trabalhadores (as) novos ou antigos nos quadros, são demitidos, nenhum deles por justa causa nem motivo aparente, o que nos leva a entender que a ENERGISA Rondônia tem como meta principal com relação aos seus empregados (as), primeiro, não ficar com nenhum dos (as) trabalhadores (as) remanescente da antiga CERON, como se eles (as) estivessem contraído alguma doença contagiosa (o mesmo vem acontecendo com muitos dos admitidos após o controle da concessão, com o objetivo único de aumentar seus lucros a todo custo). Segundo, tem piorado a qualidade dos serviços prestados e levando a óbitos constantes de trabalhadores terceirizados, onde, somente em 2020 se tem registro de três casos.

Nesse processo de demissões que nunca acaba, tivemos vários casos nesse período, de trabalhadores (as) em pleno tratamento de saúde, deixando-os (as) como alternativa para sobreviver as filas do SUS, cuja qualidade dos serviços prestados à população em geral é de conhecimento público.

Para o público externo e alguns órgãos de fiscalização, a ENERGISA Rondônia alega que contratou mais do que demitiu. Mesmo que isso seja verdade (os números nunca são abertos), na prática estão substituindo mão de obra qualificada e essencial para manter a qualidade dos serviços, por uma mão de obra com salários tão baixos, que em alguns casos, o ticket alimentação, representa mais de 50% (cinquenta por cento) da remuneração.

Internamente na referida empresa e externamente, são criadas inúmeras campanhas com o  objetivo de demonstrar uma pseuda valorização dos (as) trabalhadores (as); que a vida está em primeiro lugar, que investe bilhões de reais na empresa; que recebe prêmios e mais prêmios por ser “a melhor empresa para se trabalhar”, prêmio esses de caráter duvidosos, já que são “galgados” a partir de pesquisas internas entre trabalhadores (as) que são “incentivados” a se “logar” no seu sistema para se manifestar, deixando sua identificação.  Sobre isso perguntamos: Será que alguém nessa crise de desemprego vai fazer uma avaliação negativa da empresa que trabalha através de um sistema que pode ser identificada? Achamos que não.

O reflexo dessa postura condenável, além de contribuir para desestruturar centenas de famílias com o desemprego, se verifica na qualidade dos serviços prestados, que nem mesmo com os volumes de suas publicidades oficiais, fez, pelo menos até o momento, que sua imagem melhorasse junto a sociedade rondoniense.

Energisa Rondônia adere ao “Plano de Socorro do Governo Federal para a Pandemia da Covid-19” direcionado para as distribuidoras de energia elétrica e descumpre o objetivo principal do mesmo.

Ao mesmo tempo que aderiu ao mencionado “Plano de Socorro”, através da adesão  às Medidas Provisórias 927 e 936,  e recebeu uma fatia dos quase 15 bilhões de reais destinados às distribuidoras, o que possibilitou a empresa, entre outras ações, reduzir salários e carga horária; suspender contratos de trabalho; colocar parte dos(as) trabalhadores(as) em trabalho remoto (home office), fato que inquestionavelmente reduziu custos com pessoal como FGTS e INSS, custos com energia elétrica, café, água, horas extras e internet, passando parte desses custos para os (as) trabalhadores (as), a Energisa Rondônia, descumpriu o objetivo principal do mencionado plano que foi o de evitar o aumento do desemprego. Desde o início da pandemia, a empresa tem sido uma das principais “colaboradoras”, respeitadas as devidas proporções, para que o índice de desemprego chegasse a 14,4 milhões de pessoas no Brasil, em outubro do corrente ano.

A pandemia foi um excelente negócio para a Energisa Rondônia. Os consumidores de baixa renda que não puderam ser cortados, terão suas contas subsidiadas pelos fundos setoriais do setor elétrico; os consumidores  que não são de baixa renda e não conseguiram pagar suas contas devido a crise financeira da pandemia, estão sendo “convidados” para uma negociação da dívida, sob pena de ter o serviço suspenso; os custos com pessoal, diante das medidas de home office, redução de salário e carga horária, suspensão dos contratos, foram reduzidos consideravelmente; conseguiu ainda passar para alguns trabalhadores (as) em home office, custos de energia elétrica, internet, café, água, acabou horas extras e etc. Mas nos parece que tudo isso não foi suficiente, precisam continuar demitindo trabalhadores(as) todos os meses.

Essa prática de demissões sem justa causa ou motivo justo, tem sido uma prática adotada em todas as empresas do Grupo Energisa, que é detentora da concessão dos serviços de distribuição em vários Estados como: Rondônia, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Sergipe, Paraíba, Nova Friburgo(RJ), Borborema (PB), Sul Sudeste e Cataguase (MG).

Principais investimentos propagados pela Energisa Rondônia, não são custeados pelo Grupo Energisa.

Esclarecemos, também, que a maior parte do volume de investimentos propagados pela Energisa Rondônia, de uma forma especial, os voltados para interligação dos sistemas isolados, como municípios da Região da BR 429, da Região da Ponta do Abunã, da Região sentido os Municípios de Machadinho e Buritis, tem como fonte, recursos oriundos da CCC – Conta de Consumo de Combustíveis, fundo composto a partir da contribuição que todos os consumidores do Brasil fazem ao realizar, mensalmente, o pagamento de suas contas de energia. Esses recursos subsidiados ou a fundo perdido, são que estão bancando esses investimentos que não terão de ser pagos nem agora nem no futuro. Ou seja, não se tratam de recursos próprios, o que vem sendo omitido pela empresa para a sociedade.

SINDUR NÃO FICARÁ SILENTE NEM INERTE DIANTE DESSA SITUAÇÃO.

Jamais iremos silenciar, em nenhum momento, diante de posturas e gestões como a que enfrentamos atualmente na ENERGISA Rondônia.

A Direção.

Fonte: Ascom SINDUR