O presidente da FNU, Pedro Blois, destacou a importância da união do povo para fazer o enfrentamento à política de privatização imposta pelo governo golpista.

No Fórum Social em Defesa das Águas e do Rio São Francisco, que aconteceu nesta sexta (15/12), com a participação da FNU, a população de Petrolândia, em Pernambuco, saiu às ruas para dizer defender o “Velho Chico” e dizer não à privatização da Chesf – Companhia Hidrelétrica do São Francisco.

Pela manhã, centenas de pessoas se reuniram na Orla Fluvial e saíram em caminhada em direção ao centro da cidade. À tarde foram realizados uma série de debates na Casa de Show Velho Chico.

A manifestação reuniu representantes da Diocese Floresta, Diocese Afogados da Ingazeira, CUT, FNU, FRUNE, FETAPE, Instituto Raízes, Pólo Sindical, MST, CPT, MPA, Associação Quilombola Borda do Lago, PJR, SINDURB, Sindicato dos Servidores Municipais de Petrolândia, Pastoral dos Pescadores, entre outras instituições.

O presidente da FNU, Pedro Blois, que esteve presente em todas as atividades do dia, destacou a importância da união do povo para fazer o enfrentamento à política de privatização imposta pelo governo golpista e que leva o país ao retrocesso. Ele explicou a importância da Chesf como uma das maiores geradoras de energia do país e que abastece cerca de 80% das cidades do Nordeste.

“Os urbanitários estão junto na luta em defesa do rio São Francisco, da Chesf, do direito à água e a energia a todos os brasileiros e não vamos deixar que o patrimônio do país seja entregue à iniciativa privada”, disse Blois.

Lançamento do Comitê local do FAMA

Pedro Blois e a prefeita Janielma Souza

Após os debates, foi lançado o Comitê local do FAMA 2018 – Fórum Alternativo Mundial da Água, com a participação da prefeita de Petrolândia, Janielma Souza. O presidente da FNU, Pedro Blois, falou da importância das Comitês locais no debate de temas específicos de cada região e ressaltou que esses comitês devem permanecer como espaço de articulação de ações mesmo após a realização do Fórum Alternativo.

O FAMA 2018 será realizado de 17 a 22 de março, em Brasília. Será um grande encontro com o objetivo de unificar internacionalmente a luta contra a tentativa das grandes corporações de se apropriarem de reservas e fontes naturais de água e de outros serviços públicos. O FAMA se organiza em contraposição ao Fórum das Corporações – autodenominado 8º Fórum Mundial da Água.

Viramos carrancas para defender o Velho Chico!!!No Fórum Social em Defesa das Águas e do Rio São Francisco, que aconteceu nesta sexta (15/12), com a participação da FNU, fomos todos para as ruas para dizer não à privatização da CHESF , porque só assim vamos garantir que o Velho Chico não seja vendido também.#PrivatizaçãoSouContra #VelhoChico #FNU

Publicado por Federação Nacional dos Urbanitários em Sexta, 15 de dezembro de 2017

 

Em Pernambuco, a quem interessa a privatização da Chesf? (Editorial – Brasil de Fato)

Ainda este mês de dezembro deve chegar ao Congresso Federal o projeto de Lei que pede a privatização da Eletrobrás. Com o nome de Centrais Elétricas Brasileiras S.A., a Eletrobrás é uma empresa sob controle acionário do Governo Federal brasileiro e tem como funções originais a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em nosso país.

Hoje ela é responsável por cerca de 40% do total da capacidade de geração de energia elétrica em nosso país e por uma porcentagem maior ainda das linhas de transmissão por todo o território nacional. São valores enormes. Ainda mais quando nos referimos a um país com as dimensões de nosso território.

Todo este potencial energético por si só já seria motivo suficiente para a população brasileira ficar ressabiada quanto a esta proposta de privatização. Afinal, em que nos interessaria entregar todo este poder na mão de empresas estrangeiras? A geração e distribuição de energia elétrica são condições essenciais para o desenvolvimento de um país. Mas, para além deste componente estratégico, a Eletrobrás cumpre, e cumpriu, também outras funções de relevante importância social. Basta lembrar que o programa Luz para Todos, responsável por levar energia elétrica a mais de 15 milhões de moradoras e moradores rurais, que antes não podiam ter acesso a este item básico de sobrevivência, foi operacionalizado por ela.

Para nós pernambucanos, esta proposta ganha contornos que se assemelham a um grande filme de terror. Não bastasse a retomada do velho fantasma das privatizações que parecia ter ficado no passado tenebroso que representaram os governos de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, este filme de terror possui entre um dos seus atores principais um Pernambucano. Tal conterrâneo chama-se Fernando Filho, filho do senador Fernando Bezerra Coelho, aliado de Michel Temer e que ocupa atualmente o cargo de ministro de Minas e Energia no governo federal.

E, como num verdadeiro filme de terror de péssima qualidade, vale ressaltar que no bojo da Eletrobras está a CHESF, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, que está entre as maiores geradoras de energia do país e de importância inestimável para todo o povo nordestino, chegando a abastecer por volta de 80% das cidades do Nordeste.

Fernando Filho e Michel Temer precisam esclarecer quais são os reais interesses envolvidos nesta venda. Por que privatizar desta maneira em pleno ano eleitoral? Para além da energia elétrica, estas empresas passariam a ter controle também sobre o poder de uso das águas das hidrelétricas, utilizadas também para a produção agrícola, por exemplo.

No final das contas, o que resta é uma grande estranheza mesmo nesta movimentação. Ainda mais em um momento em que o pai do ministro, o senador Fernando Bezerra Coelho, lidera uma oposição de direita em Pernambuco e quer passar a governar o nosso Estado a partir de 2019. Devemos acompanhar esta movimentação e se posicionar a todo instante contra mais uma medida descabida como esta. Os interesses dos aliados de Michel Temer, da oposição de direita em Pernambuco e da família Coelho não podem estar acima dos verdadeiros interesses do nosso povo.