A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, falou sobre a  agenda das mulheres da classe trabalhadora brasileira, que tem itens como a negociação coletiva e a campanha pela adoção e implementação das convenções 189, 190 e 156 da OIT, durante a XIV Conferência Regional sobre as Mulheres, que acontece na sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), em Santiago, no Chile, até a próxima sexta-feira (31).

Na abertura do evento nesta terça (28), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos de Jair Bolsonaro, Damares Alves, símbolo de uma gestão de extrema-direita, não compareceu. Ela falou nesta quarta (29) representando o governo brasileiro na conferência. Vários participantes ficaram de costas em sinal de protesto.

O evento é o principal fórum intergovernamental sobre os direitos das mulheres e a desigualdade de gênero na região e antecede a Conferência Mundial das Nações Unidas (ONU), que acontece em fevereiro deste ano, em Nova York.

“A conclusão que chego depois de ouvir vários relatos de companheiras de outros países é que foram registrados avanços na pauta das mulheres onde tem governo democrático e popular. Onde tem governo antidemocrático, está tendo retrocesso”, disse Juneia durante o evento.

Para Juneia, o Brasil vive uma agenda conservadora com os piores atrasos na questão de gênero e na luta das mulheres trabalhadoras. “Nós da América Latina estamos vivendo, exceto um ou dois países, um retrocesso muito grande em todas as pautas”, disse.

A conferência de Pequim (Beijing aconteceu em 1995) já teve importantes resoluções no mundo, como eliminar a pobreza, diminuir os índices de violência contra as mulheres e meninas, garantir a proteção social, acesso à água, aos serviços públicos gratuitos e de qualidade.

Por que a Conferência?

A Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe é um órgão subsidiário da CEPAL. É convocada regularmente desde 1977 para identificar a situação regional e subrregional a respeito da autonomia e dos direitos das mulheres, apresentar recomendações em termos de políticas públicas de igualdade de gênero e realizar avaliações periódicas das atividades voltadas ao cumprimento dos acordos regionais e internacionais. As últimas edições aconteceram em Montevidéu (2016), Santo Domingo (2013), Brasília (2010) e Quito (2007).

A abertura da conferência ocorreu na segunda-feira (27) com exposições da ministra da Mulher e da Igualdade de Gênero do Chile, Isabel Plá; da secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena; da diretora executiva-adjunta da ONU Mulheres, Åsa Regnér; da subsecretária de Relações Exteriores do Chile, Carolina Valdivia; da diretora do Instituto Nacional das Mulheres (INMUJERES) do Uruguai, Mariella Mazzotti; e da coordenadora-residente do Sistema das Nações Unidas no Chile, Silvia Rucks.

Fonte:  Walber Pinto- Site CUT