Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a FNU/CNU, se junta a movimentos populares de todo o mundo e a Jornada Internacional de Luta Anti-imperialista para expor e denunciar o poder destrutivo da atual etapa do capitalismo  ao meio ambiente e responsáveis  (governos e empresas transnacionais) e apresentar alternativas populares para uma defesa anti-imperialista do meio ambiente.
➡ O lema central é: Povo Vivo! Floresta em Pé! Fora Bolsonaro! E as hashtags para serem usadas no dia serão: #EmDefensaDelPlaneta e #PovoVivoFlorestaEmPé.

NÓS URBANITÁRIOS, TRABALHAMOS PARA GARANTIR SANEAMENTO E ENERGIA LIMPA PARA TODOS. NOSSA MISSÃO É FAZER ISSO DE MODO SUSTENTÁVEL!

Leia: Manifesto Anti-imperialista em Defesa do Meio Ambiente

O planeta acima do lucro – uma só Terra

Nós, seres humanos, só temos um planeta no qual viver. E só sobreviveremos em
aliança com os demais seres vivos, animais e vegetais. A extração e a exploração
desenfreada dos bens da natureza, focada apenas na busca pelo lucro por parte das
grandes corporações, e a lógica do sistema capitalista, tem levado nosso planeta ao
esgotamento.

O poder destrutivo da atual etapa do capitalismo, em sua fase financeira, não tem
precedentes. As empresas transnacionais aumentam sua capacidade de exploração dos
bens comuns, avançando na exploração de minérios, no desmatamento, na apropriação
privada da água, entre outras formas. Na agricultura, aplica-se o modelo do agronegócio
baseado na monocultura e na aplicação de agrotóxicos, que destrói a biodiversidade e
altera o clima. O imperialismo estadunidense e os demais países do Norte global
avançam sobre os países periféricos buscando privatizar esses bens comuns que os
povos, seus verdadeiros donos, cuidavam em cada país.

O resultado é evidente: estamos vivendo a pior crise ambiental da história e toda
a humanidade se vê comprometida se essa dinâmica insana do capital continuar. A
mudança climática já afeta os povos de diversas partes do mundo, mas não é a única
consequência da crise ambiental. As águas do mundo estão contaminadas por plásticos e
pesticidas, e os mananciais esgotaram. A biodiversidade está ameaçada com diversos
animais entrando em extinção, além de ser objeto de grandes circuitos de biopirataria.

Os solos estão sendo degradados pelo desmatamento e pela monocultura, e grandes
regiões estão sendo completamente destruídas pela mineração em grande escala.

A pandemia de COVID-19 é a última cara desta crise ambiental e do sistema. A
origem dos superpatógenos está diretamente relacionada à destruição dos ecossistemas
historicamente conservados pelos povos camponeses e tradicionais. A devastação que
libera microorganismos que estavam em equilíbrio dinâmico em seu habitat e que
quando se encontram com as gigantescas instalações de escala industrial, superpovoadas
de espécies de animais, confinadas e bombardeadas intensamente com antibióticos e
hormônios, são selecionados e se reproduzem como patógenos. Logo, se encontram
com grandes aglomerações humanas e com pessoas imunossuprimidas pela constante
contaminação de agrotóxicos dos alimentos e pela própria comida completamente
industrializada. Dessa forma, o desmatamento e a eliminação dos habitats dos animais
silvestres provoca a migração de patógenos para os seres humanos. Tudo indica que, se
esse modo de produção continuar, teremos inúmeros novos vírus, que se transformarão
em mais pandemias.

Todos os seres humanos estão sendo afetados, especialmente os mais pobres, as
mulheres, as crianças e os povos originários em todo o mundo. Além disso, temos hoje
mais de 134 mil espécies da fauna e da flora em perigo de extinção.

É importante apontar também o papel nefasto que as atividades militares
cumprem no que tange à destruição do planeta. O exército dos Estados Unidos e seus
aliados, além das agressões constantes contra a vida dos povos, é um dos maiores
contaminadores do mundo, deixando um legado tóxico em forma de urânio
empobrecido, de petróleo, de combustível para aviões, de pesticidas, de produtos
químicos como o Agente Laranja e o chumbo, entre outros.

Uma parte das corporações, ao invés de combater as causas, se dedica a
organizar o capitalismo verde, transformando os bens da natureza em novas mercadorias
e fontes de especulação, como os papéis de crédito de carbono, os bônus de preservação
ambiental e outras falsas soluções que não dariam respostas às necessidades sociais e
ecológicas dos povos. O Império tratou de reestruturar sua base econômica com projetos
baseados no mercado que tem em seu DNA a necessidade de aumentar a exploração dos
bens comuns dos países do Sul para produzir uma nova base tecnológica supostamente
“verde”.

Este caminho conduzirá inevitavelmente à destruição da humanidade e da
natureza tal como a conhecemos. É um projeto de morte, de dominação e de destruição.

A saída está na reconstrução da relação entre os seres humanos e a natureza,
onde a vida, o bem-viver coletivo e os tempos ecológicos guiem as nações e povos, e
não a ganância, o lucro e a propriedade privada. É uma saída a partir da produção
agroecológica de alimentos, da democratização do acesso à terra a partir da reforma
agrária, do cuidado com os bens comuns como a água, a biodiversidade e a terra, e da
transição para uma matriz energética que responda às necessidades reais da classe
trabalhadora com a justiça social e ambiental, de superação do patriarcado e do racismo.

Parar a barbárie capitalista é a tarefa central do nosso tempo. Necessitamos
enterrar a dominação do capital sobre a vida, construir um mundo justo, igualitário e
belo, para que todas e todos possamos viver bem e em paz.