Secretária da Mulher da FNU, Sônia Mendes, representou a entidade em formação estratégica que reuniu lideranças sindicais, governo federal e especialistas em políticas de igualdade

Ministra das Mulheres e Sônia Mendes

Entre os dias 4 e 7 de novembro, a Secretaria da Mulher da FNU participou do curso intensivo “Negociação Coletiva e Igualdade de Gênero no Mundo do Trabalho”, realizado em Brasília e Luziânia (GO). A formação, promovida pelo Ministério das Mulheres por meio da Secretaria Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados (SENAEC), reuniu lideranças sindicais de diversos setores.

Representando os urbanitários, esteve presente Sônia Mendes, secretária da Mulher da FNU, reforçando a importância da participação das trabalhadoras nas mesas de negociação e a necessidade de ampliar a presença feminina nos espaços de decisão sindical.

Formação estratégica para fortalecer a presença das mulheres nas negociações

Com 64 horas de atividades, o curso articulou conteúdo técnico, político e conceitual, com foco na inclusão da pauta de gênero nas convenções e acordos coletivos de trabalho. A formação também dialogou com a Lei da Igualdade Salarial (Lei 14.611/2023) e com o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral, reforçando a negociação coletiva como instrumento central para enfrentar desigualdades históricas.

Sônia Mendes e Luiz Marinho, Ministro do Trabalho

Sônia Mendes também participou, no dia 3/11, da apresentação do 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, elaborado pelo MTE, que revelou que as mulheres ganham, em média, 21,2% a menos que os homens nas empresas com 100 ou mais funcionários. Neste dia também participaram a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

A ministra Márcia Lopes destacou a urgência de ações efetivas para garantir o cumprimento da lei: “A igualdade salarial é um direito das mulheres. Precisamos discutir seu cumprimento no Parlamento, nos tribunais e com as universidades. É uma pauta que exige mobilização permanente.”

Negociar igualdade é parte da luta histórica das urbanitárias

Ao longo da formação, Sônia Mendes destacou que a inserção qualificada das mulheres nas mesas de negociação é fundamental para transformar o mundo do trabalho e enfrentar desigualdades estruturais.

“As mulheres urbanitárias enfrentam desafios que atravessam o dia a dia: desigualdade salarial, barreiras para ascensão e sobrecarga de cuidado. Estar aqui é reafirmar que a negociação coletiva precisa trazer essas questões para o centro da pauta. Negociar igualdade é parte da nossa luta histórica”, enfatiza a secretária da Mulher da FNU.

Sônia Mendes também explica que a formação permite fortalecer a atuação da FNU em todos os setores em que a entidade está presente: “Voltamos para as nossas bases mais preparadas, com instrumentos concretos, dados atualizados e estratégias para incluir cláusulas que promovam igualdade e proteção no ambiente de trabalho. Esse curso reforça que não existe democracia sindical sem a presença ativa das mulheres.”

O presidente da FNU, Pedro Damásio, ressalta a importância da FNU está presente e participando das atividades de gênero, porque: “A igualdade de gênero não é uma pauta acessória. É uma dimensão central da luta sindical. Seguiremos firmes para incluir, proteger e valorizar as mulheres do nosso setor”.

Debates, oficinas e construção coletiva

Durante os quatro dias, as participantes acompanharam palestras sobre:
divisão sexual do trabalho; causas estruturais da desigualdade de gênero; experiências nacionais e internacionais de cláusulas de igualdade; estratégias para fortalecer a negociação coletiva; e impactos econômicos e sociais da desigualdade no mercado de trabalho.

Também ocorreram oficinas práticas com técnicos do DIEESE, estudos de caso e construção de planos de ação por setor, a serem aplicados nas negociações coletivas de 2025/2026.

A programação incluiu ainda uma palestra de encerramento sobre “A luta sindical e feminista no século XXI”, ministrada por Bhetânia Ávila (SOS Corpo) e Neuza Tito (Ministério das Mulheres).

FNU reafirma seu compromisso com a igualdade de gênero

A participação da FNU na formação reforça o compromisso da entidade com a construção de um ambiente de trabalho mais justo, seguro e igualitário para mulheres urbanitárias em todo o país.