Na tarde desta quarta-feira (28), estava marcada para acontecer audiência pública organizada pelo BNDES para a venda CEPISA, em Teresina. Porém o Sindicato dos Urbanitários contesta a realização do evento, pois, além de não ter havido a devida divulgação, não houve a participação popular para que fossem realizadas as discussões pertinentes ao tema. “De forma truculenta e tumultuada, os organizadores tentaram levar esta farsa até o fim. Nós acreditamos que esta audiência foi inválida pela forma que aconteceu”, disse Paulo Sampaio, presidente do Sindicato.

Para a entidade, o processo de privatização das Distribuidoras de Energia da Eletrobras vem acontecendo de forma ilegal e imoral, sem a devida participação da população e dos trabalhadores e sem as discussões pertinentes a um processo de tamanha importância como este, demonstrando total irresponsabilidade e falta de compromisso deste Governo.

O Sindicato é contra a privatização da CEPISA, pois as consequências seriam desastrosas, como o aumento exorbitante das tarifas de energia, a precarização dos serviços com contratações desenfreadas de terceirizado e sem mão de obra qualificada, além de demissões em massa dos trabalhadores, o que afetaria diretamente o desenvolvimento econômico do Piauí. “Nós defendemos que a energia deve continuar sendo um bem público, pois é dever do Estado fornecer este serviço essencial a toda população piauiense”, afirmou Sampaio.

            De acordo com os sindicalistas, o que aconteceu na audiência pública do Piauí é uma amostra de que o governo está disposto a tudo para entregar as empresas distribuidoras ao capital privado. “O governo demonstrou que está disposto a passar por cima de tudo, inclusive colocando a polícia contra cidadãos de bem, trabalhadores e pais de família, que foram algemados quando protestavam de forma legal e legítima em defesa dos seus empregos e em defesa do bem comum, que é a energia pública e de qualidade para toda a população”, falou o presidente da entidade.

            Além de deterem trabalhadores, os organizadores barraram a entrada do advogado do Sindicato, de membros da OAB, de parte da imprensa, além de uma parte da população, o que descaracteriza uma audiência pública e a torna completamente ilegal, reafirmando que a audiência não foi válida como um processo legítimo.

Fonte: Ascom SINTEPI