A Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados realiza, nesta terça-feira (7), audiência pública para debater a modelagem da privatização da Eletrobras e a reestruturação societária da Eletrosul pela CGTEE. Está prevista na atividade, que acontece no Plenário 14 da Casa, a participação do presidente da estatal, Wilson Pinto.

Ao longo da sua gestão na Eletrobras, Wilson Pinto acumulou uma série de irregularidades. Entre elas, aumentar o próprio salário, no ano passado, em 46% e acumular cargos, contrariando o estatuto da empresa. Uma das maiores polêmicas, entretanto, foi receber uma advertência formal da Comissão de Ética da Presidência da República, em 2017, por ter anunciado que iria cortar 40% dos servidores, após ofensas aos trabalhadores.

Para a dirigente sindical do STIU-DF, Fabiola Antezana, a gestão de Wilson Pinto é marcada por uma cadeia de conflito de interesses. “Primeiro, o presidente que deveria defender a estatal trabalha para privatizar, sendo que a empresa está em amplo processo de recuperação. Além disso, desde que assumiu a direção da empresa, cargos chaves da companhia foram ocupados por indicados que tem interesse na venda da Eletrobras, o que contraria uma ferramenta clara de governança que é a lei das estatais. E que apesar de dizer que é contra a velha política, indicou três diretores em Furnas ligados ao PSDB de São Paulo”, destaca a dirigente.

Sobre a modelagem de privatização da Eletrobras, Antezana afirma que desde o anúncio da inclusão da estatal no Plano Nacional de Desestatização (PND) não foi apresentado nenhum estudo que garantisse a viabilidade da venda e os impactos da privatização da empresa para o País e a população.

Fonte: Roberta Quintino- Ascom STIUDF