TRABALHADORES SIM, ESCRAVOS NÃO!

A direção da CELPA EQUATORIAL deixou de honrar o acordo coletivo de trabalho, cortando no final de janeiro, o vale-alimentação e o auxílio-creche de seus empregados. O corte ocorreu de forma arbitrária e unilateral em resposta a não aprovação da proposta patronal nas assembleias realizadas em 27 de dezembro de 2019, pelo Sindicato dos Urbanitários do Pará e Sindicato dos Engenheiros.

A direção da CELPA EQUATORIAL não aceita a recusa da proposta, que é de reposição salarial de 2,55% e se recusa a voltar a negociar com as entidades sindicais. Diante do conflito e do corte nos direitos, os sindicatos acionaram o Ministério Público do Trabalho, que realizou, no dia 23 de janeiro, uma audiência de mediação entre os Urbanitários, Engenheiros e Celpa. Não houve acordo.

“Para tentar mostrar força e impedir a possibilidade de reação e luta dos trabalhadores, a direção da CELPA EQUATORIAL penaliza quem carrega a empresa, impondo uma situação de fome a pais e mães de família, atenta contra direitos fundamentais, alimento e educação, constantes na Constituição Federal de 1988, coisa que nunca havia acontecido, nem nos piores momentos da Celpa estatal, nem na privatização, nem no tempo de dificuldade do Grupo Rede, quando pediu recuperação judicial”, denuncia o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Pará, José Bianor.

Não há impedimento jurídico de manter direitos adquiridos, conquistados e incorporados aos contratos de trabalho. A vigência de 12 meses é no sentido de se negociar o índice de reposição e não a continuidade da existência da cláusula. Tanto não há impedimento jurídico que a empresa vem mantendo o plano de saúde, o seguro de vida e depositou o vale-alimentação dos estagiários.

Os sindicatos avaliam medidas jurídicas para garantir o cumprimento do acordo coletivo e a continuação das negociações da data-base de 2019, iniciadas em novembro do ano passado.

O CNE entende que esta postura autoritária, que é comum na gestão de toda HOLDING EQUATORIAL, é uma prova de que estes gestores privados não têm compromisso com os trabalhadores e com a sociedade paraense, mas somente com o lucro ser conquistado. Para ter sucesso na sua empreitada à direção patronal conta com os serviços do chamado “capitão–do- mato”, no caso específico segundo a categoria atende pelo nome de João Pinheiro, acobertado pelo presidente da CELPA EQUATORIAL, Augusto Miranda. Esse empregado se utiliza dos poderes concedidos pelos patrões para perseguir e ajudar na retirada de direitos dos trabalhadores. Mas em algum momento sua ficha vai cair ao perceber que está somente sendo usado pela direção da CELPA EQUATORIAL, e que em breve será descartado, fato comum que acontece com todos aqueles que se presta a esse triste papel.

O Coletivo Nacional dos Eletricitários reafirma seu apoio à luta dos trabalhadores da Celpa e do Sindicato dos Urbanitários do Pará em defesa de um acordo coletivo justo, capaz de trazer dignidade para toda a categoria. O CNE condena a retirada de direitos históricos e defende a retomada imediata do pagamento dos benefícios de forma integral aos trabalhadores, que não podem morrer de fome, pois o tempo da escravidão já passou.

Fonte: CNE