O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse nesta segunda-feira (8/10) à agência Estado, que muito dificilmente a Casa irá votar nesta semana o PLC 77/2018, que destrava o processo de privatização das distribuidoras da Eletrobras. Antes do primeiro turno das eleições, o vice-líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), defendia que a matéria fosse votada no primeiro esforço concentrado do Senado após o primeiro turno das eleições, ou seja, a partir desta terça-feira, 9/10.

A derrota nas urnas de alguns dos principais líderes do MDB pode atrapalhar os planos do governo do presidente Michel Temer. Eunício Oliveira, inclusive, não foi reeleito e só ficará no cargo até o fim de janeiro de 2019. Mais cedo, ele divulgou um comunicado no qual anuncia que irá “recolher-se à vida pessoal”.

A União já conseguiu vender as distribuidoras do Piauí, Acre, Roraima e Rondônia. Em relação à Ceal, ainda falta resolver um impasse no Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito de um ressarcimento a que o Estado de Alagoas acredita ter direito. Para a Amazonas Energia, no entanto, é necessária a aprovação do projeto de lei no Senado, pois é preciso de um ato legal para dar segurança a investidores a respeito das dívidas bilionárias da companhia, que ficarão com a holding. Se for aprovado sem alterações no Senado, ele entra em vigor assim que for sancionado pela Presidência da República.

O leilão da Amazonas Energia está marcado para o dia 26 de outubro. Na tentativa de evitar conflitos com os senadores em meio ao processo eleitoral, o governo aceitou deixar a votação do projeto de lei para depois do primeiro turno. O problema é que as eleições derrotaram peças fundamentais para concretizar esse plano.

Contra o governo, está a possibilidade de um quórum baixo na sessão de terça-feira, 9, que impeça a votação da medida provisória e do projeto de lei. Além de Eunício, Romero Jucá (MDB-RR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lindbergh Farias (PT-RJ) não terem sido reeleitos, outros senadores ligados ao setor elétrico também foram derrotados nas urnas. É o caso dos senadores Valdir Raupp (MDB-RO) e Edison Lobão (MDB-MA), que costumam usar sua influência política para fazer indicações ao setor, principalmente para subsidiárias da Eletrobras.

Caso o projeto seja aprovado no Senado com modificações em relação ao texto da Câmara, ele teria que ser votado novamente pelos deputados. Na Câmara, no entanto, a resistência dos deputados é menor à proposta. (fonte: agência Estado)

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