Os partidos da oposição protocolaram nesta quarta (24), na Câmara dos Deputados, um requerimento para o presidente do Congresso nacional, senador Rodrigo Pacheco (MDB/MG), devolver medida provisória (MP) que prevê a privatização da Eletrobras.

A oposição alega que a urgência não se justifica e a edição da MP 1031/2021, portanto, fere os requisitos constitucionais.

O governo federal, por sua vez, defender que a urgência vai acelerar os benefícios da capitalização da Eletrobras.

Na base do governo do Congresso Nacional, a tentativa de barrar a MP é tratada como uma medida inofensiva, do jogo, mas sem a menor chance de prosperar.

As lideranças do PT, PSB, PCdoB, PDT, Psol e Rede afirmam ainda que a proposta é ilegal por passar por cima da competência do Congresso Nacional para discutir o plano de capitalização, com o fim do controle da União sobre a Eletrobras.

Além do fato de o governo ter enviado um projeto de lei com o mesmo objetivo em 2019, em tramitação na Câmara.

“A edição de medida provisória com o mesmíssimo conteúdo destes projetos já em tramitação no parlamento é medida que viola a Constituição Federal em razão da ausência dos pressupostos de relevância e urgência e também no que diz respeito a separação de poderes, uma vez que usurpa a competência do Congresso Nacional para apreciar a questão”, diz o ofício.

“Urgência vem dos benefícios que ela traz”, diz Limp

O secretário de Energia Elétrica do MME, Rodrigo Limp, afirmou ao político epbr que a urgência constitucional da medida provisória se justifica, principalmente, pelo impacto positivo para consumidores.

No cronograma do governo, a capitalização será realizada em 2022, mas é preciso aprovar a MP e concluir os estudos este ano.

“A gente entende que a urgência vem dos benefícios que ela traz. Para os consumidores, no amortecimento de tarifas e arrecadação da CDE; para União, com valores para as outorgas”, disse.

Com a MP, é possível dar legalidade aos estudos pelo BNDES para modelagem de capitalização da estatal, etapa que poderia prolongar desnecessariamente o projeto, em caso de aval do Congresso Nacional.

“Sem a MP, só poderíamos iniciar os estudos depois de aprovado o projeto de lei e retardaríamos demais o processo, postergando também os benefícios”, explicou.

O documento da oposição também critica essa contratação do BNDES, antes que a venda seja autorizada pelo Congresso Nacional.

” Através da publicação de texto com esse conteúdo o presidente incorre, inclusive, em prática de improbidade administrativa”, aponta o ofício.

O documento é assinado pelo líder do PT, deputado Bohn Gass (PT/RS), líder do PSD, Danilo Cabral (PSB/PE), líder do PDT, Wolney Queiroz (PDT/PE), líder do PSOL, Talíria Petrone (PSOL/RJ), líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PCdoB/PE) e pela líder do Rede, Joenia Wapichana (Rede/RR).

Também assinam os líderes da minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT/SP), da oposição na Câmara, André Figueiredo (PDT/CE)  e da minoria na Câmara, José Guimarães (PT/CE).

Fonte: EPBR