Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA 2018 –  acontecerá entre os dias 17 e 22 de março de 2018, em Brasília – DF.  É um evento internacional, democrático e que pretende reunir mundialmente organizações e movimentos sociais que lutam em defesa da água como direito elementar à vida.

O FAMA pretende unificar a luta contra a tentativa das grandes corporações em transformar a água em uma mercadoria, privatizando as reservas e fontes naturais de água. Tentando transformar este direito em um recurso inalcançável  para  muitas populações.

Neste contexto de lutas e mobilizações todos os atores envolvidos tem papel estratégico, especialmente as mulheres urbanitárias que estão no dia a dia lidando com a questão da água e do saneamento ambiental nas empresas em que trabalham. As companheiras do setor de saneamento estão bravamente nas frentes de lutas nas entidades sindicais, batalhando contra a privatização das companhias estaduais de saneamento, como forma de preservar a água como um bem público e universal.

Os enfrentamentos das mulheres urbanitárias devem extrapolar os muros dos sindicatos, ter os seus horizontes ampliados com a adesão e a criação dos comitês locais do FAMA em seus estados. O momento é crítico, de aprofundamento do golpe, e exige coragem, mas, sobretudo, capacidade de se reinventar com novas formas de organização. Portanto, é de fundamental importância à presença das companheiras nos comitês nos estados, não de forma figurativa, mas de maneira proativa, com propostas concretas e ações no sentido de lutar pela água como bem de todos e de todas, e não como mercadoria.

Fórum Social Mundial: Uma trincheira de luta feminina

A Assembleia Mundial de Mulheres terá agenda exclusiva no FSM 2018, no dia 16 de março, em Salvador. Objetivo é assegurar que todas as mulheres estejam liberadas de outras atividades para debater questões de gênero, feminismo e outras lutas.

Neste dia será uma oportunidade única para as mulheres urbanitárias que lá estiverem de colocar também a sua pauta de lutas para o mundo, como: a defesa da água como bem público, a necessidade de ampliar a participação feminina no mundo sindical, ainda tão marcado pelo domínio masculino, contra o preconceito, contra a reforma da previdência, a necessidade da equidade salarial entre homens e mulheres, dentre outros pontos.

8 de março: Mulheres urbanitárias contra os retrocessos, a violência e nenhum direito a menos

A questão de gênero a cada dia ganha mais força em todos os debates na sociedade, inclusive nos sindicatos de Urbanitários, na FNU e na CNU, através de seminários específicos. Esse discurso mais ampliado em defesa dos direitos da mulher, contra o assédio sexual, moral, a equidade de salarial e contra a violência se amplifica em todos os segmentos. Mesmo com os avanços conquistados, fruto de lutas históricas de muitas mulheres, é preciso ir além, pois o Brasil é um dos países com maior número de feminicídios do mundo.  Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres. O Mapa da Violência aponta que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por sua condição de ser mulher. As mulheres negras são ainda mais violentadas.

As mulheres urbanitárias tem a missão de fortalecer a luta contra qualquer tipo de violência, através de debates nos sindicatos, criando uma consciência juntos aos companheiros de suas bases. Outra tarefa é realizar assembleias exclusivas para discutir ações de impacto, inclusive de rua, para o dia 8 de março, quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher.

A luta contra todo tipo de violência não deve ser a única preocupação das trabalhadoras urbanitárias, o governo golpista, pelo seu caráter machista e misógino, tem em suas reformas prejudicado frontalmente as mulheres, que em momento de crise são vitimas do subemprego ou sem registro formal, como o trabalho doméstico, exercido por 6 milhões de trabalhadoras.

A reforma da previdência proposta pelo governo golpista será ainda mais dura com as mulheres, que em muitos casos tem uma dupla e até tripla jornada, mas que terão trabalhar o mesmo tempo que um homem. Aquelas que estão no campo serão ainda mais duramente afetadas, pois terão que comprovar anos de contribuição para ter direito a uma aposentadoria rural, uma conquista da constituição cidadã de 1988.

A Secretaria da Mulher Urbanitária da FNU e da CNU têm a certeza de que somente com mobilização e conscientização de todos e de todas será possível avançar. Posto que vivemos uma sociedade marcada por um forte machismo, fruto de uma cultura que oprime e dificulta a igualdade de gênero.  Para quebrar esta barreira é preciso tomar em nossas mãos os nossos destinos, fazendo valer a nossa voz dentro dos sindicatos, entidades superiores, enfim, ocupar nosso espaço com eficiência. Portanto, no dia 8 de março vamos à luta, dizer não aos retrocessos, a retirada de direitos, a violência e exigir mais espaço para as mulheres urbanitárias.

Viva Olga Benário! Viva a guerreira Dandara dos Palmares! Viva Rosa de Luxemburgo! Viva Maria da Penha! Viva Marisa Letícia Lula da Silva! Viva as Mulheres Urbanitárias!

Giovana Maria Noleto Barros da Silva
Secretaria da Mulher da FNU

Amélia Fernandes
Secretaria da Mulher da CNU