Como era de se esperar, a Comissão de Negociação da Sanepar não ofereceu nada na reunião realizada no dia 13/03, em Curitiba, a não ser a reposição de 1,81%, que é a inflação calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) referente aos últimos 12 meses.

Esse encontro foi somente com dirigentes sindicais da capital, porque a empresa convocou a reunião somente na noite de segunda-feira (12), não dando tempo para que as entidades do interior se programassem para participar.

Esse reajuste é uma afronta aos trabalhadores e trabalhadoras que vestem a camisa da Sanepar e são responsáveis pelo excelente desempenho verificado nos últimos anos. Em 2017, a empresa obteve lucro líquido de R$ 686 milhõeso que representou uma alta de 9,5% na comparação com o montante do ano anterior.

Com esse índice de apenas 1,81% o piso do pessoal que atua na área operacional vai passar de R$ 1.620,29 para R$ 1.649,59. É um acréscimo de somente R$ 29,30 nos salários, valor que é insuficiente para fazer frente ao alto custo de vida.

O valor do Vale-lanche, então, é uma vergonha: pela proposta deve passar de R$ 6,28 para R$ 6,39. Vai aumentar só R$ 0,11 centavos!

Só para ter uma ideia do que isso significa, no ano passado a Sanepar aumentou em 8,53%, em média, as tarifas cobradas dos consumidores, lembrando que os trabalhadores e trabalhadoras da empresa também são obrigados a suportar essa alta, pois não gozam de qualquer vantagem em relação à população em geral.

Veja a proposta da Sanepar  para o ACT 2018/20191,81% de reajuste nos salários1,81% no salário inicial operacional = R$ 1.649,59

1,81% no Vale-alimentação = R$ 1.051,92

1,81% no Vale-lanche + R$ 6,39 por dia

1,81% no Abono de férias = R$ 824,79 + 1/3 constitucional

1,81% no Abono de Final de Ano = R$ 2.358,51 + 110% do salário

Desde 2011, a empresa já aplicou 124% de aumentos nas tarifas para uma inflação acumulada no período de 48%.

E como sempre ocorre quanto as nossas reivindicações são colocadas na mesa, a diretoria se esquece dos excelentes resultados que vem tendo, bem como das promessas feitas antes do lançamento de programas de incentivo à aposentadoria e de demissão voluntária. , de que com a redução da folha de pagamento haverá condições para melhorar os salários dos que continuam na empresa.

Desse jeito, a cada ano o quadro de pessoal é reduzido mais, o lucro cresce e os salários continuam engessados, sem qualquer índice de aumento real.

Isso mostra que a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras da Sanepar só existe nos discursos e materiais de promoção do presidente, porque na realidade tudo continua do jeito que estava há muito tempo. Nem mesmo um aceno a possibilidade de revisão do PCCR (Programa de Cargos, Carreiras e Remuneração) essa diretoria tem a capacidade de propor na mesa de negociações, porque não quer mudar nada que possa trazer benefícios aos empregados.

Sindicatos majoritários se reúnem em Londrina

Essa proposta apresentada pela Sanepar será objeto de discussões entre os Sindicatos majoritários, em reunião agendada para esta quinta-feira (15/03), em Londrina.

As entidades já decidiram, em contatos telefônicos, que não serão convocadas Assembleias para submeter a proposta aos trabalhadores e trabalhadoras, porque a mesma não tem a mínima condição de ser avaliada.

Da pauta de reivindicações apresentada em dezembro de 2017, a direção da Sanepar só concordou com a manutenção dos direitos atuais, sem se posicionar a respeito de outros avanços que todos esperam em relação às negociações deste ano.

“Vamos analisar as ações a serem tomadas em conjunto pelos Sindicatos majoritários, mas o importante é que todos os trabalhadores e trabalhadoras manifestem junto às gerências o descontentamento com essa falta de reconhecimento pela Sanepar de seu valor”, ressalta Alexandre Schmerega Filho, presidente do SINDAEL.

Fonte: Ascom Sindael