A Engie Brasil Energia já admite que poderá fechar o complexo térmico Jorge Lacerda (SC, 857 MW). O ativo é composto por três usinas, sendo que a primeira está em operação desde 1965. Esse processo poderá ser feito de forma escalonada já a partir de 2023 e encerrar as operações em 2025.

Contudo, disse o CEO da geradora, Eduardo Sattamini, ainda há uma discussão sobre o papel social e econômico da usina na região onde está instalada e que ainda não foi totalmente descartada a manutenção das atividades.

“Sem uma definição, até 2025 teremos o fechamento de Jorge Lacerda, a fase A é a mais antiga e que poderia ocorrer até 2023, as outras duas em 2025”, revelou o CEO em evento anual promovido pela companhia. “Se houver uma solução que seja melhor para a sociedade e atividade econômica para o estado podemos revisitar o plano de fechamento faseado da usina, estamos abertos a essa possibilidade e o governo está se envolvendo nessas conversas”, acrescentou ele.

A companhia iniciou esse processo de venda das suas usinas a carvão desde o início de 2017, quando contratou um banco de investimentos para avaliar os potenciais compradores dos ativos. Nesse período houve negociações que não prosperaram. Ao final daquele ano a Engie deu exclusividade à Contour Global para a compra das usinas a carvão, o que incluiu a UTE Pampa Sul também, mas em abril de 2018 as negociações foram encerradas entre as partes. Ainda em janeiro de 2019, o CEO disse em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia que a empresa avaliava propostas pelo complexo catarinense.

A decisão de venda dos ativos térmicos da Engie, segue uma diretriz mundial do grupo que tem como objetivo sair da geração térmica a combustíveis fósseis e focar em geração a partir de fontes renováveis. Inclusive, a empresa organizou sua estratégia global no início do ano e deverá deixar o negócio de serviços e focar em geração de energia renovável.

Sattamini destacou ainda que a alteração estratégica privilegiou a atuação no Brasil que tem em seu pilar projetos greenfield em ativos renováveis solar e eólico, bem como em projetos de transmissão de energia. “Estamos alinhados com os objetivos revistos pelo grupo”, definiu ele. Os negócios de mobilidade verde, cidades e clientes deverá ser separado em uma outra empresa que será posteriormente vendida pela Engie em termos globais.

Fonte: Maurício Godoi, Canal Energia