O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, ainda acredita que a venda das distribuidoras pode ser efetivada este ano mesmo com o engavetamento da MP 814, que destinava assuntos importantes para desatar os nós para essa venda. O executivo vai se reunir ainda nesta quarta-feira, 23 de maio, em Brasília, com o ministro e Minas e Energia, Moreira Franco e a equipe técnica do MME para avaliar as alternativas que podem ser tomadas.

O executivo afrmou ao chegar à 15ª edição do Enase, realizado no Rio de Janeiro, que sua expectativa está baseada na avaliação do próprio presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que indicou a possibilidade de existir alternativas para o processo, uma vez que a recusa em votar a MP advém de questões acessórias ao seu objetivo básico.

“Estou me baseando nas manifestções de quem fez a recusa ontem e entende a importância do tema”, afirmou ele. “A privatização das distribuidoras depende da solução que estava na 814 e pode vir por meio do PL”, apontou.

Ele lembrou ainda que a Eletrobras continuará a operar as distribuidoras de forma precária até o dia 31 de julho que é a autorização dada para a diretoria da empresa. Em sua avaliação, a recusa de Maia deve-se mais em função das colocações adicionais que a MP teve ao longo de sua tramitação e que tiveram repercussões tarifárias. “Esses itens vem trazendo desconforto nos congressistas e isso é compreensível”, adicionou ele.

Ferreira Júnior disse que está otimista quanto ao andamento do processo apesar de não dizer qual pode ser a alternativa técnica que traga a solução para a venda desses ativos. A pior alternativa, continuou ele, é a caducidade das seis distribuidoras e a consequente liquidação das distribuidoras que a empresa opera. Tanto para empresa quanto para o consumidor. Por isso, disse, a Eletrobras continua a buscar alguma solução para a venda das distribuidoras e esse tema é urgente na agenda da companhia. “Queremos viabilizar as alternativas para viabilizar o processo de privatização para que possa atender melhor o interesse do consumidor ao vender essas empresas para companhias com maior compromisso em termos de qualidade de fornecimento, mais investimentos e eficiência operacional”, disse ele.

Outro viés de venda de ativos, das 70 SPEs de geração eólica e de ativos de transmissão, ainda deverá ser deliberado pelo conselho de administração da companhia em reunião a ser realizada na próxima sexta-feira, 25 de maio. Por enquanto, não é possível falar em adiantamento desse processo diante do atraso que a venda das distribuidoras terá com o atual momento de perda de validade da MP 814.

Fonte: Mauricio Godoi,  Agência Canal Energia