Os trabalhadores da Energisa-MS reprovaram a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2021/2022 apresentada pela empresa em assembleia virtual realizada na noite desta quinta-feira, dia 2. A votação teve a participação de 450 eletricitários, com 67% dos votos contrários à proposta da empresa, 30% a favor e 2% de abstenção.

A proposta da Energisa-MS previa reajuste salarial de 11,08%, o que corresponde à reposição da inflação (INPC) dos últimos 12 meses. Na proposta anterior, a concessionária de energia oferecia 9,5%.

A empresa também apresentou mudanças em relação às alterações para os afastados por doença e acidente de trabalho, com direitos regulamentados nas 22ª e 23ª cláusulas do ACT, respectivamente.

Os advogados Larissa, Alexandre e Fabiana Cantero, que integram a assessoria jurídica do sindicato, participaram da assembleia para esclarecer as dúvidas dos trabalhadores sobre as mudanças propostas.

“Nós conseguimos esclarecer a proposta, deixando claro que é a categoria que decide. Tivemos a preocupação de convidar o jurídico para prestar todos os esclarecimentos e, depois disso, teve a votação e a proposta foi rejeitada por 67% dos participantes. Cumprimos nosso objetivo de apresentar a proposta com clareza e receber a avaliação da categoria”, afirma o presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas.

Mudanças

No auxílio-acidente, a empresa recuou e propôs a manutenção de todos os direitos. Na proposta anterior, os benefícios como plano de saúde, ticket alimentação, complementação de salário e auxílio medicamento seriam limitados a 3 meses.

Para os afastados por auxílio-doença, a Energisa-MS recuou parcialmente e propôs a limitação do pagamento da complementação do salário, no caso em que for necessário, e ticket alimentação por 3 meses. O auxílio medicamento seria limitado a 12 meses e o plano de saúde mantido.

“Os trabalhadores, embora tenham uma proposta de reposição de inflação, analisaram que em tempos pandêmicos qualquer trabalhador pode ficar doente e não aceitaram a limitação de três meses para o amparo de complemento salarial e alimentação, e de 12 meses para os remédios. A alternativa é buscar que haja melhoria dessa proposta da empresa”, explica a advogada Larissa Cantero.

A empresa queria aplicar as novas regras para todos os trabalhadores, contudo, o sindicato negociou e as mudanças valeriam somente para os eletricitários que precisassem do auxílio-acidente e auxílio-doença a partir de 1º de novembro de 2021.

“A Energisa-MS vem tentando mudar essas cláusulas há um bom tempo porque as outras empresas do grupo não têm isso. O sindicato vem resistindo nessa questão, mas a empresa insiste e hoje a categoria mostrou que não vai aceitar alterações dessa forma. A empresa vai ter que melhorar essa proposta para uma possibilidade de negociação”, explica o presidente do sindicato.

Desde o início da Campanha Salarial da Energisa-MS, foram realizadas seis rodadas de negociação. O sindicato irá solicitar uma nova reunião com a empresa.

Por: Assessoria de Comunicação do Sinergia-MS