Em junho, trabalhadores barraram plebiscito do governo Sartori para desestatização da empresa. Eles alertam que projeto pode voltar à pauta após as eleições

 

Os eletricitários do Rio Grande do Sul estão mobilizados na defesa da Companhia de Energia Elétrica do Estado (CEEE) – uma das principais estatais brasileiras, que está na mira do governo estadual para ser privatizada. Apesar de vitórias recentes dos trabalhadores na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que atrasaram a venda da empresa, eles alertam que ainda há o risco de ela ser privatizada após as eleições deste ano.

Em junho, a Assembleia Legislativa rejeitou projeto que reduziria de 150 para 90 dias o prazo para convocar plebiscito sobre a entrega da CEEE, além de outras estatais gaúchas, como a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Sulgás. A derrota adiou os planos do governo Sartori (MDB), que queria votar as privatizações já em outubro.

“Mesmo , muitos deputados diziam que apoiavam o governo, mas lamentavam a falta da CEE em diversos municípios”, conta Ana Maria Spadari, presidenta do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Senergisul). Por sua vez, o deputado estadual Pedro Ruas (Psol) afirma que três candidatos ao governo gaúcho nas eleições de outubro declaram a intenção de privatizar a CEEE e que “é preciso derrotá-los”.

História

A Usina Hidrelétrica de Bugres foi uma das primeiras a entrar em operação no estado, em 1952. Localizada na serra gaúcha, ela foi criada com o objetivo de levar energia ao parque industrial da região metropolitana de Porto Alegre.

“Na época, me entusiasmei porque vi que era um projeto para o meu futuro. Como trabalhador, eu desenvolvia a energia que era consumida para o progresso do povo do estado”, conta Adão Lemes, aposentado da CEEE, em entrevista ao repórter Guilherme Oliveira, da TVT.

Em 1961, a Comissão de Energia estava sob concessão da multinacional Golden Share, que se negava a realizar novos investimentos. O então governador Leonel Brizola desapropriou a norte-americana, dando lugar à CEEE.

Na década de 1990, dois terços da empresa foram privatizados pelo governo de Antônio Britto (PMDB). Entretanto, os trabalhadores alertam que o valor nunca teve retorno para o povo. “Esse dinheiro da venda sumiu, não entrou em nenhuma área”, critica Ana Maria. (fonte: Rede Brasil Atual)

Assista à reportagem da TVT: