Em meio à grave crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, as empreiteiras, com a anuência da Cemig, estão demitindo os trabalhadores, exatamente aqueles que mais

necessitam de proteção.

É o caso da empreiteira Colabore, que presta serviços de limpeza e segurança em Ponte Nova, cidade localizada na Zona da Mata. Por lá, demitiram todos os vigias, segundo denúncia do

diretor Gilmar de Souza Pinto.

O Sindieletro repudia veementemente a demissão dos seguranças em Ponte Nova, principalmente diante de um quadro de incertezas e de grave crise financeira e sanitária. Ao

contrário do que estão fazendo, as empresas terceirizadas deveriam mostrar humanidade, solidariedade e proteger os empregos. A parcela da população mais vulnerável terá, a partir de

agora, ainda mais dificuldades para garantir seu sustento e de seus familiares.

Chegam relatos de que em Conselheiro Lafaieite e na usina de Itutinga trabalhadores terceirizados também estão sendo demitidos. O mesmo acontece em Divinópolis, onde funcionários que fazem a segurança da Usina de Gafanhoto serão dispensados e a portaria fechada. Em Barbacena, dois vigias noturnos também estão cumprindo aviso prévio.

Insegurança

Ao que tudo indica, a Cemig está aproveitando a oportunidade para reduzir custos, elevar o lucro dos seus acionistas e preparar a empresa para a privatização. Mesmo que isso coloque

em risco seu patrimônio, a segurança dos trabalhadores e até mesmo o sistema elétrico.

A localidade da Cemig em Ponte Nova dispõe de vários equipamentos caros, veículos e o controle do sistema elétrico local. Porém, com a demissão dos vigias, ficará vulnerável à ação

de vândalos e ladrões, pois uma parte da unidade não dispõe de muro de segurança, apenas possui cerca aramada nos fundos. De acordo com o diretor do Sindieletro, a Cemig entregará

um controle remoto do portão aos trabalhadores.

Entre os eletricitários, circula o boato de que o imóvel da Cemig em Ponte Nova será entregue para as empreiteiras que atuam na região. Os trabalhadores do quadro próprio possivelmente

serão transferidos para outros locais. Para o Sindicato, está claro que a demissão dos seguranças e a possível transferência do prédio para empresas terceirizadas faz parte do

processo encabeçado pelo presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi, de reduzir o tamanho da empresa e torná-la atrativa para a privatização.

Fonte: Ascom Sindieletro-MG